Não entendi porque tanta revolta com o aplicativo. A minha única conclusão é que deva ser pelo nome que foi dado "Lulu" que remete a algo de um grupo de mulheres. Ele é bobo, nunca o achei digno de levantar tamanho debate. O surpreendente, como eu já disse, é a patética reação feminina, de se jogar na frente dos homens para defende-los com unhas e dentes dos exemplares femininos que causam vergonha à espécie.

Se tem uma coisa que eu odeio, são pessoas que querem pautar importância de defesa de causas na vida de outras pessoas. Como aquele que acha um absurdo alguém defender animais enquanto tem crianças morrendo de fome na África. Mas, me permito abrir uma exceção.

Então, quando algumas mulheres não conseguem superar alguns relacionamentos elas falam mal do cara? O triste, é que muitos homens quando não conseguem superar o fim do relacionamento matam a mulher. O que será melhor hein?

Mas Kátia, uma coisa não tem nada a ver com a outra, alguém vai correr para dizer. Pois é, realmente não tem. Não tem estardalhaço, não tem raiva, não tem rancor. Nas notícias de violência contra a mulher não, tem conformismo, a vida é assim e pronto acabou. No aplicativo que fala que fulano é ruim de cama, tem uma semana que é pauta de matérias e discussões sem fim. Nisso tem revolta, isso causa vergonha.

Quando vão perceber que essa violência contra a mulher faz parte de uma cultura machista. E que só vai acabar quando acabar essa cultura machista. As frases "um amigo homem vale mais que dez amigas mulheres", "mulher não é amiga de mulher", "mulher dirige mal", etc. (poderia, infelizmente, dar mil exemplos) não matam ninguém. Mas essas frases fazem parte da cultura do machismo e a cultura do machismo mata.

Você pode não bater em uma mulher, mas contribuindo com o machismo, você está perpetuando essa violência.

Aleluia que uma mulér conseguiu ver a diferença entre público e privado; mesa de bar e seus comentários jocosos não são feudo exclusivo dos homens, a não ser que as muléres vão para o bar apenas para falar sobre política externa, e os rumos da educação no país.

Certamente que comentários finos e elegantes como #roncaepeida (bah, odeio os #), #[***]pequeno ou #sempreesqueceacarteira, devem ser tratados apenas como uma inocente brincadeira, mesmo que milhares de mulheres tenham acesso a essas "dicas" tão preciosas.Vítimas e comentadoras devem sentar ao redor de uma mesa e dar boas risadas...

Claro que não sobra tempo para militar por causas mais importantes, em favor de homens e muléres - quando ficam (criadoras e usuárias do aplicativo) perdendo tempo com a cristalização da vulgaridade.

Nota abaixo de 10 quero revanche, heheh.

Sério mesmo que estão fazendo essa equivalência entre Lulu e mesa de bar? Sério?

Para milésima vez, só para ficar bem claro, não apoio, não uso, não gostei do aplicativo. Mas a discussão é mais em torno da quase inédita objetificação masculina do que do aplicativo em si.

Em 2013 os homens estão revoltadíssimos porque um aplicativo está reduzindo-os a objeto. Mulheres há 2013 anos (sim, vamos contar a partir de Cristo) são reduzidas a objeto. E a elas é vetado o direito de se revoltar.

E reduzidas a objeto não na internet, mas em todos os lugares. Quer algo mais público do que um grito de "chup@va todinha". Não, eu não quero vingança, eu não quero legitimar o direito de tratar homens como objetos. Essa discussão em torno do aplicativo, aliás, poderia abrir as portas para a repulsa da objetificação. Mas o que infelizmente estamos vendo, é uma patética discussão cheia de machismo.

Engraçado é que com o "chup@va todinha" o aceito é que isso é coisa de alguns homens grosseiros e muitos homens se indignam de ser colocados no mesmo balaio. Mas as mulheres, ah, isso é uma coisa só. O aplicativo feito por um reduzido número de mulheres e usado por um reduzido número de mulheres é coisa de envergonhar as mulheres em geral, porque quando Pedro faz uma coisa errada, é o Pedro fazendo uma coisa errada. Quando Maria faz uma coisa errada, é uma mulher fazendo uma coisa errada. Exagerado não? Mas é a nossa realidade. Pedro bateu o carro? Pedro bateu o carro. Maria bateu o carro? Mulheres dirigem mal. Pedro namora uma mulher de 75 anos rica. Pedro é um gigolô. Maria namora um homem de 75 anos rico? Mulheres são interesseiras.

Me desculpe Winston Churchill, mas eu me rendo...