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Engravidar - ato egoísta?
qui, 16/12/2010 - 22:04
Oi pessoal, estou postando essa reportagem que saiu na Super Interessante alguns anos atrás. Achei o tema interessante e relevante para discutirmos aqui.
\"[...] Há vários motivos para a explosão demográfica. Desde a desinformação entre os mais pobres até a irresponsabilidade de famílias de classe média. Independentemente do motivo, o fato é que a população cresce em progressão geométrica, aumentando os problemas sociais e gerando mais violência.[...] Não dá mais para se esconder atrás de dogmas morais ou religiosos, enaltecendo o dom da maternidade e o milagre de gerar uma nova vida.
Por motivos que estão mais ligados ao lucro do que a preocupações humanitárias, a ciência colabora com essa explosão populacional desenvolvendo, a cada dia, métodos de fertilização artificial. Mas por que, em vez de gerar cada vez mais crianças, não damos condições decentes às que estão abandonadas ou que são obrigadas a trabalhar em fornos de carvão? Em vez de promover métodos de fertilização artificial, por que não se promovem eficientes campanhas de adoção?
Países como o Brasil precisam abandonar posturas hipócritas que dificultam a adoção internacional. [...] Por que, então, não facilitamos o caminho para que as crianças possam ser criadas por quem tem condições de dar-lhes uma vida confortável?
[...]As mulheres que passam anos fazendo tratamento para engravidar, gastando até dezenas de milhares de dólares, são consideradas, por boa parte das pessoas, heroínas. Tudo porque conseguiram gerar uma nova vida. Imagine o quanto seria útil se todo esse investimento fosse usado para educar crianças que já nasceram.
Depois de conversar com várias pessoas sobre esse tema, costumo ouvir os mesmos argumentos. O mais enfático deles é aquele que defende o desejo da mulher de gerar uma vida dentro de si. Não haveria nada, afinal, que substituísse o ato de sentir um novo ser crescendo dentro da barriga de uma mulher. Mas, ao seguir essa linha de raciocínio, o que a mulher busca, na verdade, é a auto-satisfação – e não seria exagero dizer que ela estaria mais preocupada em conquistar esse prazer do que pensando no bebê em si. Outra argumentação comum é a de que, ao adotar um bebê, não se tem a garantia de saber a origem da criança. Essa desconfiança parte da tese, sem fundamento, de que o filho de um criminoso pode se tornar um criminoso, mesmo que cresça cercado de carinho. Pelo que eu sei, os genes não garantem que alguém será um mau-caráter ou um cidadão exemplar.[...]
Se a genética e o desejo de engravidar não justificam o repúdio contra a adoção, é possível concluir que o que as futuras mães querem é a garantia de que seus filhos terão um tom de pele próximo do delas. O desejo de engravidar a qualquer custo também tem seu lado racista.[...]
Num planeta cada vez mais desigual, uma mulher que investe em tratamentos para gravidez é, de certa forma, uma egoísta – assim como um casal que tem cinco ou seis filhos. Não têm qualquer preocupação com o futuro do bebê nem com o futuro do planeta. Essa mulher quer apenas provar para ela e para a sociedade que é capaz de cumprir uma falsa obrigação moral: engravidar num mundo cada vez mais cheio de gente.\"
http://super.abril.com.br/ciencia/engravidar-ato-egoista-443342.shtml
Eu concordo e achei muito boa a colocação da jornalista. Só mudaria a parte que ela diz que o casal que tem cinco ou seis filhos é egoísta. No meu ponto de vista, mudaria para acima de 2 filhos esse número.
Acho também que o Brasil precisa mudar a política de adoção. É muita burocracia, uma pessoa fica anos esperando para adotar uma criança! Se as coisas fossem facilitadas eu acredito que mais pessoas pensariam em adoção.
sex, 17/12/2010 - 08:15
#2
Olha, eu fiquei ENOJADA com esse texto.
Vcs sabem que, eu mesma, postei uma opinião contra a maternidade irresponsável no tópico \"filhos, quem não quer\", e fui quase que ovacionada. Considero inadequada a simples procriação, ou seja, gestações \"acidentais\" e irresponsáveis, por pessoas sem estrutura familiar, emocional e social para criarem os filhos.
Mas alguns sabem que, eu mesma, estou fazendo tratamento para engravidar. E fiquei chocada ao ler esse texto cruel e tendencioso ao extremo.
Parece-me que, alguns \"sem filhos\", não se contentam simplesmente de terem sua condição aceita pela sociedade (o que acho mais do que justo), mas querem preconizar e incutir a idéia de que ninguém mais deve ter filhos!
Quando eu penso que determinada pessoa não deveria ter filhos, faço isso pensando no bebê, única e exclusivamente. Imagino que uma pessoa miserável, drogadicta e com outras mazelas não vá dar as condições necessárias para que uma criança cresça e se desenvolva bem. Direito de ter filhos, qualquer um tem. Ninguém pode ser proibido disso. Mas é uma questão de bom senso.
Agora, dizer que um casal bem estruturado e equilibrado é egoísta ao quereR ter filhos, é um completo absurdo. Então vou mudar de idéia e dizer que os sem-filhos também são egoístas, afinal de contas, tenho certeza que o principal motivo de não terem filhos não é o fato de impedir o crescimento populacional, mas sim o fato de estarem pensando no seu próprio bem-estar e conforto...
Se os sem filhos podem defender seu bem estar e conforto sem serem classificados de egoístas, os que querem filhos também têm esse direito.
Giselek, achei lamentável o texto e a sua opinião favorável me deixou realmente triste. Vc não gosta de ter sua vontade respeitada? Poderia começar por respeitar a vontade alheia.
sex, 17/12/2010 - 08:27
#3
Nanda,
Parece q me persegues... tens prazer em me contraditar?rsrsrs
Bom, a opinião é dela. A minha tb é parecida. Vc disvirtua o q foi dito. Por estar querendo engravidar se coloca em estado de \"vítima\". Por isso não irei contra o que dizes, deves estar desesperada...
sex, 17/12/2010 - 08:32
#4
Ah, e tem mais uma coisa!
Acho louvável adotar uma criança. Porém, só por que têm pessoas irresponsáveis que colocam filhos no mundo para abandoná-los, aquelas pessoas que sonham em ter seus próprios filhos devem abdicar de seu desejo de gerar uma criança para adotar uma que foi abandonada?
Ora, isso é um absurdo! Adota quem quiser! E não é necessário deixar de ter seus próprios filhos para adotar o de outros. Conheço famílias com filhos biológicos e adotivos!
sex, 17/12/2010 - 08:35
#5
Eis
Não me referi a vc. Na verdade, nem tinha lido o seu comentário, se vc quer saber. Vc está se dando uma importância que não possui...
Mas pelo que me respondeu, sinto que é vc a me perseguir, e o que é pior, fazendo questão de ser cruel e maldoso ao jogar álcool numa ferida que vc pensa existir. Não, eu não estou desesperada, graças à Deus.
sex, 17/12/2010 - 08:41
#6
Tendo a concordar ipsis literis com as palavras da Nanda.
O texto apresenta argumentos com os quais eu até tendo a concordar pessoalmente: a explosão demográfica, a necessidade de adoção, e um suposto egoísmo sobre o fato da experiência da gravidez (para alguns)...E também concordo que a maioria dos conceitos que nos pautamos são inventados, sobretudo a maternidade.
Porém, é de um reducionismo absurdo e como a Nanda falou “enojante”. O repórter pretende ser o porta-voz supremo da cultura como se pudesse modificar séculos e séculos de cristalizações culturais, onde se incluem o prazer com a própria experiência da gravidez (que fundamentalmente e quase universalmente é ainda o que difere os gêneros), o jogo de adivinhação sobre com quem a criança vai se parecer, etc,etc...isso adoção nenhuma substitui. Inclui-se ainda as próprias dificuldades quanto aos tramites legais para a adoção em nosso pais. O repórter falar como se tudo fosse muito simples e fácil. Adota-se as crianças pobres e num passe de mágica, as mazelas do país estão resolvidas.
E não é. Engravidar é uma decisão séria para muitas pessoas, sobretudo as que estão lutando por engravidar como a Nanda. Adotar também é uma decisão séria e responsável tanto quanto engravidar. Agora querer planificar, generalizar tudo é de uma insensibilidade e burrice impares.
sex, 17/12/2010 - 08:41
#7
\"Num planeta cada vez mais desigual, uma mulher que investe em tratamentos para gravidez é, de certa forma, uma egoísta\"
LAMENTÁVEL...
Se ser egoísta é buscar a sua felicidade... Todos deveríamos ser egoísta então...
Não ha nada mais prazeroso que ser mãe...
Não tem felicidade igual, vc saber que esta gerando um serzinho dentro de vc, ter aquela criaturinha em seus braços, dando os primeiros passos, as primeira vez que te chama de mamãe... Ter filhos não é um ato egoísta, é um ato de amor, carinho...
Ser mãe é uma escolha, respeito a quem não quer ter filhos, mas eu tenho o meu Príncipe, não pra provar nada a ninguém, mas pq eu o amo acima de tudo, ele é a razão da minha vitória, da minha vida... É por ele que eu luto por um futuro melhor...
Parabenizo aqueles que adotam, acho lindo a atitude... Mas adotar uma criança, por achar que estará fazendo um bem para a sociedade, isso não é ato de amor, é uma tentativa de provar que fez a sua parte... Criança, não é como um cachorro que vc adota pra fazer gracinha, adotar uma criança é sério, tem suas responsabilidades assim como quem opta por fazer tratamento para ter filhos...
Cada opinião e vontade deve ser respeitada...
sex, 17/12/2010 - 08:45
#8
Considerando os radicalismos de alguns \"sem-filhos\", não me assustaria as pessoas estarem pregando a esterilização compulsória para os pobres, ou mesmo a morte de recem nascidos de familias pobres, se é que já não o fazem...
sex, 17/12/2010 - 08:52
#9
tbm concordo
\"dizer que um casal bem estruturado e equilibrado é egoísta ao quereR ter filhos, é um completo absurdo\"
Todo mes essa malditaaaa montanha-russa de hormoniosss....uma hora deve servir pra algo, não?
Sempre falo em adotar, acho louvavél....mas incentiva o abandono e irresponsabilidade das parideiras.
sex, 17/12/2010 - 08:54
#10
Belle,
\"Viajou\" total no seu último post, nem vou responder...
Nanda,
Falei brincando sobre a perseguição... importância dá vc ao contexto... não te conheço e estou bem assim, obrigado.
Cris,
A questão é o pessoal (cultuamos o individualismo) se sobrepor ao bem maior q é o bem da humanidade. Acho ser esse o cerne da questão. É para pensar e não \"enojar\". aff
TEns toda razão Gisele.
Esse falso \"dever moral\" de parir nada mais é do q mostrar para os outros q vc é capaz de procriar. A culpa é da sociedade tb, pois, qdo o casal se casa, a primeira coisa a ser cobrada são as crias.
Quer ter filhos? Tem tantas crianças para serem adotadas... fazer isso é ser \"humano\". Um ato de amor, na minha opinião, muito maior do que simplesmente parir. Sem falar na contribuição ao planeta q, aliviado, agradece por menos uma pessoa no mundo superlotado. Claro, adote sabendo das suas condições psicológicas e materiais para isso.