Tema Aborto volta a ser discutido

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alice55/RJ
No PF desde: 01/06/2009

Aqueles embriões conservados em clínicas de fertilização, para serem implantados no útero...

São vidas humanas?

Ué, mas eles não tem corpo humano... Não pensam, não tem qualquer percepção ou reflexo...

Só existem.


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Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

Miguxa, começo a suspeitar de que vc é do meu time: daqueles que bebem dois dedinhos de canha antes de postar aqui! Saudações, bem-vinda ao grupo! Tá cheio por aí! S2!


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Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

O que mais me assustou aqui foi ver tantas mulheres admitindo que se possa tratar um pequeno ser vivo como se fosse um pedaço de carne indesejável, uma ferida purulenta que merece ser expulsa do útero e jogada o quanto antes na lata de lixo.

Por mais que se diga que "não adianta deixar lá dentro se vai viver 3 minutos" e que "devemos pensar na dor psíquica da mãe", fico a me perguntar algo que só as mulheres podem responder: mas essa que se diz "mãe", por mais que saiba que seu filho, por um azar genético do destino, foi formado sem cérebro, não sente ABSOLUTAMENTE NADA por aquele pequeno ser vivo que está ali dentro dela, sem cérebro mas vivendo, com um coração pulsando? Será que o fato de ter uma má formação, que queira ou não, gostem ou não, foi fruto da união do seu óvulo com o espermatozóide do pai, ou seja, não APARECEU ALI DO NADA, a permite se desvincular psicologicamente de tal forma do SEU FILHO que a possibilite transformar todo aquele sentimento que se convencionou chamar de "instinto materno" em algo totalmente contrário, como se fosse uma "repulsa absoluta", a ponto de fazê-la querer expulsá-lo o quanto antes de dentro de si, mesmo que se tenha que usar um aspirador de pó e sugá-lo do ventre à força, direto pra lata de lixo? A deixar de tratá-lo como SER VIVO e passar a tratá-lo como um TUMOR, pior que um ANIMAL?

Quantas vezes vemos pessoas se sacrificando hoje em dia em prol dos animais, tratando com todo os recursos possíveis e imagináveis até mesmo animais que também estão a viver precariamente por obra de algum acidente ou maldade alheias? E o ser vivo anencéfalo não pode então ser tratado nem como um animal, porque nascerá sem cérebro e viverá 3 minutos? Aí não é mais filho, passa a ser apenas um amontoado de carne podre?

Eu não consigo aceitar isso, sinceramente. Juridicamente, como eu disse, a decisão foi certa. Mas olhando pelo viés materno E PATERNO (pois se for um pai presente, participará da decisão), não consigo conceber a ideia de que ambos, sabedores de que geraram uma criatura VIVA que está ali, ainda que precariamente, VIVENDO, conseguem se isentar psicologicamente de tal forma que considerem legítimo arrancá-la de lá antes do tempo direto para o lixo hospitalar, encurtando mais ainda a sua já curta existência.

Não sei como eu dormiria tranquilo à noite ciente de tudo isso. Mas....a decisão é tomada e as mulheres não são obrigadas a fazê-lo, ou seja, o que o STF disse é que SE FIZEREM, NÃO SERÃO PUNIDAS CRIMINALMENTE, portanto, a escolha ´será de cada uma. E quem escolher esse caminho, que preste contas com a sua consciência depois (e na "outra vida", para quem como eu acredita nela).

S2 miguxos!


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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

Ana


Não acredito que a capacidade de pensar determine a existência de vida humana. Uma pessoa com retardo mental grave é praticamente desprovida de "pensamentos". Mas é um ser humano. E vivo.


Um recém nascido possui percepção, mas ele pensa como um adulto? Consegue formar um raciocínio ou apenas capta estímulos do ambiente, os registra e apresenta reações que, na maior parte das vezes, são reflexos? Mesmo que ele não possua, ainda, capacidade de pensar, pode deixar de ser considerado uma VIDA HUMANA?


Um macaco pensa. Mas não é uma VIDA HUMANA.


Acho que a vida humana não pode ser condicionada ao fato de pensar. Mas achei interessante o questionamento.


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

para quem estiver na serra, hoje começa na UCS o seminário: PROBLEMAS DE ÉTICA TEÓRICA E APLICADA

dia 19/04:


17:15 - PROBLEMAS DE BIOÉTICA

1) Aborto (Prof. Dr. Wilson Spiandorello, UCS);

2) Eutanásia e distanásia (Prof. Dr. Dagoberto V. Godoy Filho, UCS);

3) Conceito de Pessoa na bioética secular (Prof. Dr. Everaldo Cescon, UCS);

4) Os fundamentos éticos da bioética e o conceito de “enhancement” (Prof. Dr. Marco Antônio Oliveira de Azevedo, UNISINOS).

COORDENADOR: Prof. Dr. Idalgo José Sangalli (UCS)

http://www.ucs.br/portais/curso136/eventos/15283/


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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

Ah, deu vontade de ir...


Mas e aí, Ana, o que vc acha?


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

me perguntaram justamente isso agora no MSN se eu não gostaria de ir....eu adoraria, mas no meio da semana, na serra... ai ai

sobre minha opinião de quando começa a vida humana ainda não cheguei a uma conclusão....

estou a refletir ....

tenho que voltar ao trabalho... depois eu retorno :)


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Eu tinha até pensado em responder a alguns questionamentos feitos aqui, mas acho que ia levar tanto tempo. Preguiça.


No final das contas o problema a meu ver é outro. A grande briga entre os "pró-escolha" e os "pró-vida" (sempre questiono essa nomenclatura) está na tentativa de "conversão". Eu não quero convencer ninguém a ser a favor do aborto. Eu não quero convencer ninguém a agir contrariamente à suas convicções e desejos. Eu só quero que se respeite o direito de escolha das pessoas.


Do outro lado, sempre há essa tentativa de convencimento por parte dos "pró-vida". Sempre há os argumentos sentimentalistas, as acusações pessoais, as chantagens emocionais para tentar persuadir o "lado opositor". E foi isso que eu chamei de ditadura no meu primeiro post.


Minha avó dizia que coração dos outros não é terra por onde se passeie. Acho que é isso que pega nessa questão. Quer-se determinar o que outra pessoa sente, quais seus limites emocionais e psicológicos, quer-se impor uma "força" ou uma "disposição para o sacrifício". Eu realmente acho que isso não leva a lugar algum.


Eu sou a favor da descriminalização e que cada um arque com as consequências de suas escolhas. Eu arco com as consequências das minhas e durmo muito bem à noite. Se de fato houver um Deus para me julgar, sou eu quem vai ter que se entender com ele.


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Australopithecus
No PF desde: 10/02/2010

Parece-me que o que se questiona aqui não é essa abobrinha de direito de escolha de pessoas, , muito menos se trata de converter e/ou desconverter. Discute-se aqui se o Estado pode RACIONALMENTE abrir mão do pressuposto fundamental pelo qual ele foi instituído e do qual, aliás, deriva o próprio direito.


Não tem nada de subjetivismo aqui, nada de se passear ou não por corações alheios.


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Poivre
No PF desde: 12/01/2011

Ah, me desculpe, vou ter que dar o meu pitaco, mas tem sim.


Se não tivesse, tu não teria invocado aquela frase lááá atrás sobre "imaginem se vcs fossem criancinhas abortadas".