Deus existe?

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Dame Lauriere
No PF desde: 29/08/2010

\"Sem explicações.\" Sem redundância, não precisava do resto hehe.


No fim, todo ser humano nasce com quatro pedras grudadas na mão...


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Circe
No PF desde: 17/04/2010

Dame,


Olha, com todo respeito, eu respondi às suas colocações da mesma forma que você veio aqui falar sobre o cristianismo, sua fé, suas impressões. Assim como ninguém aqui precisou ser apontado pelo nome para que viesse se manifestar pró ou contra religiões, eu vim aqui me manifestar a respeito do que você postou acerca do ateísmo.


Porque quando cristãos e religiosos de outras religiões vem aqui responder nossos questionamentos é natural e quando sou eu que faço minhas colocações você age como se eu estivesse irritada, com pedras na mão ou tentando te atingir? Não, minha cara. Eu só vim discordar do que você disse e entendo perfeitamente que você não generalizou e foi justamente o que eu tentei apontar ao expor o meu lado, o de alguém que é ateu e não dá a mínima pra essas tentativas de provar se deus existe ou não. Honestamente, vivo muito bem sem precisar provar para os outros algo que me é tão íntimo e tão tranquilo - hoje, amanhã posso mudar, nunca se sabe.


E discordo de ti: nós não queremos mudar uma cultura milenar, Dame. O que queremos é o cumprimento dos princípios da isonomia, da impessoalidade, do laicismo do Estado, da liberdade de crença. Quando vou a uma repartição pública e me sinto intimidada por dezenas de cruzes (aliás, pessoas de várias religiões se sentem incomodadas, sobretudo religiões africanas - tomo por exemplo casos que vivenciei e soube lá na Bahia), tenho todo o direito de querer que o Estado, que me representa e representa a você, seja o mais impessoal possível, o mais laico e seja livre de qualquer crença.


Cultura milenar não é desculpa para manter uma situação em que muitos são excluídos. E vou mais além: um ateu, um membro do candomblé, não pode se insurgir contra a cristianização de um Estado laico, mas um cristão pode achar o máximo chegar em repartições públicas e se ver rodeado de cruzes e cristos pregados em cruzes. Você quer me dizer que eu devo achar legal simplesmente porque é uma cultura milenar? Não sei se você percebeu, mas culturas mudam. Como você mesmo disse, países europeus que foram o berço da religião católica hoje estão cada vez mais ateus e agnósticos - isso significa mudança de uma cultura milenar.


E é meu direito querer mudar aquilo que penso ser excludente, foi para isso que escolhi a carreira que sigo, para buscar a igualdade para todos dentro do nosso Estado, sobretudo no que diz respeito à liberdade de crença e ao direito de se expressar. E triste de nós, humanidade, se apenas escolhessemos e acreditássemos no interior de nossos quartos, de nossos carros. Felizes somos hoje porque muitos quiseram mudar uma cultura milenar de absolutismo, de restrição e desrespeito a direitos individuais.


E mais uma coisa: nós já debatemos o mesmo assunto há meses atrás e é a segunda vez que você diz que todos nascemos com pedras na mão... Discordo de ti. Opinar sobre o que pensamos, mesmo que discordando com veemência não significa que estou te jogando pedras. Significa apenas o exercício do meu direito de expressão e minha liberdade de dizer o que penso, o que sinto, respeitando a ti sem denegrir tua imagem ou tua honra.


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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

Felomenal


Eu posso até estar errada, mas a idéia que eu tenho sobre ser cristão está vinculada com a crença em Jesus Cristo, e não com o fato de ser católico.


Sou cristã, mas não sou católica. Simpatizo muitíssimo com o espiritismo kardecista. Mas sou cristã pois acredito em Jesus Cristo e em sua mensagem.


Sobre a Bíblia, impossível não interpretá-la de 1000 maneiras... Parábolas, linguagem figurada e outros recursos utilizados em sua confecção dão margem a interpretações dos mais variados tipos. Não vejo a Bíblia como uma fonte concreta de informações, mas muito mais como uma fonte de pensamentos abstratos, os quais não devemos levar ao pé da letra.


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Gulherme
No PF desde: 13/05/2010

é isso ali Nanda, a bíblia é um livro, grandioso...mas é um livro! A cruz é um instrumento de tortura romano...


Olhando assim, parece muito simples! Mas as pessoas tem que entender a mensagem, a tônica...o invísivel aos olhos.


Compreender que qualquer religião fala de aspirações mais altas!


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Felomenal
No PF desde: 28/05/2010

Nandablue,

O que quis dizer é exatamente que qualquer critica dogmatica a escolha ou falta de escolha religiosa esbarra no fato de que ninguem segue fielmente qualquer das grandes doutrinas religiosas. O que ocorre é que hoje em dia cada um cria uma seita particular que melhor se adequa a seu estado de espirito.


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Dame Lauriere
No PF desde: 29/08/2010

Desculpa Circe, eu só acho que tu te contradiz...


Quote:
Exerci o meu direito de me ofender


Se ofendeu sim... isso significa que, como falei, tem gente que se ofende sem motivo ou por pouco...


Quote:
E também para mostrar que nem todo ateu está preocupado em provar que deus não existe ou que somos frutos de uma evolução


Eu também repeti várias vezes que não disse que TODO ateu faz isso ou aquilo ou é tal coisa, mas que, de acordo com o que observei, a MAIORIA é. E tu tomou isso como se eu generalizasse, não entendi o problema com a generalização que não foi feita por mim.


O que eu quis dizer sobre querer mudar uma cultura milenar, é que não adianta esperar que o lugar que tu vive mude do avesso por causa das tuas crenças. Isso pode ocorrer aos poucos, como vem ocorrendo, mas acho mais importante viver de acordo com as próprias crenças e não se incomodar com as alheias. Se cruzes e outras coisas te incomodam, ok, isso pode mudar, lentamente, mas acho um desperdício de força se chatear com isso. Mas se tu realmente quer tomar isso como uma luta pessoal... é teu direito, cada um luta por aquilo que acha que vale a pena.


Olha, acho que muitos ateus estão um pouco revoltados. É como a revolta de uma minoria: uma minoria, que discorda das ideias ou comportamento da maioria, sempre vai ter uma postura defensiva e até agressiva (em diferentes graus), é sociológico. Só que acho melhor economizar energia nisso e pensar em maneiras de, através de nossas crenças, tornar o mundo melhor, com mais amor e paz que é o que importa.


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amiga 02
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No PF desde: 07/10/2010

quem aqui já viu o vento????ou a eletrecidade???

como sabem que ambos existem??

sabemos que o vento existe pq ao colocar uma roupa no varal por exemplo, vimos ela balançando, ou vimos nosso cabelo se desarrumando por causa dele. e a eletrecidade,vc a vê? coloca o dedo na tomada pra ver o q acontece???

Assim é Deus, não o vemos, mas sabemos que ele existe, ele está alí e podemos ter provas disso.


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Circe
No PF desde: 17/04/2010

Dame,


O velho \'morde e assopra\', pensei que você havia abandonado isso, mas vamos lá. Eu não me ofendi pessoalmente com o que você disse, mas com as idéias que você postou acerca dos ateus e, como enfatizei, eu vim aqui justamente para me postar como uma atéia que diverge da maioria dos ateus, que não está desesperada para provar nada. ( E devo acrescentar que minha suposta \'revolta\' é a mesma de qualquer cristão que veio aqui discordar de quem não crê, não há diferença se você observar direito)


E não, eu não me incomodo com cruzes, eu simplesmente acho que está mais do que na hora delas serem retiradas em nome da igualdade, não porque me sinta ofendida. Para mim, são pedaços de madeira, simples assim. Quando um símbolo que só diz respeito a alguns é colocado num ambiente que deve ser de todos, penso que posso sim me indignar e esperar que isso mude, que as repartições públicas demonstrem realmente ser um espaço de todos.


E quem disse que quero mudar o mundo com minhas crenças? Olha, se tem algo que não sou é revolucionária. Sou cética quanto à humanidade e isso vale sobretudo para pessoas e suas concepções. E não se trata de incômodo, Dame, mas de questões constitucionais. Não sei se você sabe (sugiro que vá pesquisar), mas existem movimentos em prol do constitucionalismo que buscam uma isonomia real entre pessoas que moram neste país, e isso inclui tornar repartições públicas, órgãos do estado dos três poderes e demais entidades do Estado o mais justas possíveis - o que significa extrair simbolismos, interpretações ou qualquer outro tipo de entendimento que exclua. Não sou eu, não sou revoltada, apenas acredito que esse é o melhor caminho e não penso como você, que acha que pensar diferente e querer ocupar um espaço significativo na sociedade seja um problema insolúvel, inatingível.


E mais: eu não pretendo impor minha descrença, não prego que o Estado deva ser ateu - eu entendo que o Estado deva ser laico porque isso me traduz a idéia de justiça -, não estou preocupada em converter ou desconverter quem quer que seja. Eu apenas estou ocupada em acompanhar as evoluções jurídicas nesse sentido porque não apenas ateus, como você pensa, estão ocupados com isso.


Por fim, não estamos em guerra, não preciso ser agressiva - mas para quem se sente ofendido pelas minhas opiniões eu realmente devo soar uma lutadora de boxe - nem diminuir minorias ou qualificar a cultura milenar como intocável. Não acredito em modo de ser das coisas, mas em estado, em algo que pode mudar constantemente.


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Circe
No PF desde: 17/04/2010

Ah, e vou ilustrar o porquê acho que alguns símbolos religiosos devem ser retirados de repartições públicas: uma vez me deparei com uma mãe de santo esperando uma audiência. Religiosa, ela mexia nos seus colares, pronunciava palavras em voz baixa. Dentro da sala do juiz, uma série de símbolos católicos (já vi verdadeiros oratórios em algumas salas de audiência de juízes) que intimidaram aquela senhora, que disse ao seu advogado que o juiz não lhe daria ganho de causa por ser ela do candomblé. E, de fato, o juiz, representante do Estado, não deveria denotar a idéia de que representava essa ou aquela religião.


Agora Dame, se você acha que isso é normal e que eu devo ficar quieta e respeitar a cultura milenar e pensa que estou questionando por ser uma atéia revoltada, paciência, é melhor encerrar a discussão.


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Dame Lauriere
No PF desde: 29/08/2010

Bom Circe... Na boa, não quero brigar. Nem pretendo. Nem vou. Até porque estamos argumentando...


Em primeiro lugar, gostaria de te dizer uma coisa que espero que tu leve como uma crítica construtiva na tua profissão de advogada, que é exatamente argumentar: tem um pequeno problema teu que já notei de tempos atrás, muito comum e inclusive já cometido por mim várias vezes (mas que tenho tentado mudar em mim) que é tu dizer uma coisa e alegar que disse outra. Por mais que haja interpretação, certas coisas são entendidas como são ditas. Uma vez que tu gasta várias linhas defendendo o fim de cruzes e outras ideias cristãs na cultura, é óbvio que isso te incomoda, ao contrário do que tu diz. E uma vez que eu vir falar de alguns ateus te irritou, é óbvio que tua postura é defensiva. Eu não me incomodo de falarem mal dos cristãos, concordo que muitos são cabeça pequena e intolerantes.


Outra coisa a ser evitada é colocar palavras onde não foram ditas. Nunca disse que tu pretendia impor tuas crenças, nem que eu estava ofendida por tuas crenças (no caso de a observação da luta de boxe ter sido pra mim).


\"E quem disse que eu quero mudar o mundo com minhas crenças?\" como tu disse, é exatamente o que tu quer, não pra que ele seja conforme tuas crenças, mas que seja mais livre POR CAUSA das tuas crenças, pra que haja menos resistência a elas. É um direito teu.


Enfim... essa crítica que fiz foi séria, e seria humildade da tua parte aceitar. Também me policio quanto à coerência.


É claro que não prego a passividade. Cada um deve lutar por aquilo que acha certo, como falei, só que eu sinceramente acho que existem coisas mais importantes que \"religião\" pra lutarmos no mundo, pra quem se preocupa com causas sociais...