Acompanho e Recanto das Letras e adoro. Já havia lido sim, mas claro que adorei te ver aqui e me trazendo material de qualidade.

Beijos Dame do coração!

Alguém disse por aqui que o bipolar costuma engolir um boi e engasgar com um mosquito... Quando li a frase pensei em comentar que foi a mesma que ouvi na primeira visita à terapeuta; iria comentar e ratificar a verdade da afirmação.

Ontem engasguei. Depois de tantos nós que precisei desatar sozinha, por falta de adesão do marido, de parte da família, enfim... Ontem enquanto tomávamos café e líamos jornal (sempre igual), nem sei ao certo como tudo começou, mas descambou para uma \"educada\" baixaria. Dentre outras \"delicadezas\" disse a ele que era muito legal, correto, mas que a única vez que notei que ele realmente não se preocupou em agir com tanta retidão foi com minha irmã num episódio de negócios, etc. (desencavei um \"defunto\"). Em seguida ele disse que eu precisava ficar ao lado dele sempre, independente do que eu achasse, porque ele é quem cuida de mim, quem cuida dos interesses da nossa família, blablabla. De repente desferiu que eu deveria ajudá-lo mais para que conseguíssemos comprar logo o carro, que eu deveria deixar de ser dondoca, que se ele queria ver a casa limpa tinha que pagar alguém, que eu não fazia comida e pedir sempre é caro (mas nós temos esse hábito desde sempre! Ele principalmente prefere. De repente usou contra mim...).

Bem, todas essas bobagens domésticas culminaram em me tirar do sério, literalmente, me fizeram levantar da cadeira e jogá-la longe (violência para mim e para ele) e chamá-lo de \"monstrinho\" (\"Culpa de seus pais, que criaram esse monstrinho que você se transformou!\"). Tranquei-me no quarto de minha filha e só saí hoje depois que ele saiu para o trabalho. Não comi ou bebi... nada. Li compulsivamente. (Noto que quando me sinto acuada e não posso sair do local, me recolho com um livro e leio até a exaustão. Não é prazeiroso.)

Estou com as costas pesadas... Acho que é depressão. Mas eu precisava dessa sacudida. Precisava que \"alguém\" (nesse caso, as circunstâncias) mostrasse que meu casamento está em pé apenas para os outros, pois para nós não há mais nada. Para mim não há mais nada. Ele passou o dia batendo na porta perguntando mil coisas: se queria almoçar, lanchar, suco, água. Eu queria estar longe dali. Não sei o que passa em sua cabeça. Não sei mesmo! Talvez ele tenha mais medo do futuro que eu. Mas não creio que ainda me ame...

Me ligou três vezes hoje e não atendi/atenderei. Nunca por birra (nem cabe, na nossa idade ou atual situação), sim por não ter o que conversar mesmo.

Mesmo com depressão (reconheço) aprendi a buscar forças para não me entregar. O computador me acalma, a leitura me anima, a escrita espanta meus monstros, me faz \"vomitar\".

Levei minha filha para a casa dos avós. Sábado. Era aniversário do meu irmão. Conversei com minha mãe mas ela não estava muito receptiva porque estava preocupada com o almoço e convidados da nora. Compreendi.

Uma vez me separei e entrei em mania. Foi em 2008 e durou seis meses. Vivi tão intensamente que minha PA chegava a níveis impressionantes como 21/10 (uma vez). Trabalhava, saía e gastava sem o menor controle. Descrevi essa fase em meu blog. Voltei para meu pacato marido 06 meses depois.

Foi uma fase marcante, doentia, intensa e vibrante. Quando voltei ainda estava sob o efeito da mania, mas fui murchando.

Não sei se é o casamento ou este casamento que me faz murchar. Mudei muito depois que casei. Houve uma reviravolta no curto período a separação e voltei a mudar (não para melhor) novamente quando voltei para casa.

Seria pedir muito um pouco de paz, alegria e satisfação na vida???