Aborto em mulheres incapazes de ser mãe

32 respostas [Último]
imagem de bete
bete
No PF desde: 16/09/2008

Novo Código Penal prevê aborto em mulheres incapazes de ser mãe - Até 12ª semana de gestação, se médico ou psicólogo atestar, gravidez deve ser interrompida.


O tema aborto, que sempre gera polêmica, promete esquentar ainda mais a discussão com as mudanças que estão para acontecer. O novo código prevê a legalização do aborto até a 12ª semana de gestação, caso a mulher ateste, por meio de laudo médico ou de um psicólogo, que não tem condição de ser mãe.


Vocês acham que é correto/ E o direito à vida, também presente na Constituição Federal? E o que seria não ter condição de ser mãe? Física, financeira, emocional? E o direito à vida, da criança?


Sempre me pergunto se o ser que está para vim tem de ser sacrificado pq um adulto não soube se precaver. O que vcs acham? Eu sei que é um tema batido e debatido, mas sempre é bom ouvir pós e contras sobre o mesmo.


imagem de Nary
Nary
No PF desde: 20/08/2008

Eu sou contra o aborto. Penso assim. Se a pessoa, não tem condições de ter um filho. Pq engravidar, e depois fazer o aborto


imagem de vica
vica
Offline
No PF desde: 25/08/2010


imagem de fiorella
fiorella
No PF desde: 28/03/2011

Polêmico, hein!

Na verdade, sempre fui a favor da legalização do aborto por ser uma questão de saúde pública - afinal, quem quer mesmo vai dar um jeito, nem que tenha que enfiar agulhas de tricô útero adentro. Mas pelo ato em si, sou contra. Eu nunca apoiaria uma mulher a abortar, exceto em casos extremos, tipo risco de vida à mãe...


imagem de Júpiter
Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

Essa é somente mais uma das aberrações que constam do anteprojeto do novo Código Penal. Trata-se de mais uma palhaçada pirotécnica capitaneada pelos nossos parlamentares e saudada pela mídia brasileira, na sua imensa maioria sensacionalista e totalmente ignorante sobre os assuntos mais básicos.

O negócio é vender jornal (ou melhor, hoje em dia, ganhar mais "clicks" no seu site), azar do interesse público. Já começa pela estória, espalhada aos quatro ventos pelos "entendidos de leis" que trabalham para a mídia, de que "o nosso Código Penal é de 1940, está ultrapassado". De fato, o decreto-lei que o criou é de 1940, mas quase NADA do que está no texto original sobrou, foi sendo mudado ou atualizado com o tempo, sem contar com a reforma de 1984, que foi bastante ampla, quase total. Leiam o texto atual e reflitam se as penas que ali estão não são mais do que suficientes. Seriam, na verdade, se fossem aplicadas. E não são, pelas mais diversas e obscuras razões que qualquer ser humano com no máximo dois neurônios já sabe, ou deveria. Mas isso ninguém fala.

Mas, como típicos brasileiros que somos, nós, a tal "opinião pública", incentivada pela mídia marrom, já encontramos um culpado pelas nossas misérias: o maligno Código Penal de 1940. Então, basta um Código novo e tudo voltará a ser como antes, a violência terminará, a paz reinará, tudo será consertado num passe de mágica, de cima para baixo.

Melhorarmos NÓS, individualmente, como seres humanos, nem pensar. O negócio é baixar um decreto e tudo será milagrosamente consertado.


Aí vem essas aberrações, como a citada neste tópico, e tantas outras, como a tão falada pena de 4-6 anos para quem destrata um gato de rua e de no máximo um ano para quem abandona um menor (SER HUMANO) à própria sorte.

Aliás, para a análise dessas aberrações, não me estenderei, recomendo a leitura do artigo do juiz de Direito Marcelo Semer, de Estado de SP, que está no seu blog: http://blog-sem-juizo.blogspot.com.br/2012/09/projeto-do-cp-cria-mercado-da-pena.html

Pior: o Senado ganhou mais prazo, até meados de outubro, para discutir o anteprojeto e "acrescentar emendas"...ou seja, aguardem, mais um frankenstein jurídico sairá do nosso parlamento, após as valiosas contribuições que serão dadas pelos nossos Senadores, entre os quais os sábios José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Fernando Collor, Sergio Petecão, entre outros.

Não adianta, certo era o Nelsão quando dizia que "o brasileiro quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte".


imagem de JeanMarc
JeanMarc
No PF desde: 20/04/2011

Expêriencia pessoal: Tinha 21 anos quand fui fazer um estagio no exterior (França). Encontrei uma garota especial, paquera, alcool, e a noite acabou na cama. Eu não esperava, ela também não, fizemos sem camisinha. Um mês e meio depois, recebo um convite para ir a casa dela. Ela me da de "presente" a analise do laboratorio. Pergunta o que eu acho, conversamos e ela me explica que vai abortar, que ja tinha decidido.


Aqui na França é assim. Tu vai ao médico, ele pode te dar a "receita" para ir na clinica abortar (claro que respeitando o limite de 12 semanas, etc, etc). Ela recebe um sermão de uma equipe, explicando que o corpo não é um brinquedo, que blablablah...


Nessa época, eu era estudante universitario (terceiro ano de engenharia), ela também(começo de doutorado). Sem os pais para ajudar, com um namorado brasileiro que veio estagiar, tu queria que ela fizesse o que ?


Vocês podem me julgar, dizer que fomos irresponsavéis, vocês terão toda a razão. Foi a primeira e a unica vez que não usei preservativo.


Quem aqui mediu as consequencias de todos os seus atos desde a maioridade ? Pensa: guri bobo na festa, 21 anos, bebado, sozinho no exterior, sem muita grana, aparece alguém legal. Quem mediria seus atos ?

Aconteceu. Não devia ? ok, mas agora aconteceu.

Não tinhamos condições de ter filhos. Nem maturidade emocional, nem condições financeiras.


Nos anos seguintes, minha vida foi uma correria e não foi muito facil. Pouca grana, morando de favor varias vezes, estudando, trabalhando, fazendo esforço. Pra essa garota, também. Trabalhou em uma empresa em que tinha que viajar 15 vezes no ano pra China, Tailandia, EUA, etc.


10 anos depois do ocorrido, tivemos nosso primeiro filho (2010). Temos casa, qualificação profissional e emprego estavel. Nosso filho é a coisa mais linda. Temos dinheiro pra pagar a baba, para dar uma alimentação saudavel, pra vesti-lo corretamente e tempo disponivel pra brincar com ele.Não nos arrependemos de nada (somente de ter feito a "cagada" naquela primeira noite, claro).


Quem estabeleceu que um ovulo fecundado é uma vida ? Quem disse que é um ser com sentimentos ? Essa idéia de que estamos "matando" alguém quando se interrompe uma gravidez nas primeiras semanas, quem colocou na sua cabeça ? cientistas ou religiosos ? E esse sentimento que temos que pagar o preço forte pelos nosses erros ?


Muito provavelmente, se ela não tivesse abortado, não estariamos mais juntos(problemas de dinheiro, frustrações, desilusão), essa cria estaria com 10 anos. Tudo que fizemos na nossa vida de "sem filhos" (terminar os estudos, fazer festa, viajar, procurar emprego em qualquer lugar do mundo, morar em qualquer canto na casa de qualquer um) seria esquecido.


Vou aproveitar e abordar um outro aspecto desse fato, o problema socio-economico: Se não tivessemos interrompido, hoje trabalhariamos em empregos menos qualificados ( e pagariamos menos impostos, o estado (ou alguém) teria que nos ajudar a sustentar, dar educação, tratamento medico. Se ninguém ajudasse, teriamos nos marginalizados. E virariamos um peso para sociedade.


Por um outro lado, hoje pagamos bastante imposto, pagamos emprestimo de casa, fazemos o sistema funcionar (e contribuimos para ajudar quem não pode fazer como nos) e provavelmente a criança tera um ambiente estavel e favoravel ao seu bom desenvolvimento.

Observem que o aborto não nos impediu de ter filhos e nem provocou um aborto por ano, muito pelo contrario. Mulheres, acreditem: nenhuma mulher gostaria de ter entrada vip em clinica de aborto. O procedimento é traumatizante e não motiva ninguém a faze-lo uma vez por ano.


A todos que são contra o aborto: Proponho que os filhos de quem ficou gravida por acidente sejam cuidados por vocês, materialmente E emocionalmente.


Se alguém, por religião, filosofia ou outro motivo, achar que o aborto é errado, não façam. O corpo é de vocês. Agora obrigar uma mulher a ter filho porque aconteceu UM acidente, é uma piada. Com consequencias graves para a sociedade.


ps: ninguém melhor que senhores de 70 anos, virgens e de saia, para decidir sobre o direito de reprodução das muheres.


imagem de Júpiter
Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

[EDITEI...]


imagem de Nandablue
Nandablue
No PF desde: 17/04/2010

hahaha


pena que eu não li...


imagem de byonce
byonce
No PF desde: 31/08/2011

pena q não li (2x)


kkk


imagem de Ella
Ella
No PF desde: 08/09/2011

Quote:
Quem estabeleceu que um ovulo fecundado é uma vida ? Quem disse que é um ser com sentimentos ? Essa idéia de que estamos "matando" alguém quando se interrompe uma gravidez nas primeiras semanas, quem colocou na sua cabeça ? cientistas ou religiosos ? E esse sentimento que temos que pagar o preço forte pelos nosses erros ?


Minha consciência me diz isso ,

Responsabilidade em assumir o que faço.(minha opinião)


imagem de JeanMarc
JeanMarc
No PF desde: 20/04/2011

Divido em dois a tua resposta:


Tu assume a responsabilidade do que fizeste ? Eu também. Sem condições de criar um filho, a atitude responsavel era abortar. Ter o filho seria transferir a responsabilidade ou para alguém ou para a sociedade.

Quer ver exemplos de pessoas que tiveram responsabilidade en assumir o que fizeram ? Vai visitar familias carentes com 5 ou 6 filhos, eles assumem completamente o que fizeram. Se daqui a alguns anos essas crianças começarem a cometer crimes e esses crimes envolverem a tua familia, lembre-se que esses pais so "assumiram" o que fizeram.


Quanto a tua consciência que diz que um ovulo fecundado é uma vida, não esqueça que a tua consciência é alimetada pelo exterior (essas opiniões não vieram espontaneamente, sim, sim, foi a tua educação). Mas eu respeito, é o teu direito.


Quando uma menina de 14 anos estuprada pelo pai pedir pra não ter o filho, tu vai explicar que a tua consciência diz que o embrião que ela traz no ventre é uma vida e que por isso ela vai ter que arcar com as responsabilidades.


Poderia enumerar uma grande lista de casos onde a tua consciêcia falharia (acefalia, risco de vida para a mãe, etc).