(chorando emocionada pelos últimos posts e por me sentir esmagada pela vida...)

Hoje precisei conversar com minha filha de apenas 07 anos sobre o \"comportamento da mamãe\". Expliquei que às vezes fico muito chateada, mas que não é com ela. Pedi perdão pelas grosserias e disse que a amo. Briguei com ela sem motivo relevante (falei em tom áspero) e me arrependi meio segundo depois. Ela perguntou quando voltaria para a casa da vovó e aquele pergunta foi pior que qualquer sintoma físico, foi um soco no estômago. Fui ao banheiro com enjôo que não passa. Me senti uma inválida que não dá conta de sua única filha. O enjôo traduz uma vontade contida de vomitar tanto sofrimento.

Consegui pegar no sono às seis da manhã, após um banho para lavar o corpo insone e alma em frangalhos. Dormi até o meio-dia, com ela deitada às minhas costas assistindo a DVDs da Barbie. Um sono agitado, envolto em sonhos misturados a uma realidade constante e que gostaria de mudar a qualquer custo... Um sono desgastante.

Levantei ao meio-dia (a moça que veio conosco cuidou dela. mesmo \"dormindo\", consegui orientar banho, escovar dentes e tomar café, que meu marido deixa pronto antes de sair). Levantei com a cabeça pesada e fui organizar o almoço. Acabei optando por um delivery. Foi na hora de servir que perdi um pouco do que me resta de autocontrole. Quase queimo a mão de minha filha com uma colher quente e nós duas nos assustamos. Bobagem, mas eu gritei com ela, dizendo que enquanto eu estivesse servindo, a queria longe dos pratos e da cozinha. Pedi para que a moça a tirasse dali. As duas saíram apressada e assustadamente. Imediatamente me arrependi e, no momento em que almoçávamos, conversei com as duas sobre hoje e sobre meu comportamento inflamado e disse que tomava remédios para controlar o humor. Expliquei sobre o termo intolerância e abracei minha filha, pedindo perdão e dizendo que a amo muito. Fomos nos lavar após o almoço e ela perguntou em tom bem meigo e pueril \"quando voltaria para a casa da vovó\". Respondi que iríamos juntas ligar para matar as saudades...

(choro inconsolável... escondida).

Compreendi naquele momento que preciso mudar o rumo de minha trajetória. Daqui a pouco vou ligar para a Psicóloga e referir como estou. Mas tenho certeza de que a conversa séria e na íntegra com meu marido não passará de hoje, pelo bem de nossa filha. Se necessário, vou para a casa de meus pais tentar entender o que está acontecendo e não vou pensar se vou/quero/preciso retornar ou não...

Não conseguir educar e cuidar minimamente da única filha me mata internamente. Acaba comigo. Mina minhas energias. Dou graças a Deus por ter enviado essa moça para fazer-lhe companhia, pois este trapo de mãe está com a casca em pé, mas sua cabeça e seu coração estão moídos.

Não vou ligar pra minha mãe agora porque não tenho sequer condições de falar, mal enxergo o teclado de tanto que a vista embaça. Mas eu limpo as lágrimas e não vou entregar os pontos. Tomei uma dose extra de modulador e espero melhorar para conduzir serenamente minha vida.

Que Deus me perdoe, proteja e permita que haja com sabedoria a partir dos próximos passos...

Vivamos um dia de cada vez. Vou lavar o rosto e beijar minha filha de novo e de novo.