Decisão difícil.

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Catinnha
No PF desde: 20/03/2009

Bellinh@,

Não sou tão jovem quanto você, já tenho 31, mais já tive sua idade e em muitos momentos dúvidas como a sua me assaltaram. Saí do interior e vim fazer faculdade no Rio. Bancava tudo como você. Na minha época de estagiária, porque o curso obriga horas de estágio, meus pais, graças a Deus, bancaram a maior parte das despesas. Sem cobranças de qualquer tipo, nunca pediram que eu voltasse, embora deixassem bem claro que sentiam saudade, como qualquer pai e mãe normais que amam sua filha. Aliás filhas, porque depois de um tempo minha irmã caçula veio morar comigo. Dificuldades foram muitas, mas me formei, estudei muito e passei num bom concurso. Juntei dinheiro e abri com minha irmã uma clínica de estética. O serviço público me decepcionou, mas eu não abandono a segurança e a boa remuneração do Governo. Me realizo profissionalmente na clínica. Se eu tivesse ficado no interior ou voltado para lá depois de formada, jamais teria as oportunidades profissionais que tive aqui. Trabalhei em empresas privadas, que me fizeram crescer muito e pessoalmente são experiências que me ensinaram a encarar a vida de frente. Já viajei bastante, tenho casa, carro, fiz especialização. Toda moeda tem dois lados, e claro que voltar para a casa dos pais pode ter suas compensações, como ficar no Rio também. Avalie o seguinte: minha vida profissional na cidade onde nasci, pode ser tão satisfatória quanto onde estou agora? Chances de crescimento, de continuar estudando, que é fundamental, será que você vai ter? O que você quer é uma vidinha calma, num lugar onde você pode deixar o carro aberto, mas que não te proporciona desafios? Como será a convivência com seus pais, depois de já estar habituada com regras que você fez para si própria e sua casa? A casa dos seus pais é a casa deles. E um rapaz de 29 anos, que vive as custas do pai é no mínimo acomodado. Você com 23 está formada, se bancando e ele com 29 ainda na faculdade e sem trabalhar. Acho que ganhar o suficiente, para comprar as próprias cuecas é questão de brio! E me corrija se estiver errada, mas me lembro de você ter dito aqui no PF que ele tem uma filha. Se ele vive às custas do pai, a filha vive de que? Que mal há em demorar um pouco mais para se formar, mas trabalhar e honrar suas próprias despesas? Trabalhar durante o dia e ir para o cursinho preparatório a noite ou nos fins de semana diminui alguém? Isso é no mínimo, demonstração de garra. Concordo com os colegas, que citaram o fato de você estar mais preocupada com a situação dele do que com a sua própria. Entendo que seu coração fala alto, mas pense em você em primeiro lugar. No seu lugar eu ficaria, não pelo namorado, mas por mim mesma. Se ele continuar nesse marasmo, você mesma vai decidir se vale a pena ou não continuar com um cidadão que vive de mesada. Fique no Rio e continue com ele. Acalme seu coração e viva seu amor até quando o comodismo dele matar sua admiração e tornar incompatível a convivência de vocês. Nesse caso, você nunca vai se culpar por não ter lutado até o fim, para ficar ao lado desse homem que tanta ama. E se com o decorrer do tempo, ele provar que pode crescer, você terá orgulho dele e não se arrependerá de ter enfrentado o medo de lutar por uma relação, que pode não dar em nada justamente, pela acomodação dele. E vá batalhando pela sua vida profissional, tentando concursos, que demoram mesmo. Você ainda é muito jovem, terá muito tempo pela frente para consertar possíveis decisões equivocadas. Mas torço para que você decida, pelo que te trouxer mais benefícios. Boa Sorte!