Campanha Pró Auto-Estima

67 respostas [Último]
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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Gente,


Eu tenho lido tanta coisa que me entristece por aqui, que acho que precisamos fazer uma campanha pró auto-valorização e independência.


A coisa que mais se vê por aqui são frases como \"meu relacionamento é uma m****, mas eu não quero ficar sozinha\", \" tenho medo da solidão\", \"o que eu faço pra ele me tratar melhor?\"


Essas frases me deixam com o coração em pedaços, porque vêem de mulheres bonitas, capazes, inteligentes e jovens com toda a vida pela frente, mas que se deixam humilhar de todas as formas possíveis única e exclusivamente porque têm medo de ficar um tempo sozinhas, como se a própria existência só fizesse sentido na presença de um homem.


Sério, gente! Me dói ver potenciais sendo disperdiçados, vidas mutiladas por conta da ilusão da \"cara metade\". E normalmente uma metade podre, indigna das mulheres que choram aqui.


E não estou falando de feminismo, não. Estou falando de auto-estima, de reconhecer e valorizar as próprias qualidades e trabalhar os defeitos, de impor-se como alguém digno de respeito e admiração, coisas que toda e qualquer pessoa, homem ou mulher, deve cultivar.


Acho que muitas mulheres aqui precisam absorver o conceito de precisar de alguém porque gosta, ao invés de gostar de alguém porque precisa. Além, é claro, de por em prática a máxima \"antes só doque mal acompanhada\".


Ninguém vem ao mundo acompanhado e quando deixarmos esse mundo, a preferência é que não levemos mais ninguém conosco. Claro que a vida fica mais fácil e mais gostosa quando temos companhia, mas não podemos deixar que nossa importância como indivíduos dependa de outra pessoa.


E apesar de esse não ser um tópico feminista, me parece claro que alcançar a igualdade entre gêneros passa prioritariamente pelo respeito das mulheres por si mesmas em todos os aspectos, inclusive - e talvez principalmente - nos relacionamentos pessoais e afetivos. Não dá pra queimar sutiã na rua exigindo oportunidades e direitos iguais, se dentro de casa continuamos sendo as submissas, as inferiores, as frágeis e dependentes.


O desrespeito à condição feminina começa dentro de casa, na nossa vida pessoal. E é também nesse âmbito que as mudanças devem começar e se estabelecer. Já temos campanhas pelos direitos iguais, contra a violência doméstica, etc., mas agora precisamos de uma campanha contra a auto-sabotagem, a auto-mutilação emocional que as próprias mulheres se impõe.


Nossos relacionamentos, todos eles, jamais serão edificantes, gratificantes e plenos enquanto ainda os encararmos como conditio sine qua non para felicidade, como única chance de realização pessoal. Não. Relacionamentos devem ser OPCIONAIS, devem ser uma escolha. E uma escolha que valha a pena em todos os sentidos.


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kadelanieta
No PF desde: 18/02/2011

FALOU TUDO E ASSINO EMBAIXO...OBRIGADA


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Gisinha
No PF desde: 05/03/2009

Tem meu total apoio...


Vamos nos valorizar, meninas!!!!


:)


uaibelô
No PF desde: 26/01/2011

Ninguém precisa de um homem do lado para ser feliz, mas um boa companhia faz muito bem e preciso primeiro aprender a amar a si própria para gostar de alguém. Aprender a se valorizar.


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nanycris
No PF desde: 10/03/2010

Apoiada Carla!


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Miss Audrey
No PF desde: 04/02/2011

Total apoio....10.000x


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Miss Audrey
No PF desde: 04/02/2011

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Belle D´Jour
No PF desde: 19/07/2010

Sábias palavras, Carla!

É uma pena no entanto, que na prática isso seja difícil pois tanto o feminismo com suas palavras de ordem de independência e revolução quanto os discursos modernos sobre o hedonismo ainda não tenham sido suficientes para anular séculos e séculos de história aprendendo desde crianças a nos aliar aos homens, a nos tornarmos lindas através dos olhos masculinos e a só sermos aceitas de modo respeitável na condição de esposas, mães, e hoje, namoradas (mas jamais mulheres solteiras). Triste mesmo.


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annebonny
No PF desde: 07/01/2010

Sábias palavras, Carla! [2]

E as consequências dessa dependência sentimental são mulheres que tem medo de crescer, profissionalmente, como pessoa, enfim, de todas as maneiras! Acabam se agarrando na vida do companheiro como se fosse a delas, vivem uma vida que não criaram, somente fazem parte, esquecendo que um dia isso tudo pode ir por água abaixo. O resultado é uma muher que não tem onde correr, pois os olhos só viam até onde os olhos do outro podiam enxergar.


Mulherada, não deixem um relacionamento se tornar a preocupação maior de suas vidas!!! Trabalhem, estudem, viagem, tentem coisas novas e construam seus próprios caminhos! O homem que realmente te respeita te apoia nessa sua independência!


Iani
No PF desde: 13/01/2011

Carla


Você já sabe que sou fã do que você escreve. Parabéns por mais esse tópico!


Eu sei que a qualidade que tenho em meus relacionamentos é consequência da minha auto-estima, de só permanecer em relacionamentos (sejam eles quais forem) onde sou respeitada.


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Obrigada pelo apoio, meninas.


Belle, sem dúvida concordo com a sua colocação. Mas acho que essa deve ser uma revolução que vai começar mais silenciosa e que certamente será mais demorada. Acredito que seja possível justamente porque há mulheres como nós, aqui, discutindo algo que há pouco tempo nem ao menos era questionado. Mas não há sombra de dúvida do quanto será um processo difícil, como o são todas as mudanças de paradigmas.


E como eu disse, essa mudança de postura começa dentro de cada uma de nós, depois se expande para dentro de nossas casas, para dentro de nossas relações íntimas e só então amadurece para enfrentar as ruas, o mercado de trabalho, a esfera política e social como um todo.


Eu pergunto a quem tem filhos e especialmente filhas aqui: qual o legado que vocês deixarão para sua prole? E não pergunto daquilo que pretendem ensinar a seus filhos, mas principalmente daquilo que seus filhos vivenciam e vivenciarão no convívio familiar. Eles vivenciam diariamente uma relação de respeito e admiração mútuos, de companheirismo e equilíbrio entre os pais (mesmo que separados)? Eles testemunham pais e mães que amam e respeitam a si mesmos e aos outros? Pensem nisso, mamães e papais de plantão, porque essa relação que eles testemunharem e vivenciarem dentro de casa, será o padrão de relacionamento entre gêneros que vai se estabelecer na mente de seus filhos. E uma vez estabelecido, será muito difícil mudá-lo.