Sol eLua,

Sem dúvida muitos homens ainda estão meio perdidos, sem saber como se portar diante de uma mulher independente e segura de si. Mas isso não é desculpa para que as mulheres se reduzam às expectativas deles. Se eles pararam no tempo e ainda tem saudade de algo que a maioria nem ao menos viveu, esse é um problema deles, não nosso.

Sim, foram criados por mulheres sem auto-estima, sem perspectivas e resignadas a uma suposta ordem social que não as beneficiava, mas e daí? As companheiras deles não são suas mães. Virem-se! Aprendam a viver numa nova ordem. Ou seriam eles incapazes de evoluir? Não acredito nisso.

O que não pode acontecer é que mulheres aceitem uma situação que lhes é prejudicial apenas e tão somente porque os homens não querem abrir mão de seus \"privilégios\" ou porque têm preguiça de se mexer e aprender algo novo.

E queria eu que realmente não houvesse mais mulheres como antigamente. Ainda há e talvez fazendo até pior do que faziam nossas avós. Porque hoje elas fazem tudo que nossas avós faziam e estudam, trabalham fora, pagam as próprias contas, mas ainda se arrastam e são humilhadas e desrespeitadas por homens que aprenderam a desvalorizar qualquer coisa que venha das mulheres.

Jean,

Não tem nada a ver com ser parecidas com os homens. Tem a ver com valorizar a si mesmas e não se julgar indignas de respeito. Eu não preciso ser um homem para ter respeito, admiração e afeto. Não preciso ser um homem acreditar que mereço mais do que uma postura de subserviência.

Ninguém nasce para sofrer e isso vale para as mulheres também. A tal união homem-mulher a que você se refere não pode ser desigual ao ponto de haver um dos lados se julgando incapaz de viver sem o outro e, por isso, se submetendo a extremos de depreciação apenas para não ficar só.

E quando falo que ainda há mulheres como antigamente, estou falando daquelas que ainda acreditam, como acreditaram suas avós, que homem pode trair, pode espcancar, pode humilhar e que elas têm que aguentar porque esse é o papel delas. ISSO TEM QUE ACABAR!

Não estou falando de mulheres como foram a minha mãe e minhas avós nem de homens como foram meu pai e meus avós. Lá no começo eu mencionei que o exemplo de relacionamento que crianças têm em casa é o que mais vai marcar suas vidas. Pois bem, na minha família, nunca vi um homem sequer levantar a voz para a esposa, mesmo durante um desentendimento. Nunca vi meu pai ou meus avós desonrarem as mulheres que tinham em casa. Meu pai inclusive era chato o suficiente pra não admitir piadinhas sobre esposas nas rodinhas de amigos ou coisa parecida, porque considerava isso o cúmulo do desrespeito. Meu avô não dava um passo sem conversar com minha avó antes. Eles valorizavam as mulheres que tinham e elas faziam por merecer.

Ou seja, não vem ao caso qual é a \"função\" de uma mulher. Ela pode ser uma profissional de alto escalão ou uma dona-de-casa, tanto faz. O que interessa é o quanto ela se valoriza e exige valorização por parte de seu companheiro. Se elas não têm essa valorização, então é pra isso que serve aquele coturno com ponteira de aço, pra dar um belo pé na bunda do infeliz. E sem se sentir mutilada porque se livrou de uma âncora. O que interessa é que ela é importante por si só e tem que saber disso.

Gisinha,

Nada contra ser sentimental. Nem ao menos falei sobre isso. O problema é não ser sentimental consigo mesma. Pegar uma parte de todo esse carinho e sentimento e dirigir a si mesma já seria um bom começo. Cuidar de si com a mesma devoção que cuida do outro deveria ser obrigatório.