O site Preciso Falar esta inativo para login e novas contas. Agradecemos a compreensão.
Crise existencial
Por fim: não viva para os outros, embora os ame. Viva para você, porque sem nos amarmos e estarmos felizes ou algo próximo disso, como vamos poder dar amor e felicidade às outrs pessoas? Não podemos dar o que não temos, e tudo o que é puro vem de dentro pra fora. Seja quem é, erre, mude, recaia, caia e levante... Levante e caia, reinvente-se. É assim que eu acho que se vive: tendo a coragem de ir, sem saber bem pra onde e de onde estamos vindo.
Querida Nandablue, não se martirize!
Posso estar sendo óbvia, e não sou tão boa em dar conselhos... mas a vida é feita assim mesmo, de vários ciclos de crises existenciais. Na adolescência (geralmente, embora isso às vezes aconteça, infelizmente, bem mais cedo) descobrimos que o mundo é cruel , que nossos pais não são perfeitos.
Aí entramos na faculdade, começamos a trabalhar e vimos que, mesmo tendo escolhido a dedo nossa profissão, vamos ter que engolir muitos sapos.
Você se acostuma com isso, namora, começa a construir uma famíluia, e fica se perguntando se é isso mesmo que quer, se não teria sido melhor ter escolhido outro caminho. Toma uma decisão X e fica pensando se não teria sido melhor a decisão Y. Magoa alguém e questiona suas atitude, seus defeitos...
Entrar nessas crises realmente não é nada agradável, mas entrar nelas com consciência disso, e tentar fazer algo (como fazer terapia, desabafar aqui) é um grande passo. Depois, como já foi muito bem mencionado aqui, permita-se errar, permita-se ter certos sentimentos que nem sempre são bons.
Todos nós seres humanos às sentimos inveja, ou somos tomados por sentimentos sádicos, ou temos vontade de trair, mentir, bater, destruir... o importante é que saibamos controlar isso, não deixar que tomem conta. E, se errarmos, tentar consertar, reparar, superar.
Como já se diz por aí, cada um tem a cruz que possa carregar. Seus problemas podem parecer minúsculos diante dos problemas alheios, mas isso não te tira o direito de se questionar sofrer por eles.
Fica bem, e força! Garanto que daqui algum tempo, você vai olhar pra trás e ver o quanto isso pode ter sido bom pra tua vida! :)
Nanda querida, faça algo leve, um curso de francês, de violão ou ilustração, algo com início e fim, uma faculdade, será mais um peso, mais uma função, achei a dica ótima para esse momento turvo... sei como se sente, acho q depositaram coisas demais sobre nós e ficamos tentando a perfeição, odiamos nossa humanidade, queríamos mesmo ser as super heroínas, mas fazer o q, tudo é aprendizado e todas as escolhas tem um preço alto em renúncias. Espero alcançar o momento da aceitação como disse sabiamente a amiga Iani.
Sei q nada do q falo aqui é novidade, mas passei para compartilhar meu sentimento e minha solidariedade, pois te entendo... por também viver dias de Nanda Blue. bjooo
Então Nanda, eu vou continuar postando a minha visão porque como eu disse, lendo o seu relato eu tenho a sensação que talvez haja uma identificação.
Engraçado, eu li alguns post e acho que há uma visão distorcida do que seja esse sentimento, na realidade enxergam de maneira diferente, acho que todos percebem um sentimento de tristeza aguda, depressão, etc, mas não é, e sim uma ausência, uma falta, volto a repetir, uma incompletude e por ultimo uma cobrança, pois sabemos que temos um vida que deveríamos agradecer(saúde, respeito, família, etc) e não estarmos satisfeitas de alguma forma.
É como se as coisas não tivessem, por melhores que sejam, o encaixe necessário (eu estou tentando, não é fácil escrever o que sentimos).
Bom, Sartre dizia que o “o inferno é sempre o outro!” eu protesto, em termos, porque sim, eu tenho certeza como sempre falo, nosso mundo é mental, mas há nesse sentimento “embaçado” (peguei emprestado da sua fala) a contribuição involuntária do outro, porque nos prende e não nos completa muitas vezes, mais ou menos isso, por isso quando achamos algo ou alguém que consegue nos tirar, nem se for por pouco desse vazio se torna diferente, digamos assim.
Vc mencionou a fé, isso é muito valido! É um porto seguro não só em questão dessa fase que você está passando, mas um sustento vida a fora, faz com que a gente desenvolva a nossa inteligência emocional de forma mais branda, com mais passividade e aceitação.
Talvez o tradicional não esteja te preenchendo mais, isso acontece, já leu ou se inteirou de outras filosofias? Pode ser que vc se encontre, tem muitas coisas interessantes por ai, com mais agudeza e respostas para o nosso estado de espírito.
Boa noite Nanda. Olha, é exatamente isso: somos HUMANOS, imperfeitos, incompletos, somos existências pairando na escuridão do universo. E aceitar essa incompletude eu acho que é parte essencial do que se possa aproximar da felicidade. Aceitar que temos tantos defeitos e que não temos nem teremos todas as respostas. "Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter" como disseram os Engenheiros do Hawaii.
O problema é que este mundo está sempre nos cobranddo que sejamos pessoas perfeitas. Aparentemente precisamos ser boas mães/pais, maridos/esposas, bons trabalhadores, boas pessoas, perdoar, amar ao próximo, amar-se e outras coisas. Algumas pessoas aceitam sua imerfeição imensa, e outras acabam ficando frustradas por não conseguirem ser o que acham que deveriam. O que as pessoas parecem achar que deveriam ser. E o engraçado é que as pessoas estão sempre apontando todos os erros do mundo umas das outras, mas para ver os seus, que não são muito melhores, como? Outras pessoas, por sua vez, se acham piores do que são, têm uma culpa acumulada ruminando na boca do coração. Culpa de outras pessoas que as condenam ou de suas experiências de vida, além é claro da personalidade de cada pessoa. Mas acredito que infelizmente o mais comum são pessoas que "não se enxergam", e projetam seus defeitos e problemas nos outros. Se soubéssemos aceitar mais as outras pessoas como são, em suas imperfeições, e nossa própria imperfeição imersa no vazio da vida (de onde viemos e para onde vamos, o que estamos fazendo aqui?) tudo seria mais fácil.
Sei bem o que é esse existencialismo teimoso que se fortalece com o tempo. Mas acho que devemos fazer como os Beatles e "Let it be". As pessoas estão aí para te dar estereótipos, te criticar, te dizer como é viver e o que é certo. Mas eu só acredito naquilo que vem de dentro do coração, da alma, de dentro pra fora. Não sendo assim seremos fantoches de nós mesmos e não faremos diferença em um mundo em que ser quem se é custa muito caro.
CULPA. Precisamos aplacar isso. Precisamos ver que é errando que se aprende, e que errar é muito humano. Aqueles que mais criticam os outros são os que têm menos capacidade de no fundo aceitar quem são e para isso precisam subjugar seus semelhantes.
Desistiir de buscar explicações e entender? Claro que não... Mas aceitar nossas limitações e as limitações dos outros. Às vezes a busca da felicidade é a própria felicidade. A sociedade idealiza o que é simples, embora não seja fácil.
Viver é isso, é descobrir quem se é e quem se pode ser. É não saber o futuro e não esquecer o passado. É olhar no espelho e aceitar que somos apenas humanos.
Somos todos crianças esperando o colo do mundo.