A vingança da traída

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Gaucho_Laçador
No PF desde: 20/01/2011

Girlie


Em um dos teus depoimentos vc fala do seu marido (médico) e de pessoas \"de categoria\"...

Não entendo esse tipo de coisa. O cara tem tanta categoria que mesmo vocês sendo \"um casal jovem, bonito e bem sucedido\" ele vai lá e cata uma guriazinha da cidade. Um médico que utiliza \"orkut\". Diz pra ele fazer um outro orkut com outro nome, e tenta descobrir se ele nao tem outro celular (o que você nao sabe e não fuça. Ou se o celular dele é pra 2 chips).

Pq ele tem mais \"categoria\" que o Paulão afastando uma bola alçada na área do grêmio....

Mas me diz, tu não cogita a hipótese de se separar porque ele falou que não houve a traição \"de fato\", pq você o ama (mesmo não confiando), ou pq você também já colocou ele pra \"caminhar no arame\" em algum momento dessa relação confusa de vocês?


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Helena Alves
No PF desde: 18/01/2011

girlei, não acho seu problema banal viu? ao contrário, no seu lugar eu tbém teria vontade de esganar a vagabunda, mas, acho que vc deve ficar por cima dela, deve ignorar para que ela sinta que isso não vai afetar seu casamento.

Espere essa raiva passar e depois vai ver que eu tinha razão.

Boa sorte


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girlie
No PF desde: 13/01/2011

Júpiter,

preciso e afiado como um bisturi. A comparação médica também não podia ser menos óbvia...

Gaúcho,

se eu já achava orkut um troço brega - apesar de tê-lo -, agora, então... Enfim, quanto aos dois celulares, já soube que ele tinha um só pra isso. Botou o chip fora na minha frente, o que não impede que haja próximos ou outros chips...

Sabem, tudo isso que eu contei não mereceu muitos comentários sobre a \"honestidade\" pós-flagrante do meu marido. Vcs acham qur tudo isso (me contar toda a verdade, até os detalhes mais sórdidos que eu fiz questão de saber) foi só culpa ou pode haver um desejo genuíno de redenção? Que pode haver arrependimento sincero?

Quando eu pedi que ele me contasse tudo, mas tuuuuuudo mesmo, eu pretendia me sentir incluída, ou menos enganada, se é que me entendem. Era uma forma de ele me provar que ela não significou nada, já que não estava tentando protegê-la de nada. Tudo o que ele me disse volta-e-meia vinha permeado de protestos contra minha auto-flagelação; meu marido sempre achou que eu estava indo além, me judiando desnecessariamente ao escutar certas coisas, mas sempre tive isso bem claro: queria saber de tudo.

Mas, voltando, Gaúcho: ainda amo meu marido, essas coisas a gente não despreza automaticamente. Nunca o coloquei na berlinda, sempre fui muito caxias. Achava que não tinha talento nem perfil pra trair, pq nunca senti vontade, nunca mesmo até agora - embora saiba que nunca se deve dizer nunca.

Na hora do pico da raiva, prometi que iria dar o troco, mas já ao falar sabia que era babaquice. Não conseguiria me violentar dessa maneira, que trouxa.

Só não sei se continuo casada pq, de novo, só de amor não se vive. A gente precisa de uma estrada plana e segura pra poder caminhar junto. Tenho dúvida se devo dar uma nova oportunidade e não sei dizer se seria capaz de conviver com esse fantasma. Ainda estou pensando.


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Shaggy
Offline
No PF desde: 19/11/2010

Li tudo... Essas tuas idéias acabarão com vocês três, carreira, reputação etc... Esqueça essa história, infiéis são tão baixos que não vale a pena destinar boa parte do teu precioso tempo com eles! Tu sabes que o teu marido não presta e que ele é o principal culpado da situação, culpar a garota (éclaro que ela tem a parcela dela de culpa) é tirar boa parte do peso das costas do teu marido, é desvirtuar a atenção para a falta de caráter dele pois ele tem um compromisso contigo e não respeita, se te respeitasse não dava chances de uma mulher se aproximar dele. Por isso você sabe que não vale a pena investir e dedicar-se a uma pessoa assim...


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girlie
No PF desde: 13/01/2011

Oi, Shaggy,

estava esperando um comentário teu, tão assíduo aqui no fórum.

Disse, na época, ao meu marido, que ele era um mega mau caráter. Pelo menos foi.

Só que eu acho que ele presta, sim. Por todas as outras coisas que fez na vida e que é.

Mas que ele c*gou o [***] comigo, ô, se c*gou.

A questão filosófica é saber o que a gente faz com todas as pessoas que são mau caráteres com a gente: enfia tudo num saco e manda pro descarte? Isso tb me parece uma solução simplista demais.


Mas, olha: sempre tive o cuidado de dar as devidas cargas a quem merecia. Não caí na tentação de amenizar a culpa dele, achando que a vadia era [só] ela.


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Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

Quote:
Vcs acham qur tudo isso (me contar toda a verdade, até os detalhes mais sórdidos que eu fiz questão de saber) foi só culpa ou pode haver um desejo genuíno de redenção? Que pode haver arrependimento sincero?


Cuidado aqui: o que importa mais? Se seu marido, de um traidorzinho amador e barato, passou a ser o marido perfeito (coincidentemente, depois que foi pego em flagrante...fácil né?) ou se vc, mulher adulta, vai aceitar isso ou não?


Em resumo, preocupe-se com o que VOCÊ pensa sobre a traição que sofreu.


Se teu marido está arrependido ou não, é problema dele. Ele que lide com a própria culpa, porque graças a essa atitude infantil e amadora dele, vc já tem bastante coisas com que se preocupar.


Por fim, sendo mais objetivo: pense na criança que é surpreendida \"fazendo o que não deve\", qual a reação dela? Primeiro, ela tenta negar (não fui eu!), mas quando a sua culpa é óbvia, ela passa para a fase seguinte, que é a de pedir perdão (para não levar palmada) e prometer NUNCA MAIS repetir o ato.


É mais ou menos o caso do seu marido. Durante um tempo, vai dançar conforme a música e concordar com tudo que vc disser, mas e depois que a poeira baixar?

Isso, só vc pode responder. Reflita e decida.


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Marianna
No PF desde: 02/03/2010

Quote:
Tenho dúvida se devo dar uma nova oportunidade e não sei dizer se seria capaz de conviver com esse fantasma. Ainda estou pensando.


Girlie, acho que toda a tua raiva da outra e tempo dispendido na \"vingança perfeita\" é para te desviar da dor de assumir a tua vida, a tua mágoa e como tu queres/podes lidar com tudo isso que aconteceu.


Estás evitando pensar em como será teu relacionamento daqui para frente, óbvio que o que a outra fez foi errado, mas o grosso da munição (a tua atenção) não devia ser direcionado a ela.


Já pensou como será teu relacionamento daqui para frente? Como conseguir confiar em alguém que não tem uma rotina de trabalho? Como não surtar com ligações (que para médicos são normais) no meio da noite?


Muda o foco do teu olhar, esquece essa coitada, sofre, mas pelos \"motivos certos\", motivos que te levarão a reflexões para melhorar a TUA vida não piorar a dos outros.


Achei estranho alguém com a tua profissão vir nos questionar sobre implicações jurídicas das tuas ideias, como assim??? Numa cidade pequena tudo que tu fizeres será multiplicado por mil e podes prejudicar a carreira do teu marido e a tua, além das reputações. Vale a pena???


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girlie
No PF desde: 13/01/2011

O espaço aqui é pouco para tanto pensamento.

Júpiter,

se eu eventualmente deixei a impressão de que entendia-desculpava-relevava o que meu marido fez, então eu errei. Não é nada disso. Embora não com a mesma perspicácia, em algum momento anterior eu cheguei a pensar que estava na posição de mãe enraivecida e ele, de filho que fez uma arte.

Mas a gente sabe que não é nada disso e que quando acontece uma situação de traição as pessoas tendem a reagir dessa mesma maneira: uma furiosa e a outra, amenizando. Isso quando não nega até a morte, o que não é o meu caso.

O que eu penso da traição? Vixe... senta que lá vem história.

Eu costumava achar que traição era algo mais ou menos cromossômico. Que a gente já nasce com o DNA da promiscuidade. O curioso é que nunca tive vontade de me compartilhar por aí, mas percebia que esse era um desejo real e velado de 99% da população. Logo, concluía que devia ser algo genético e ancestral. Que a vida da gente era lutar contra esses impulsos, mas que, no fundo, a traição era algo a ser esperado.

Até o dia em que aconteceu comigo e eu fiquei louca, fiquei fula, quis matar (mas não morrer). Achei que a deslealdade dele tinha sido maior do que a infidelidade, mas esses são conceitos difíceis de entender. Ser infiel é uma coisa; ser desleal (isto é, ir contra princípios e ajustes prévios, combinações anteriores, pactos íntimos) é muito grave.

Então, hoje eu mudei minha opinião sobre traição. Não encaro como um problema puramente moral, mas como uma circunstância que obriga a refletir sobre o sucesso de uma relação. Sentir vontade de variar pode ser algo natural, como eu disse antes, e até compreensível, mas só SENTIR. VIVER isso às escondidas com outra pessoa tem um monte de significados e, creiam em mim, estou trabalhando arduamente para entendê-los todos.


Mariana,

são tantos os frequentadores do PF que algum deles deve ou ter vivido o mesmo que eu, ou ter orientação legal para me ajudar a pensar o problema. É óbvio que eu conheço as consequências de matar ou esfolar alguém. Eu precisava era escutar críticas duras, severas de todos, ou ter apoio, ou ler alguma sugestão do que fazer - se é que há algo digno que eu possa fazer agora.

Só que tu tens razão em lembrar que a gente deve sofrer pelos motivos certos; isso é uma das coisas mais sensatas e profundas que já foi dito aqui e tem grandes ares de filosofia.

Quanto a como vai ser daqui pra frente, não sei. Tenho vivido um dia por vez e tentado ao máximo segurar a onda, mas a cada vez que vejo novas buscas dessa pessoa atrás dele, me preocupo se haverá implicações.

A gente mora num lugar, pra vcs terem ideia, em que praticamente não existem segredos. Além da humilhação e decepção interna, é evidente que eu me incomodo de meu nome estar em boca de Matilde. Isso não é por dar bola pro que os outros acham, mas é por instinto de preservação. Se alguém disser que se lixa pros outros estarem debochando de si, por favor, pessoal: isso não é normal nem razoável.


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Jean
No PF desde: 11/11/2010

girlie,


muita gente já falou aqui, mas vou dar a minha opinião assim mesmo.


Lembre sempre que violência gera violência... e nao leva a nada??? aqui tenha cuidado, pq quem tem as maiores chances de de alguem poder se ferrar, esse alguém é você!!!


Se eu fosse o seu marido:


1. Se eu quissesse viver em paz e feliz novamente:


Deletava orkut, trocava celular (se bem que nao sei se adiantaria, pois como ela trabalha no mesmo lugar), e terminava com essa relação do meu jeito... ou seja, deixe ele fazer isso à maneira que ele achar melhor.


2. Se eu quissesse continuar aprontando:


Como você é ciumenta e explosiva, eu me divertiria vendo você aprontar as suas loucuras. Abriria outro orkut e manteria celular oculto de vc... vc ia pintar o capeta, cismar que eu tenho algo, que estou escondendo tudo, mas que você N-U-N-C-A , nunca confirmaria.


3. Se eu quissesse te dar uma lição:


Aqui, melhor não vou nem comentar...


Se eu fosse você:


Conversava com ele na boa, firmemente, e colocava todos as cartas na mesa... e as consequências desses atos também. Tudo isto, com calma, sem alterar a voz. Se ele for fazer merda, que a faça bem feita, pq as consequências vão pesar para ele se você comprovar da próxima vez. As vezes uma boa conversa, sem violência, e quando a outra pessoa percebe que é seria, ajuda e ajuda muito.


Se vc for brigando, e vc nao puder se controlar, é melhor esquecer tudo... e quem sabe, avaliar bem o que vc quer para você: Se uma vida de corna mansa, de louca (pelas desconfianças latentes e q vc vai continuar a ser detetive, etc.), talvez avaliar a possibilidade de um novo caminho para a sua vida... ou de presidiaria. Vc decide !!!


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pequenina
No PF desde: 01/07/2010

\"Girlie, acho que toda a tua raiva da outra e tempo dispendido na \"vingança perfeita\" é para te desviar da dor de assumir a tua vida, a tua mágoa e como tu queres/podes lidar com tudo isso que aconteceu.


Estás evitando pensar em como será teu relacionamento daqui para frente, óbvio que o que a outra fez foi errado, mas o grosso da munição (a tua atenção) não devia ser direcionado a ela\"


Colocação perfeita da Marianna, e esse caminho não é fácil Girlie. Por essas e por outras que considero traição uma atitude tão cruel, pois quem fica com a grande parcela da dor é quem foi enganado. E ainda resta a responsabilidade de definir como as coisas serão dali para frente e em meio a uma instabilidade emocional.


Não entro no quesito traição deve ou não ser perdoada, acho que cada casal tem um contexto próprio que abre margens a variáveis de possibilidades. Mas uma coisa é fato, lidar com as consequência dos próprios erros já não é fácil, e ser obrigada a sofrer as consequências dos erros alheios, além de difícl é doloroso.