Homofobia se combate assim?

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*Cris*
No PF desde: 08/06/2010

Sei que não tem muito haver com o tópico, mas, vou postar aqui uma reportagem do clicrbs...

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Homem suspeito de ser aliciador de menores é preso em Balneário Camboriú


Uma operação realizada na noite desta quarta-feira entre Conselho Tutelar de Camboriú, Conselho Tutelar de Balneário Camboriú, Núcleo de Prevenção à Pedofilia e Polícia Militar, resultou na prisão de um homem de 23 anos, suspeito de ser aliciador de menores.


A descoberta do aliciador ocorreu depois da abordagem de um adolescente na 3ª Avenida, onde fazia programas. O rapaz de 16 anos estava vestido de mulher. O aliciador estava junto com o adolescente.


O Conselho Tutelar entrou em contato com a mãe do rapaz. Ela contou que o filho foi levado de Curitiba para Balneário Camboriú há uma semana. A família não teria autorizado a vinda do adolescente. O rapaz prestou depoimento e foi levado até a casa de passagem, onde aguarda a chegada dos pais.


A Polícia Civil está cuidando do caso e investiga a existência de uma rede de exploração sexual na região de Balneário Camboriú.




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Eu fico horrorizada em ver que tem gente desse tipo roubando a juventude de crianças e adolescentes...

Ainda bem que foi preso que fique lá um loooongo tempo...


Obs.: Na foto, da pra ver o guri de costas... Nossa!!! As pernas dele são lindas... rsrsrs :p


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

Já que li alguns comentários a respeito de homossexualismo em outras sociedades, estou postando aqui um artigo a respeito do assunto em sociedades indígenas americanas, onde a figura do berdache, tinha uma importante função ritual dado que entendia-se serem pessoas portadoras de \"dois espíritos\". O mais interessante de tudo é que muitas dessas sociedades que não só tinham um nível de tolerância admirável, mas também encaixavam essas figuras aparentemente dissonantes em um papel social importante e especifico forams e tornando homofóbicas na medida em que foi aumentando o contato interétnico com a sociedade branca...Muito triste.


http://homotheosis.blogspot.com/2010/05/da-diferenca-entre-gay-e-two-spirit.ht


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Aprendiz42
No PF desde: 26/02/2011

Caros,

Quando em uma área qualquer – seja em um site, seja em um clube, ou mesmo happy-hour num bar – em meio a um debate, me deparo com “ argumentos” que se iniciam ou descambam para um “ é você que é isto” ou “você que é mais aquilo”, sempre me vem a memória uma frase de minha filha adolescente : “ Pai, apelou perdeu...”

Esta é uma prática muito adotada - infelizmente não só neste fórum - que torna explícita a maneira autoritária e radical - independente da “cultura ou conhecimento” de quem a ela recorre - a Intolerância a opinião de quem vê ou percebe, uma situação de maneira diferente.

Nasci e cresci em uma cidade, São Paulo, em que, por toda a minha infância e adolescência,

Vi , vivi, e assisti a cenas em que afloraram o MELHOR de várias culturas que em seus países de origem seriam impensáveis.

Nesta cidade, assisti as comunidades judia, alemã, árabe, chinesa, coreana, japonesa, alemã, negras, nordestina e latinas várias, compartilharem seus espaços e conviverem de maneira harmoniosa.

Presenciei um Pastor, de uma evangélica (Metodista) disponibilizar o Templo, para celebração de um casamento inter-religioso. E a cerimônia foi celebrada por um Padre!


Depois de viver todas estas experiências...ser classificado de “preconceituoso”...pasmei.


O que aqui se está debatendo, assim percebo, não são formas de combate a discriminação de homossexuais. Mas sim a Concessão de privilégios a praticantes de atos sexuais com parceiros de mesmo SEXO, abrigados todos,sob um “guarda-chuva” de conceito totalmente abstrato, denominado de lei de “ criminalizaçao da homofobia “.

Por enquanto, ainda é projeto (PL 122-2006). Rezemos para que nossos nada-iluminados congressistas o RE-reprovem.


Circe,


Hermenêutica é a ciência filosófica voltada para o meio de interpretação de um objeto. No caso do Direito, trata-se de técnica específica que visa a compreender a aplicabilidade de um texto legal.

Em palavras mais simples: quando uma lei entra em vigor, assim como toda e qualquer literatura, se requer uma compreensão de seu conteúdo. Se não houvesse regras específicas para tal interpretação (e é disso que trata a hermenêutica jurídica), cada qual poderia (quer juízes, quer advogados) entender a lei da maneira que melhor lhe conviesse. Logo, a Hermenêutica traz para o mundo jurídico uma maior segurança no que diz respeito à aplicação da lei, e, ao mesmo tempo, assegura ao legislador uma antevisão de como será aplicado o texto legal, antes mesmo que entre em vigor.


Não há desconhecimento de termo que uma “gugada” não resolva...


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Aprendiz42
No PF desde: 26/02/2011

“Saudações meu caro Aprendiz! Não há mestres aqui. Estamos todos no mesmo barco!”


Caro Australopithecus ( Altus Efficitur Evoluta ! )

Sempre há um mestre, por mais simples que seja o barco.

A distinção a ti vem de constatar que contigo, aprendo!


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LivT
No PF desde: 23/07/2010

Quote:
O que aqui se está debatendo, assim percebo, não são formas de combate a discriminação de homossexuais. Mas sim a Concessão de privilégios a praticantes de atos sexuais com parceiros de mesmo SEXO, abrigados todos,sob um “guarda-chuva” de conceito totalmente abstrato, denominado de lei de “ criminalizaçao da homofobia “.

Por enquanto, ainda é projeto (PL 122-2006). Rezemos para que nossos nada-iluminados congressistas o RE-reprovem.


Aprendiz,


aqui não se está debatendo a lei de criminalização da homofobia, não. Ao menos, este não é o tema central do debate, e, sem dúvida, não é o motivo da controvérsia maior entre os posts.


O maior motivo de divergência, aqui, é a legitimidade da reivindicação do reconhecimento da união sob entidade familiar E do casamento entre pessoas do mesmo sexo.


Sobre a homofobia em si não ser uma coisa legal, e sobre os exageros que as pessoas cometem com a pretensa intenção de defender uma causa, acho que todos mais ou menos convergem.


Legal, Belle. O link está quebrado, mas consegui achar o texto no blog. Assim que der, vou ler. Acho que é esse tipo de análise que realmente ajuda a fundamentar o debate.


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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010
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Shaggy
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No PF desde: 19/11/2010

Quote:
O maior motivo de divergência, aqui, é a legitimidade da reivindicação do reconhecimento da união sob entidade familiar E do casamento entre pessoas do mesmo sexo.


Perfeito LivT!


Esse é um dos pontos pra onde o debate pendeu


Mas quando eu criei o tópico não foi com idéia de debater a legitimidade do homossexualismo e suas reinvindicações por entender que as pessoas devem ser livres pra fezerem suas próprias escolhas. Logo suas escolhas são legítimas. Mas foi principalmente por isso:


Quote:
sobre os exageros que as pessoas cometem com a pretensa intenção de defender uma causa


Porque é através dos exageros que surge a antipatia e faz com que a discriminação aumente... Pois exageros sempre acabam excedendo e irrompendo os limites do bom senso e consequentemente da boa convivência.


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Gulherme
No PF desde: 13/05/2010

Não sei o que esperam conseguir com o mega beijo; Bolsanaro já foi ridicularizado o suficiente, para quê esse showzinho sem sentido?


Depois ficam com a tarja de \"espetaculosos\" e reclamam.


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Circe
No PF desde: 17/04/2010

Aprendiz,


Eu chamei você de preconceituoso e você compreendeu o motivo, não? Você alega que não se pode reconhecer união entre pessoas do mesmo sexo por não estar prevista em lei, depois afirma que não se pode criar leis que tratem especificadamente dos sujeitos daquela relação. Em síntese: não pode porque não tem, não deve ter porque não é correto. Diante disso, não há direito a ser estendido e por qual motivo?


O doloroso é vir aqui trata de direitos iguais para pessoas iguais e ouvir gente dizendo que homossexual não é normal, que é aberração, que o que está posto é costume e não se muda o que está imperando há séculos. É uma preocupação com o direito do outro ter o mesmo direito que o seu que realmente provoca indignação. Se em nada me afeta o exercício do direito do outro, porque me incomodo tanto?


Sobre o tal PL, me manifestei contra, você deve ter lido. Também sou contra essa papagaiada que o Cabral fez. Eu não gosto, nunca gostei, de protecionismo ou concessão de benefício a grupo social em razão de motivos íntimos daquele grupo - aliás, até postei uma matéria sobre o projeto de isenção tributos de templos religiosos e ninguém se manifestou a respeito. :)


E que bom que você deu uma pesquisada e compreendeu o que eu quis dizer: a lei é interpretada sempre conforme preceitos constitucionais, esse é o embasamento do nosso arcabouço jurídico. E foi com base nessa intepretação que foi reconhecida a união estável. É algo simples, mas há quem não compreenda e se insurja por motivos vários.


Quote:
Porque é através dos exageros que surge a antipatia e faz com que a discriminação aumente... Pois exageros sempre acabam excedendo e irrompendo os limites do bom senso e consequentemente da boa convivência.


Então acho que há certo consenso, Shaggy. Aliás, também não acho válida a orientação do sr. Cabral. Me desculpem os demais, mas isso me soou muito como \'pré-campanha política\'.


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Australopithecus
No PF desde: 10/02/2010

Minha cara Circe! Satisfação em revê-la! Tem passado bem? Assim espero!


Ah, tem razão! Retiro, portanto e corrigo: não fui chamado de preconceituoso por vc.


Quote:
Citei sociedades onde a prática homossexual era tolerada, não era vista com maus olhos, não era rechaçada. Não apenas gregos, romanos, mas sociedades pré-colombianas tinham a figura do homossexual, que era reconhecida.


Nesse caso, volto a repetir: isso são exemplos de onde a prática homossexual existia. Não estou falando disso. Estou falando de uma sociedade que se formatou a partir de um “ethos” homossexual, ou seja, uma sociedade onde a fundamentação de direitos perpasse pela prática prática homossexual. Isso quer dizer: me mostre uma sociedade ao longo da história que fundamentou leis, direito à sucessão, herança, filhos, família, educação, nobreza, casas reais, castas, feudos, vassalagem, suserania, enfim, qualquer coisa, no “ethos” homossexual. Não vai achar. Pq? Pq o “ethos” fundamental do ser humano ao longo da história é heterossexual. Mas não se espante com isso. Nenhuma sociedade, estado ou corpo jurídico se configurou a partir de um “ethos” vegetariano, por exemplo.


Quote:
Vamos citar os gregos, pra começar: Platão aceitava a homossexualidade e algumas cidades gregas não apenas permitiam a prática, mas a tinham em alta conta. Para pesadelo do Stewie, Creta utilizava a homossexualidade como forma de regulação de população - então ela devia ser aceita, não?


Colocar a Grécia antiga como exemplo não é muito producente para a tua causa. O problema na Grécia é que sim, havia uma prática homossexual e que era mais tolerada por uma simples questão: os gregos entendiam que amor no seu mais alto grau somente era possível entre homens. Pq? Por um simples motivo: consideravam a mulher um ser inferior e indigna de ser amada. E sabe pq a mulher era considerada inferior? Pq era relativamente aceito algo que mais tarde Aristóteles sintetizou da seguinte forma: “Quando a natureza não tem forças para produzir um homem, a natureza produz uma mulher”. A questão do homossesualismo na Grécia antiga é fundamentalmente teórica, a crença de que o amor verdadeiro somente era possível entre homens, pois estes são seres superiores. Além do mais gregos tinham diferentes designações para o amor carnal (Eros) e para o amor espiritual (philia). O amor entre homens entre muito mais no âmbito da philia. Esse é o caso, por exemplo, entre Pátroclo e Aquiles. A cópula em si não era uma necessidade. Isto, claro, entre os ilustrados. Ao mesmo tempo, a prática homossexual mais conhecida entre os gregos era entre um cidadão (senhor) e um escravo, o senhor como ativo e o escravo como passivo.


Platão? Me mostre uma passagem do Banquete ou do Fedro, textos platônicos dedicados ao amor, onde a prática homossexual é validada como “ethos” fundamental. Platão não está interessado na prática sexual em si, mas sim em definir o amor. Tampouco vai encontrar na República e nas Leis qualquer fundamentação desse “ethos” em Platão. Tb duvido que encontre em qualquer mito grego uma fundamentação da homossexualidade nesse sentido.


Além do mais, é interessante vc passar os olhos, por exemplo, sobre Lisístrata, de Aristófanes. É uma peça onde Aristófanes satiriza a guerra entre Atenas e Esparta e como maneira de conseguir a paz, as mulheres fazem uma greve sexual, se negando a ter relações com seus maridos enquanto a guerra durasse. Sociedade muito gay, não?


Portanto, se vc tomar a Grécia como modelo, cuidado, pois vais ter que admitir a superioridade do homem sobre a mulher, coisa que suponho vc não concorde.


Creta? De onde tirou essa informação?


Quote:
Por razões óbvias, a homossexualidade era permitida, não imposta (na grande parte dos casos).


Que razões óbvias são essas?


Quote:
uma situação posta que pode ser mudada para que se reconheça direitos de outras pessoas de viverem segundo sua orientação sexual e terem esse direito reconhecido pelo Estado.


Não me oponho que o Estado reconheça um “ethos” marginal, mas me oponho a essa subversão conceitual. E me oponho que esse “ethos” marginal tenha reconhecimento idêntico ao “ethos” heterossexual no que diz respeito à família e filhos. Logo, acabei de dizer MAIS UMA vez, que o Estado pode reconhecer um “ethos” marginal exatamente como ele é: um “ethos” marginal.


Quote:
Me diga, Austra, onde eu afirmei que o casamento heterossexual está equivocado.


Eu não disse que vc disse isso. Eu disse que vc considera equivocado eu defender um “ethos” que se constituiu ao longo da história como dominante. E é por eu dizer que esse “ethos” se constituiu como dominante desde milênios que vc diz que EU estou equivocado, pois afirma vc que, não me basear nisso, me oponho a qualquer mudança.


Quote:
era entre pessoas de sexos diferentes, mas era um casamento organizado por familiares, com fins políticos, financeiros, etc, desconsiderando o interesse mútuo, a afetividade. A organização social se constituia por uniões contratuais de natureza financeira, política.


Aqui vc claramente se atém ao acidental e não ao essencial. Pouco importa afetividade, interesse financeiro, o que seja. O que importa é que os casamento arranjados refletem o “ethos” heterossexual, sob o qual se constituiu direitos como herança, sucessão, nobreza, castas, feudos e tudo o que disse antes.


Quote:
Ethos não seria a forma de organização social racional que buscava o bem comum, a sobrevivência e continuidade da sociedade? E falar sobre o \'ethos\' de nossa sociedade apenas reforça que costumes estão mudando e que, como sempre aconteceu, o ethos acabará por mudar.


“Ethos” em seu sentido estrito é muito mais uma disposição. Esse é o sentido a que me refiro fundamentalmente. Os sentidos subseqüentes como costume e hábito surge depois como decorrente da disposição essencial.


Quote:
Eu realmente preciso rir disso... Já fiz inúmeras afirmações, ao longo do debate, sobre mudanças nos costumes da sociedade ao longo da história.


E eu falei que não existem mudanças na sociedade? Vc tende a valorizar conseqüências e não a origem. Eu sequer toquei no assunto de mudança social lato sensu. O que estou a falar é sobre uma disposição que configurou uma certa dimensão da vida social. Vc deseja falar de mudanças de costumes como fatos em si, mas estes decorrem do homem, suas disposições, hábitos e costumes. Para falar disso vc precisa falar do homem e não falar dos epifenômenos de suas disposições. Isto pode se configurar de diferentes maneiras a despeito de remontar a uma única origem.


Metaforicamente, estou falando sobre a capacidade do homem falar, e vc está falando sobre línguas específicas. Mas as diferentes línguas tem a mesma origem. E vc insiste em ressaltar uma língua de alcance menor (o gayzismo) como, no mínimo, de domínio equivalente a uma língua franca (o heterossexualismo).


Quote:
seres humanos de um mesmo ordenamento jurídico tem, por razões lógicas, de desfrutar dos mesmos direitos.


E eu disse o contrário? Mas reafirmo: a veadagem per se não garante direito algum. O vegetarianosmo, per se, não garante direito algum. A cor, per se, não garante direito algum. A crença religiosa, per se, não garante direito algum.


Quote:
Para o Austra,


Não mais debaterei contigo, assim espero.


A satisfação desse reencontro foi todo meu, Circe :)