Eu nunca apanhei do meu pai e levei (pouquíssimas) palmadas da minha mãe, mas realmente eu não dava motivos. E isso não me trouxe trauma nenhum. Sempre respeitei meus pais, da mesma forma sempre fui respeitada por eles, a minha opinião (e da minha irmã, que era tratada da mesma forma) sempre foi levada em consideração. Acho que o fato da minha mãe não trabalhar fora de casa ajudou na educação dos filhos, ela tinha tempo para se dedicar a nós. Também o fato de meus pais já terem uma idade avançada quando nascemos, pode ter ajudado na maturidade emocional deles.

Enquanto era só na "teoria" eu era contra, depois de conviver mais proximamente com crianças mudei de opinião. Não sou contra se for muito "de leve" e raramente (assim como fui educada). As crianças são diferentes e devem ser tratadas de forma diferente, para algumas conversar resolve, para outras castigo resolve, mas algumas só respeitam os limites com uma palmadinha. Até para a segurança delas próprias, Meu afilhado, por exemplo, é um amor de criança, mas agora está com a ideia fixa de escalar coisas (culpa do homem-aranha, que atualmente é seu herói favorito...rssrsrs) outro dia caiu do encosto de uma poltrona alta, foi conversado, explicado, dito que ele teria que ir para o hospital caso se machucasse e nada, NADA mesmo fazia ele abrir mão da "aventura" só o que resolveu foi uma palmadinha (óbvio que dada pela sua mãe). Que certamente doeu bem menos do que um possível acidente.

Sobre as crianças serem diferentes, não atribuo isso "somente" a educação dada pelos pais, senão como explicar que em famílias estruturadas, um filho seja deliquente e os demais ajam dentro das regras? Sigo os ensinamentos da minha doutrina que nascemos com algumas tendências (boas e não tão boas) e cabe aos nossos responsáveis, e depois que amadurecemos a nós mesmos, a melhorá-las.

O que me preocupa no uso da palmada é que na cabeça da criança ela entenda que as pessoas que a amam podem bater, que isso é sinal de preocupação. E levar isso para a sua vida. Tem tantas mulheres que apanham dos companheiros achando que isso é sinal de amor, assim como homens que batem nas mulheres achando normal.

Sou favorável raramente, muito "levemente" e em casos extremos, e que seja bem explicado para a criança que ela excedeu todos os limites e que se espera nunca mais ter que usar esse recurso. Considero que gritar, xingar, humilhar ou ignorar a criança traumatiza muito mais.

Saudações, caro Gulherme!

Já pensou? Seria uma cena curiosa de se ver!

Saudações, caro Jundiah Knight!

No geral, nem discordo de ti, pois estamos falando de coisas diferentes. Tu fala em espancamento por parte dos pais. Eu falo do direito dos pais disporem e educarem seus filhos, mesmo que isso, eventualmente, implique o uso de uma vara de marmelo.

Quanto a intromissão do Estado, naturalmente, discordo. O Estado existe para regular a coletividade e o espaço público, não ações privadas.

Quanto ao ECA, reafirmo sua origem e propósito totalitários em sua normatização. E propósitos até mesmo subversivos.

Mas as coisas nunca são gratuitas… Pais não podem admoestar fisicamente seus filhos, a polícia já enfrenta restrição para usar algemas em bandidos… Deve ser porque os legisladores pensam que a polícia, como parte do Estado, vai gerar traumas na bandidagem ao fazer uso de algemas e mesmo de força.

Sei lá :)