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Gerald Thomas enfia a mão dentro do vestido de Nicole Bahls
sex, 12/04/2013 - 23:41
#2
Quote:
O homem que estupra e/ou justifica o ato pela culpa da vítima
Esse sujeito frágil, fraco, apequenado diante do outro, sente-se constantemente ameaçado pelos estímulos externos identificados na mulher. O feminino constitui, para ele, o agente dessa fantasia de aniquilamento que falei. O motivo de o feminino ocupar esse lugar é assunto para outro post, mas o fato é que a mulher, e o desejo da mulher, são ameaças tanto externas ao eu deste homem quanto internas, porque mobilizam esse desejo que o ameaça, um desejo com o qual ele não consegue lidar e que coloca em xeque sua identidade e mesmo sua existência. “Ah, então é pelo desejo sexual, por desejar demais, que o homem estupra?”.
Não, ele estupra por uma questão de poder. Se o desejo da mulher o confunde e o ameaça, ele precisa calar esse desejo, precisa tornar a mulher uma coisa, desprovida de arbítrio e vontade, para que o seu próprio desejo, antes estimulado e mobilizado pelo desejo dela, não o aniquile. O estupro se torna então um ato de linguagem, pois seu objetivo é calar esse outro que o ameaça em sua diferença. “Eu não aguento o que a mulher me causa, não tenho estrutura para lidar, entende-la, então a violento para mostrar, a mim mesmo, minha força. Eu calo a mulher para fazer de conta que sou senhor do meu próprio desejo”. Ora, faz sentido que, em nome de proteger esse eu frágil, esse eu porcamente constituído, ele culpe essa “evil woman” que brinca e zomba dele simplesmente por existir. Essa mulher precisa ser contida, coberta, calada para que ele não sofra por não saber lidar com o próprio desejo.
Natural, infelizmente, que uma sociedade machista adote esse posicionamento de “proteção do macho” de forma tão massiva, é o discurso da misoginia. A moça é culpada por “provocar”. Ao faze-lo, fica claro a esse indivíduo que ele não tem controle ou poder sobre esses estímulos tão “perigosos”. Nessa fantasia infantil, a moça malvada opta diabolicamente por não cumprir o contrato. “Como ela ousa assumir e desfilar diante de mim com esse corpo e essa postura cheia de desejo que me confunde e ameaça tanto?”.
http://tw.gs/P4ybD3
*************
se alguém já assitiu Persepolis lembrará da cena quando Marji é parada pelos policiais por correr na rua :(
(amanhã eu volto com menos sono para comentar mais )
sex, 12/04/2013 - 23:43
#3
mas antes tenho que postar a ótima solução ... só que não....
Quote:
"E, para não sofrer com este e os futuros abusos, se verá como uma personagem. É o que o Pânico quer que acreditemos também -- que ninguém enfiou a mão sem consentimento sob o vestido de uma pessoa, mas de uma personagem, parte de um jogo, uma brincadeira.
sab, 13/04/2013 - 00:52
#4
E é isso que é cultura do estupro: estamos aqui discutindo a conduta e a postura da vítima... :(
Sim, a maoiria não está recriminando, mas o simples fato de esse ser o foco da discussão já é terrível.
"Minha mãe já dizia para minhas irmãs " O homem vai até onde vocês permitirem.""
Acho, ACHO, que nenhuma mulher permitiu ser estuprada, espancada, blá, blá, blá.
E quem ensina aos homens a ter limites?
Não estou julgando, em nenhum momento a mãe que disse isso. Esse tipo de frase é mais que comum na nossa cultura. Cultura machista.
Onde a mulher é ensinada a não ser agredida. Quando as regras deveriam ser para o agressor e não para a vítima.
Não querendo botar lenha na fogueira, mas que oportunidade faltou para a Nicole, profissionalmente falando? Ela é formada em jornalismo.
Odeia a cultura do coitadismo. "Roubou porque é pobre". E para os corruptos (seja político, empresário, lobista) que já são ricos e continuam roubando, qual a desculpa? (Lembrando que sim, o tema não tem a ver com o tópico, só um exemplo. :) )
sab, 13/04/2013 - 19:06
#5
Quote:
"Minha mãe já dizia para minhas irmãs " O homem vai até onde vocês permitirem.""
Acho, ACHO, que nenhuma mulher permitiu ser estuprada, espancada, blá, blá, blá.
E quem ensina aos homens a ter limites?
Não estou julgando, em nenhum momento a mãe que disse isso. Esse tipo de frase é mais que comum na nossa cultura. Cultura machista.
Onde a mulher é ensinada a não ser agredida. Quando as regras deveriam ser para o agressor e não para a vítima.Quote:
Oi Katinha, acho tão bom te ver aqui!!!
Bom, quando eu falei em se respeitar, falei em atitudes.
Claro que nenhuma mulher permite ser estuprada. Mas infelizmente isso acontece, sabemos. Se o ato é muitas vezes inevitável, a reação é obrigatória. Denunciar, DENUNCIAR SEMPRE. Isso é uma resposta de alguém que se respeita.
Quando comparei a Marília com a Nicole o que foi que eu disse? A Marília Gabriela com certeza meteria a mão ao vivo, sem pensar um segundo se seria demitida ou não. . O que a Nicole fez? Pelas fotos que vi ela ficou com um sorrisozinho amarelo e tentando, muito discretamente, se esquivar.. Isso é uma reação de quem se respeita? Para mim é óbvio que não.
Por isso falei. Respeito ela merece, mas depois da sua reação ao ato ela não pode mais reclamar.
Por isso concordei com a frase que os homens (e qualquer um) vai até onde nós permitimos. Se permitimos uma vez sem uma reação a altura, outras acontecerão.
Quanto querem apostar que muito mais reações constrangedoras essa moça, e todas que trabalham lá, acontecerão amanhã, e amanhã e amanhã. Faz parte do "espírito" (podre) deste programa degradar a mulher, seus infelizes alvos de deboches e colocar ambos em situações constrangedoras.
Como já disse, ela aceitou isso quando foi trabalhar lá. Até o pipoqueiro da esquina sabe como as mulheres são tratadas lá e o que precisam se submeter a cada quadro para divertir o povo brasileiro.
Que as pessoas tenham atitudes deploráveis conosco, infelizmente na maioria das vezes, não conseguimos evitar. Como reagiremos constrói o respeito por nós mesmas e o dos outros pela nossa pessoa.
Isso é mundo real, como já disse.
sab, 13/04/2013 - 19:20
#6
Acho que o problema é o contexto onde a frase foi inserida. Num tópico sobre abuso.
Vamos trocar homens por pessoas e irmãs vamos deixar unissex:
"Minha mãe já dizia para nós " As pessoas vão até onde vocês permitirem.""
Isso é uma verdade. As pessoas vão nos tratar da forma como nós permitimos. Se o marido trai a esposa e ela aceita, ele vai trair e trair e não vai fazer questão alguma nem de ser discreto. Se o chefe trata mal o funcionário que sempre baixa a cabeça, ele sempre vai fazer isso. Se uma amigo folgado tem alguém para sugar, ele sempre vai sugar aquela pessoa e etc.
Se a frase é dita em um típico tópico sobre marido que maltrata a mulher, ela é cabível e acertativa.
Agora, em um tópico sobre abuso, eu acho a frase machista.
E como você diz, infelizmente no mundo real a gente não evita na maioria das vezes coisas deploráveis.
Ou seja: é banal discutir a conduta da vítima quando todos somos vítimas. Talvez não nesse caso devido a ser algo relacionado à televisão.
Mas na rua, no trabalho, etc, toda e qualquer mulher, da prostituta à virgem, está passível de sofrer violência.
P.S.: Eu sempre estou aqui! Raramente posto, mas sempre leio, por isso que acho estranho quando dizem que sumi. Mas realmente para postar eu ando numa preguiiiiiiiça... :(
seg, 15/04/2013 - 08:35
#7
"Acho que o problema é o contexto onde a frase foi inserida. Num tópico sobre abuso.
Vamos trocar homens por pessoas e irmãs vamos deixar unissex:
"Minha mãe já dizia para nós " As pessoas vão até onde vocês permitirem.""
Isso é uma verdade. As pessoas vão nos tratar da forma como nós permitimos. Se o marido trai a esposa e ela aceita, ele vai trair e trair e não vai fazer questão alguma nem de ser discreto. Se o chefe trata mal o funcionário que sempre baixa a cabeça, ele sempre vai fazer isso. Se uma amigo folgado tem alguém para sugar, ele sempre vai sugar aquela pessoa e etc.
Se a frase é dita em um típico tópico sobre marido que maltrata a mulher, ela é cabível e acertativa.
Agora, em um tópico sobre abuso, eu acho a frase machista."
Brilhante!
sab, 13/04/2013 - 08:08
#8
Katita, bom raciocinio o seu..
Vamos ao dialogo.. rs (deixe eu explicar o que eu falei sobre oportunidades) as outras que os façam tb se quiserem rss
Quando falei de falta de OPORTuNIDADES, nao falei especialmente de nicole, eu sou meio MALUCA sabe... não vejo fatos de forma isolada... vi aqui uma oportunidade de debater realmente a questão da MORAL e até onde o outro pode ir sob a egide... AH... ELE NÃO PRESTA... pode mandar pedra...
Ah... lembra da GENI... tadinha da GENI... se apaixounou pelo ZEPELIN... E ai... todos poderiam mandar pedra... sem saber ao menos todo o contexto de vida...
Mas ja to embaralhando mesmo... vou dormir to meio confusa e embaralhada como DIZ A KVET.
Beijocas
sab, 13/04/2013 - 19:36
#9
Acho que tudo se resume ao que nós queremos para a vida.
Cada um escolhe seu caminho e arca com as consequências.
Tem pessoas que nem por todo o dinheiro do mundo teriam um emprego de panicat.
Tem pessoas que nem pelos 1 milhão de dólares passariam a noite com o Robert Redford (e muitas outras o fariam de graça, pelos menos nos anos 90...).
Tem gente que nem pelos 1 milhão e meio garantidos participaria de um BBB.
Ela escolheu o caminho das celebridades instantâneas. E arca com as consequências disso.
dom, 14/04/2013 - 22:53
#10
mais um texto para reflexão... publicado em 1889:
A Falsa Emancipação da MulherActualmente, tem-se a pretensão de que a mulher é respeitada. Uns cedem-lhe o lugar, apanham-lhe o lenço: outros reconhecem-lhe o direito de exercer todas as funções, de tomar parte na administração, etc.; mas a opinião que têm dela é sempre a mesma - um instrumento de prazer. E ela sabe-o.
Isso em nada difere da escravatura.
A escravatura mais não é do que a exploração por uns do trabalho forçado da maioria. Assim, para que deixe de haver escravatura é necessário que os homens cessem de desejar usufruir o trabalho forçado de outrem e considerem semelhante coisa como um pecado ou vergonha. Entretanto, eles suprimem a forma exterior da escravatura, depois imaginam, persuadem-se de que a escravatura está abolida mas não vêem, não querem ver que ela continua a existir porque as pessoas procedem sempre de maneira idêntica e consideram bom e equitativo aproveitar o trabalho alheio. E desde que isso é julgado bom, torna-se inveitável que apareçam homens mais fortes ou mais astutos dispostos a passar à acção.
A escravatura da mulher reside unicamente no facto de os homens desejarem e julgarem bom utilizá-la como instrumento de prazer. Hoje em dia, emancipam-na ou concedem-lhe todos os direitos iguais aos do homem, mas continua-se a considerá-la como um instrumento de prazer, a educá-la nesse sentido desde a infância e por meio da opinião pública. Por isso ela continua uma escrava, humilhada, pervertida, e o homem mantém-se um corruptor possuidor de escravos.
Leon Tolstoi, in 'Sonata a Kreutzer'
:(
Não KVET não quero fazer valer minha opiniao (apesar de achar que neste caso ela e a mais correta sim), e não misturei alhos com bugalhos, estamos aqui a falar da cultura do parametro... acho eu
Se ela é boazinha merece e pode pedir respeito
Se ela não é boazinha... não pode exigir nada.
Se tenho casa, não tenho vícios, pago meus impostos mereço esse mesmo respeito
Se não tenho casa, tenho vicios, vivo na rua, sou estatistica e que mal tem atear fogo nesta "escoria" ouvi muito isso a epoca do fato...
Outra coisa KVET me parece sempre que voce e outros foristas levam tudo para o pessoal, NAO TO FALANDO DE VOCE, NAO TO IMPONDO MINHA OPINIAO A VOCE, estou DIALOGANDO tão apenas com voce... CALMA e PARCIMONIA o mundo nao e feito de suas opinioes e muito menos das minhas, não somos o centro do UNIVERSO.
E para variar quando nos faltam argumentos... as frases... nao vale a pena... se multiplica...