Crise existencial

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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

Dudy,


Obrigada pela solidariedade. Eu pensei em fazer outra faculdade não com o compromisso de trocar de profissão ou algo parecido, mas com a finalidade de estudar alguma coisa que me desperte interesse, para adquirir conhecimentos e experiências novas. Quem sabe... Mas atualmente fica um pouco difícil, por isso guardo essa carta na manga para mais adiante!


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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

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No PF desde: 17/04/2010

Querida Kathya 34


Não acho que sinta tédio da minha rotina. Talvez sinta um tédio da vida como um todo, de viver, quando tenho a impressão de que só consigo andar em círculos sem chegar ao destino e nem mesmo saber onde ele fica!


É falta de enxergar um sentido para vida. Um objetivo para tudo que se faz, uma finalidade para toda ação, dor e sofrimento aos quais estamos expostos.


Estou tentando encontrar um algo mais por trás de tudo, que dê um real significado para a vida. A explicação que faça eu sentir que tudo vale à pena. Gostaria de ter a certeza de que, no final, tudo acabará bem. Mesmo que eu não saiba quando será o final.


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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

Vencedora


Que coincidência! Acabei de responder para Kathya, dizendo que gostaria de ter a certeza de que no final tudo acaba bem e fui ler o seu post, onde vc me diz exatamente isso...


O seu nick é muito apropriado! Sei que me relatou sua história sem nenhuma intenção de desmerecer os meus problemas, mas frente a fatos como os que contou, eu realmente acho que meus problemas são muito pequenos perto do que poderia ser.


Um dos meus questionamentos é sobre a minha capacidade de enfrentar situações dolorosas. Tenho a impressão que não estou preparada nem nunca estarei. Coloco-me no seu lugar e fico pasma pensando que eu certamente não conseguiria superar essas adversidades... Isso me dá um desânimo, pois sei que a vida nos apresenta muitos obstáculos e é preciso superá-los, de uma forma ou de outra. Não me sinto capaz.


O seu relato me fez pensar que a verdadeira felicidade reside na forma como vemos e nos relacionamos com o mundo. É um sentimento que vem de dentro para fora. Mesmo tendo passado por várias dificuldades, vc se considera feliz, e isso reflete mais o seu estado de espírito do que qualquer coisa que esteja a sua volta. É olhar a vida com óculos cor-de-rosa, e não com as lentes embaçadas, como no meu caso. Será que é isso mesmo?


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vencedora
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No PF desde: 14/08/2012

Nanda, eu te confesso que muitas vezes pensei em desistir, achando que não dava conta. E realmente eu me surpreendo comigo mesmo muitas vezes. Eu penso assim: a festa é a gente que faz. Tudo depende de como a gente ver as coisa e nem precisa de comparações para isso. Eu não tenho medo de mudar, porque a vida me obrigou a fazer isso muito cedo. A minha única preocupação é não deixar meus princípios ao longo do caminho. Sofro, choro, sorrio, brinco, mas não desisto. Ainda me iludo muitas vezes porque tenho a mania feia de confiar nas pessoas e sempre acabo quebrando a cara... mas a culpa é minha e as consequencias também.


Eu tenho certeza que logo isso vai passar na sua vida e você vai olhar pra trás e dizer assim: poxa, eu sair ilesa e mais experiente.


Por experiência própria de digo que, quando superamos um trauma, nos olhamos diferente e nos valorizamos mais.

Eu não sei o que está acontecendo com o mundo e com as pessoas. Tudo está tão superficial... o pior de tudo é que a gente acaba ficando um pouco assim também porque 'gato escaldado tem medo de água fria'.

Olha, procura fazer alguma coisa para superar seus limites. Eu adoro turismo de aventura. O que me ajudou muito na época em que eu estava assim, pra baixo, desiludida, foi explorar cavernas. Conheci um lugar maravilhoso chamado Terra Ronca, depois Mambaí e estava me preparando para conhecer a Chapada Diamantina quando engravidei. Mais ainda vou lá, deixa só meus bebês crescerem um pouco que vai a família toda acampar na beira das cachoeiras...rs


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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

Mademoiselle Po...


Então vc é mais uma tripulante desse barco "crise existencial"...


Nossas situações de vida são bem diferentes, mas isso não impede que soframos as mesmas angústias e questões.


Eu cheguei aos 30 casada, com a profissão que sempre imaginei ser a escolha certa e com um filho tudo de bom. Eram esses os meus sonhos de menina: casar, ter filhos, ser médica. Bem, eu consegui realizá-los, mas e aí? Por que sinto a sensação de que falta algo? A impressão de que eu preciso fazer alguma coisa e não sei ao certo o que é? Por que o vazio?


Sem contar esse detalhe que, além de tudo, precisamos agradar àqueles que nos rodeiam... Busque sua felicidade, seu sonhos, mas não decepcione as pessoas que te amam... É possível isso? É justo? Por que temos a maldita mania de criarmos expectativas sobre as pessoas que amamos? Não nos damos conta de que esse comportamento acaba por aprisioná-las e impedi-las de serem quem realmente são? Como conviver com a culpa de decepcionar as pessoas queridas quando resolvemos viver sem máscaras? Essa culpa procede? Parece que não, mas mesmo assim ela existe e nos martiriza.


Se vc tem uma sexualidade diferente da maioria das pessoas, isso não devera representar nenhum problema. Não teria motivos para vc não ser aceita pela família e sociedade. Mas não é assim que funciona. Nascemos já destinadas a cumprir papéis específicos e responder às expectativas daqueles que depositam em nós seus sonhos e esperanças. Essa é uma realidade bastante cruel. É uma poda da liberdade à qual deveríamos ter direito. Liberdade de escolha. Achamos que temos. Mas não é bem assim...


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

desde que eu me entendo por gente, estou em crise existencial... rsrsrs... seguidamente vou para minha caverninha....

minha opinião vai ao encontro com o que a Vencedora postou...

acho que as melhores respostas e soluções são encontradas em nós mesmos...

tentar preencher o vazio (que é comum a todos os seres humanos ) em terceiros, no trabalho ou estudos... dará um alívio por um certo tempo, mas logo voltará a sensação que nada basta, que tudo é raso... vira quase um fuga.. não pensar, não trabalhar os problemas...

um boa ferramenta é conhecermos e principalmente nos perdoar... perdoar nossa humanidade tão falha... ninguém é perfeito... estamos aqui para um aprendizado, até o último dos nossos dias....

alguns precisam de mais tempo... vão a passinhos de bebe... cada um tem seu ritmo, não dá para forçar ...

outros tem suas convicções tão enraizadas que é difícil mudar... e na minha opinião temos que mudar... constantemente... nos desprender de antigas peles (erros, manias, ideologias, preconceitos)...

uma boa opção é terapia, ajuda um pocado no auto conhecimento... e amigos.... ahhh amigos é tudo de bom.... com amigos certos podemos mostrar nossa faceta mais negra, chata ou depressiva e mesmo assim estão lá... ao nosso lado...


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Miss J
No PF desde: 26/07/2012

Nandablue, isso mesmo, a felicidade é um estado íntimo, por isso as condições ideais ao nosso redor não a garante, nem as condições desfavoráveis a exclui.

Os maiores obstáculos não estão fora, mas na nossa própria intimidade. Crises existenciais nada mais são do que a vida convidando a reciclar conceitos e educar más tendências.


"Angústia é o chamado da vida interior para novas descobertas sobre si mesmo."


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Mademoiselle Po...
No PF desde: 11/07/2012

Nanda, disseste tudo. Vazio.


Mas pra mim ainda tem a culpa. Não me aceito bissexual por minha religião e minha família, e tô envolvida, namorando ou sei lá o que, uma garota. E moro com meus pais, parece que tenho menos direito ainda de desagradá-los. Tenho o sonho de casar com um homem e ter filhos, falei a ela que talvez faça isso, e ela aceitaria até ser minha amante. Eu nunca apoiei traição, penso em contar tudo ao meu namorado ou marido.


Meu problema maior é a culpa por não estar sendo e fazendo o que eu acho que deveria ser e fazer. A tua, Nanda, acho que é não se contentar com o que conseguiu, querer mais da vida. Já pensou em escrever?


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Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

_Ana_


Comecei a viver essa crise existencial há uns 5 anos. Quando criança, adolescente e mesmo já adulta, nunca tinha me preocupado com essas questões e, bem pelo contrário, achava que sabia o que queria para minha vida. Talvez se eu tivesse começado a questionar as coisas mais cedo, minha vida tivesse hoje um outro sentido. A impressão que eu tenho é que fui fazendo as coisas no automático, sem parar para pensar:"o que eu realmente quero para minha vida?"


Miss J


Isso que vc falou faz muito sentido. Tenho essa consciência que as limitações estão dentro de mim, e não ao meu redor. Realmente a minha forma atual de ver o mundo torna muito difícil um estado de espírito leve que propicie paz e felicidade. Só espero que esse panorama possa ser modificado. Mudar a minha forma de ver e entender o mundo não deve ser uma coisa muito fácil.