Esse tópico trouxe um aprendizado muito importante para mim.

Aprendi que nossas opiniões possuem valor e são importantes, mas opiniões são subjetivas e não servem para ditar condutas em geral.

Um assunto complexo como é o aborto não pode ser discutido somente na superficialidade de opiniões. A discussão correta de um tema de tamanha importância deve levar em conta aspectos jurídicos, científicos e éticos. Isso sim seria um debate sério sobre o aborto, sem a contaminação de opiniões, crenças e paixões pessoais. Mas como é difícil !!!

Essa história de como as mulheres são coitadinhas, sem direito a nada, subjugadas, blábláblá já não serve de argumento em nenhuma discussão sobre o aborto. A trajetória da mulher e suas mazelas ao longo da história do mundo machista não é o foco da questão. A questão é muito maior do que isso. Mulheres, nós não somos o centro do universo! Existem coisas mais importante do que nós e nossas vontades. O direito à vida é uma delas.

As mulheres possuem essa particularidade de gerarem vidas em seus ventres, fato determinado pela natureza. Isso não faz delas piores nem melhores que os homens. Não deve haver nenhum tipo de prejuízo ou benefício em função dessa sua função biológica, digamos assim. Ela empresta seu corpo para que outro seja criado, mas isso faz dela um ser divino que passa a ser tão magnânimo que sua vontade deve ser a mais importante de todas na face da Terra? Quanta prepotência... Olhem, eu sou mulher, mas reconheço esse lado egocêntrico ao extremo do meu gênero.

Mulher, seu corpo é propriedade sua, mas o feto em seu ventre não. Não é sua propriedade. Vc é um instrumento para que ele se desenvolva, a forma como ele foi parar dentro de vc pode ter muitas explicações, mas vc não pode decidir sobre sua existência, não após ela já ter sido evidenciada. Não era o que vc queria? Ok, mas nem tudo na vida é como queremos. Aprender isso faz parte do amadurecimento pessoal. Não aceite a vida como ela é, seus conflitos e as frustrações que ela pode provocar e aja como uma criança mimada, fazendo valer a sua vontade acima de qualquer coisa, inclusive a vida de um semelhante. Não simpatiza com uma pessoa? Preferia que ela não existisse? É lícito matá-la como forma de resolver seu desconforto?

A vida não é o mundo encantado de Walt Disney. Nem sempre as coisas acontecem como desejamos. Uma gravidez indesejada pode acometer a mais prudente das mulheres, é verdade. Mas o aborto, em linhas gerais, continua sendo uma solução ilegal, antiética e questionável. Pessoalmente, não acho que argumentos religiosos devam ser levados em conta nessa discussão. Cada um possui sua crença e tem o direito a isso, mas a sociedade deve seguir princípios que levem em consideração o coletivo e não o individual.

Sou hipócrita por pensar assim? Obrigada. Seja eu hipócrita, então! Antes hipócrita do que abortista. (é realmente difícil ficar imparcial, tenho muito o que aprender até conseguir essa façanha).

Perfeito!