Mesmo à luz do art. 249 do CPP, a ação foi injustificável, ao contrário do que boa parte das autoridades de SP vem repetindo. Notem bem, a ressalva do artigo:

Ora, os policiais da corregedoria foram até a DP onde a escrivã estava lotada, com o intuito de dar um flagrante(como eles sabiam que dariam um flagrante, é outra história, há versões cabeludas para isto na internet). Ou seja, era um flagrante preparado. Eles sabiam que teriam que revistar uma mulher. Por que já não levaram policiais femininas com eles? Por que foram apenas homens em uma ação que poderia resultar na revista de uma mulher?

Mais do que isto, que prejuízo havia em esperar chegarem policiais femininas? O que eles procuravam era dinheiro, nada que fosse se deteriorar, desaparecer e perder seu valor como prova. Não havia aquela urgência que eles dão a entender.

Quando eu vi a Corregedora Geral da PC de SP justificar a ação porque aquilo se prolongou por 48 minutos, eu achei tão revoltante quanto a ação em si. Porque foram os próprios policiais da corregedoria que deram margem a esta demora. Em momento algum a escrivã se negou a ser revistada, apenas exigiu que seu direito legalmente garantido de ser revistada por mulheres, fosse respeitado. O delegado de vermelho, em momento algum, cogita a possibilidade de não estar presente para ver a revista. Ele e seus colegas(comparsas) é que deram margem ao retardamento da diligência.

Mais, ao mandar prendê-la por desobediência, ele cometeu crime de abuso de autoridade, pois ela não estava se recusando a cumprir a ordem legal, de se deixar revistar, apenas estava exigindo que o direito garantido a ela pela lei fosse respeitado.

Em suma, foi uma ação de uma barbárie e brutalidade poucas vezes vista. Eu, sinceramente, teria muito medo de ter policiais como os que participaram desta ação, nas forças de segurança de onde eu moro. Eles são todos estupradores em potencial.