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O outro terrorista italiano.
Olha, eu sabia que os sulamericanos idolatram a Europa!
Mas não pensei que fosse tanto!
Então, se a França acolheu um criminoso, devemos acolher também!
Claro!
O que vem de Paris, é moda afinal!
Mesmo sob a iminência de ser desqualificado, postarei uma passagem da Wikipedia.
Viveu na França, onde trabalhou como escritor, editor e zelador de um prédio. Por duas vezes, reiterados pedidos de extradição foram negados pela Corte de Acusação de Paris, até que, em fevereiro de 2004, o Conselho de Estado da França analisou novo pedido e autorizou que Cesare Battisti fosse extraditado. Antes que o decreto fosse assinado, Battisti fugiu para o Brasil...
A França acolheu Battisti sob a Doutrina Miterrand, segundo a qual todo o refugiado político que se comprometesse a levar uma vida pacífica em território francês, teria abrigo.
Quando Jacques Chirac assumiu o Governo, ele revogou a o asilo de Battisti. Portanto, caro Elefante, não se trata de idolatria de um Estado estrangeiro, trata-se apenas de se analisar a forma através da qual nações soberanas lidam com estas questões. Será que as autoridades italianas esbravejavam contra o Governo Francês quando este os mandava praquele lugar, ao pedirem que Battisti fosse extraditado?
Battisti não veio para o Brasil para seguir sendo militante de esquerda e planejar ações para a derrubada do Governo da Itália. Ele veio pra viver pacificamente, como vivem pacificamente todos os criminosos do Regime de Exceção Militar Brasileiro.
O Brasil decidiu dar este tratamento a todos os envolvidos em ações de natureza política. Sob esta ótica, não há o que contestar na lógica brasileira de conceder asilo a Battisti.
Torno a citar meu exemplo anterior: se Pinochet tivesse pedido asilo no Brasil, os órgãos de imprensa estariam tão indignados?
Gulherme.
Eu também acho injusto tu considerar que assaltar três bancos é um crime comparável a torturar centenas de pós adolescentes. Mas os crimes foram igualados.
No primeiro semestre da faculdade de Direito, te ensinam que Justiça é um conceito relativo. E é, mesmo.
Bem, quem não gostou do desfecho do caso Battisti, é simples: usem da iniciativa popular, prevista na Constituição Federal de 1988, e mudem o inciso LII do art. 5º da mesma Carta: \"não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião\".
Enquanto esse dispositivo estiver em vigor, está correta a decisão do Poder Executivo, chancelada pelo STF recentemente. Gostem ou não.
\"Ahhh, mas ele cometeu homicídio, isso não é crime político!\" - bem, aí poderíamos escrever um livro e não chegaríamos a um consenso.
A história escrita nos tempos da repressão dizia que o jornalista Vladimir Herzog tinha se suicidado no cárcere, através do enforcamento. Pois é...olhem a foto dele enforcado na cela e vejam que os pés dele alcançavam no chão. Essa eu nunca tinha visto, o sujeito se enforcar de um altura menor que a dele mesmo! Só no Brasil, nos curiosos tempos entre 1964-1985, onde pessoas desapareciam misteriosamente e coincidentemente eram sempre encontradas \"SUICIDADAS\" nos porões do DOPS, cheias de marcas estranhas pelo corro.
Entre outros milhares de exemplos que poderíamos citar. O Estado Brasileiro considerou o Battisti um criminoso político. É um direito nosso, assim como a Itália não considerou extraditar o Cacciola pro Brasil antes disso. Estava ele lá, vivendo uma \"dolce vita\" na Toscana e rindo da nossa cara, com a benção dos italianos.
E na geopolítica, mais do que em qualquer outra área, se aplica à risca o velho ditado: A BANCA PAGA E RECEBE.
A única coisa que digo é:
Eu fico abismado do modo como a visão política deixa as pessoas BURRAS!
Estamos falando de um assassino.
E falam sobre leis que acolhem criminosos na maior naturalidade.
Lamentável e assustador!
Torno a citar meu exemplo anterior: se Pinochet tivesse pedido asilo no Brasil, os órgãos de imprensa estariam tão indignados?
A imprensa eu não sei.
A direita eu não sei.
E pouco me importa!
Eu, cidadão de bem, ficaria sim indignado!
E garanto que muitos outros brasileiros igualmente.
Porque eu não to falando de política!
Eu estou falando de vidas humanas.
É um tanto apelativo citar Pimenta Neves, né, Gulherme. Estamos debatendo um assunto que tem bem mais nuances do que a simplificação grosseira que a imprensa conservadora vem concedendo ao caso, não um crime hediondo puro e simples como o caso citado.
Sim, ilustre Elefante. Mas se é este o tratamento dado aos crimes de natureza política pelo Governo Brasileiro(e nem vou falar do Governo Lula, a Anistia ocorreu ainda no Governo Militar), eu não vejo como incoerente a concessão do asilo.
Remeto aqui algo lembrado pelo Júpiter, em outro post. Battisti esteve na França durante 10 anos, sob abrigo da Doutrina Mitterand, mas para a França, a Itália não pediu a extradição. Por que?
Eu torno a dizer, caro Elefante, debater os crime que Battisti cometeu, é forçar que se debata os crimes perdoados pelo Estado brasileiro, crimes dos mais bárbaros cometidos por seus próprios agentes, além de outros, os conhecidos para-militares, financiados pelo grande capital brasileiro.
O Brasil decidiu conceder abrigo á Battisti sob a alegação de que os crimes dos quais ele é acusado são de natureza política. Debater se eles são ou não, é caso para ficarmos aqui durante dias exemplificando o que pode ou não ser considerado crime político.