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\"Ñ qremos igualdade, e sim oportunidades iguais\"
seg, 09/08/2010 - 21:08
#2
Em primeiro lugar, ao contrário do que possa ter parecido (entropia de texto, como disse a Carla), eu não quero briguinhas pessoais com ninguém. Mas é difícil, às vezes, separar a discussão retórica do lado pessoal. Acho que Aristóteles, pai da arte, conseguia fazer isso bem.
Vanessa: todas essas consequências de fazer mal à pessoa e à sociedade porque eu aleguei que daria Barbie pra minha filha e carrinho pro meu filho? Acho fatalismo. Não vou criar ninguém em uma caixa hermética, não. Procuro mesclar o que acho bom do passado com o que acho bom do que é moderno. Às vezes posso errar um pouco a receita, mas isso é normal, vivemos errando, pra 8 ou 80, somos humanos. :) Mas também, como tenho crenças religiosas (prefiro falar espirituais, parece menos \"impessoal\" e ritualístico) pretendo educar meus filhos nesses parâmetros. Não com rigidez, obrigando-os, mas mostrando o caminho para que, quando tiverem ciência de seus atos, possam escolher.
Não vejo muito mais, por exemplo, o cavalheirismo. Muita gente acha \"bobagem\". Acho lindo o homem (quando pode) pagar a conta. Acho lindo abrir a porta do carro. Enfim... são meus \"machismos\", entre outros.
Acho que as coisas não são tão rijas assim. Tão extremas. Tão \"Efeito Borboleta\", um bater de asas na infância vai gerar um terremoto. Mas, tua opinião.
seg, 09/08/2010 - 21:16
#3
Carla... Tô tão cansada, que sinceramente não tenho nem forças físicas pra pensar direito. Tô até com dor de cabeça. E TPM. Enfim... Há um velhíssimo debate entre passado X futuro. Muito vem da criação. Pessoas criadas com mais liberdade tentem a ser mais libertárias. Ou, então, vem da personalidade: pessoas naturalmente mais ousadas, geralmente com tendências artísticas e criativas. E eu sou uma pessoa com tendências artísticas. Mas, ao mesmo tempo, dou muito valor a muitas coisas que aprendi com meus antepassados e meus pais. Tento equilibrar essa balança frágil e louca com esforço, e às vezes também digo: \"Ah, que fique de qualquer jeito\".
Aí tu falou bem, tua opinião. É tudo opiniões. Não temos um \"Tratado do que é Correto ou Adequado\". Temos milhares de tratadoss emitidos todos os dias por milhares de pessoas. Pra cada pessoa, uma situação, uma vida. E cada vida é praticamente infinita, então cabe muita coisa diferente em cada uma. O que é bom pra um pode não ser pra outro. Mas, às vezes, o que é bom parece ser universal pra todo mundo.
Sejamos felizes... é o que importa. Mas felizes de verdade, na alma e não só por fora, na camada quebradiça da aparência. Isso que é difícil.
seg, 09/08/2010 - 21:24
#4
Já q vc falou em religião, eu sou budista e creio na lei de causa e efeito. Por isso, acredito que, td q eu faço hj, pra mim ou pros outros, trará consequencias na minha vida. Por isso delineei toda essa sequencia de possibilidades a partir da educação q vc dá aos filhos.
Sim, é possível eles serem criados desse jeito \"tradicional\" e justamente por isso um belo dia vc ter uma filha como eu.... hahaha... Mas se vc pode repensar seus conceitos hj, pra q vai correr o risco de seus filhos serem infelizes no futuro por ações suas? Não digo pra vc mudar, digo pra repensar seus conceitos, abrir a cabeça e ouvir o que falamos, pensar nos motivos q te levam a pensar assim ou assado e nas consequencias possiveis de tais pensamentos pra sua vida e pra a vida de seus filhos e outras pessoas de seu convívio. Se ler este tópico desde o começo vai ver q eu mesma mudei no decorrer dele.
seg, 09/08/2010 - 21:29
#5
Vanessa...
Se tu me acha tradicional, e vocês aqui, imagina que eu sou a \"ovelha negra\" da minha família. Meus pais me acham meio louca e \"moderninha\", e a maioria dos meus amigos também. Imagina o que pensariam! O que ocorre é que, de um jeito bem maluco, só meu, tento misturar tradição e inovação (flexibilidade), e é a coisa mais difícil e incerta do mundo. Acho que por isso que ando precisando praticar boxe.
Acho que precisamos de princípios. Mas princípios firmes, como uma base. Depois vamos construindo em cima o que acharmos conveniente. Mas tudo vai depender da base. E essa base a gente recebe dos nossos pais (ou quem nos cria). Essa base praticamente nos é colocada. Às vezes conseguimos e precisamos alterá-la, outras vezes não. Uma alteração na base pode fazer uma Torre de Babel ruir. Minha base tá feita. Se eu achar que preciso alterá-la, tentarei. Nem que minha torre fique meio \"Torre de Pisa\", torta. Talvez já seja assim.
Espero que meus filhos sejam felizes com as escolhas que fizerem. Mas, principalmente, espero que fiquem felizes com o exemplo que eu for dar a eles. Com minhas atitudes, que valem mais do que todas as palavras do universo.
seg, 09/08/2010 - 21:32
#6
Tá... mas num to entendendo. O que há de errado em dar um carrinho pro gurizinho e uma bonequinha pra guriazinha?
E, tipo, se eu, como homem, me prontificar a carregar peso ou as compras no shopping ou as bagagens no aeroporto, a abrir a porta do carro, a trocar a resistência do chuveiro eu sou machista?
E se eu colocar a minha capa sobre a poça d´água para uma dama passar sou machista tb?
seg, 09/08/2010 - 21:34
#7
Pois é, Austra... pois é. Eu e tu somos de uma época diferente. Talvez o século XVIII... hehe.
Não vejo problema! Maaas... há o \"Efeito Borboleta\", tão comentando...
seg, 09/08/2010 - 21:37
#8
Sim, austra, td isso é machista.
Não tem nada de errado em dar carro pro guri e boneca pra guria. Mas EU acho que não se deve criar filhos dessa forma tradicional se não quiser que a historia que eu contei das possibilidades de futuro deles aconteça pra valer.
Ver a mulher como um ser frágil e incapaz de certas coisas pq \"é coisa de homem\" é machista.
Como uma das gurias disse, ela troca chuveiro, etc e tal. Ou seja, mulheres também podem fazer isso, basta treinar!
seg, 09/08/2010 - 21:40
#9
Mas gente... eu não acho a mulher frágil e limitada e acho que deve brincar de boneca... e jogar futebol... e brincar com guris (como eu)... mas já não acho legal ela brincar com um tanque de guerra. \"Vai que no futuro ela queira pilotar um\", hehe. Kidding.
São visões de mundo. Eu pedir ao meu namorado/marido que troque o chuveiro não vai fazer mal nenhum pra ambos, eu acho. Nem se ele abrir a porta pra mim, ou pagar a conta. Não vou me sentir frágil, nem oprimida. Nem um pouco... vou me sentir amada e protegida. São visões de mundo. São tantos mundos...
seg, 09/08/2010 - 21:42
#10
Acho que temos algumas \"Jane Austens\" aqui, mas em versão pós-moderna hehehe. Eu sou a versão do passado, ainda. O que, pra hoje, é antiquado.
Já acreditava Voltaire e sabiamente resumiu Evelyn Beatrice Hall: \"Não concordo em nada com o que dizes, mas lutarei até a morte pelo seu direito de dizê-lo\".
Pelo que vi especialmente no último post, suponho que muitos dos seus tiros tenham vindo para mim, Dame. Então, me julgo no direito de resposta.
Antes de mais nada, é imperativo notar que debates escritos são terreno fértil à distorções e mal-interpretações pela falta de \"entonação\". Sem a entonação, a tendência é que se entenda um texto de acordo com o próprio humor. Digo isso porque, se em algum momento você acreditou que eu estivesse sendo acusadora ou pejorativa com relação a sua postura, enganou-se completamente. Assim como a Circe, eu apenas discordo. Nunca julgo. Se o fato de eu ter escrito que a tradição é machista te ofende, peço desculpas, não era essa a minha intenção.
EU (e muita gente) vejo a tradição calcada no machismo, simples assim. É direito seu optar por esse caminho que EU considero machista? Claro que é. Longe de mim dizer que você deve fazer isso ou aquilo, não sou eu quem vive sua vida. Mas também é direito meu expor qual é a minha opinião sobre o tradicionalismo. Deixando claro, A MINHA OPINIÃO SOBRE A TRADIÇÃO, nada além. Em nenhum momento emiti opinião sobre a SUA PESSOA e nem tenho a intenção de fazê-lo. O que há de intolerante nisso? Não me lembro de ter visto ninguém aqui, muito menos eu, te dizendo que você está prejudicando alguém ou que você NÃO PODE pensar e/ou agir da maneira como lhe convém. Também não vi ninguém fazendo julgamento de caráter ou excluindo-a de nada pela divergência de opiniões. Isso sim seria intolerância.
Houve aqui uma \"personalização\" dos comentários, como se estivéssemos fazendo acusações diretas a alguém em específico. Falando por mim, não foi esse o caso, nem mesmo quando citei seu nome ao dizer que a tradição é machista. Eu apenas constatei um fato. Você acha que tradicionalismo não tem a ver com machismo? Ótimo! Direito seu pensar assim. E por favor, nos instrua então. Argumente contra a minha afirmação, pois eu sou extremamente aberta a rever conceitos. Mas partir para essa \"briguinha\" pessoal não ajuda o debate em nada.