Fidelidade x Lealdade.... O que vcs acham?

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Lê Braga
No PF desde: 24/04/2011

E aí gente, faz sentido pra vocês???


Fidelidade x Lealdade


Tenho refletido sobre a questão da fidelidade e quanto eu mais eu penso a respeito, menos eu a compreendo. Não consigo entender por que as pessoas insistem tanto nesse ponto. A maioria acha que fidelidade é prova de amor, mas para mim amar é querer que o outro seja feliz e pleno. E como alguém pode ser feliz se tiver que se anular e reprimir sua natureza? Claro que não podemos dar vazão a todos os nossos instintos, caso contrário, viveríamos no caos, nos mataríamos uns aos outros, o estupro correria solto, entre tantas outras abominações. Verdade que estamos a caminho, mas ainda não nos tornamos piores do que Sodoma e Gomorra. Ainda assim fico pensando qual o propósito da fidelidade?

Já viram como os homens têm uma outra visão da fidelidade? Como eles sabem separar sexo de amor? Para eles, sair com uma outra mulher que não a sua companheira, não significa que eles não a amem mais ou que não sintam mais desejo por sua namorada ou esposa, significa tão somente que eles se sentiram atraídos por uma outra fêmea e seguiram seus instintos. No entanto, as mulheres fazem um “cavalo de batalha” porque acham que estão sendo traídas. Se agarram à fidelidade como se esta fosse o único meio para manter uma relação, como se fosse uma corrente de ferro, que uma vez fundido o último elo, torna-se indestrutível. O que ocorre é que quase todas as mulheres são reprimidas sexualmente, não têm coragem para romper os grilhões sociais e usam a fidelidade para castigar os homens por sua liberdade sexual, como uma espécie de vingança. Só que no final das contas são elas que ficam com o sofrimento e o gosto amargo na boca, pois são raros os espécimes masculinos que se submetem a tal condição. Elas não percebem que quanto mais tolhem o parceiro, mais eles buscam a liberdade em outros braços. Eles não querem uma carcereira, querem uma parceira, uma cúmplice e uma companheira. Homens não são cavalos de charrete para andarem com anteolhos e tampouco as mulheres deveriam ser!

O problema é que ainda temos uma visão romântica do relacionamento entre um homem e uma mulher. A Igreja, por um lado, com os seus “O que Deus uniu, o homem não separe jamais” e “Até que a morte os separe”; a literatura, por outro lado, com o “E foram felizes para sempre”, contribuem, e muito, para a cristalização dos valores. Nada contra a instituição CASAMENTO, o elemento complicador, ao meu ver, é a base sobre a qual ele é fundado. Explico melhor. As partes, quando se casam, exigem unicamente uma coisa: fidelidade. Só que esquecemos que esta “qualidade” não é natural do ser humano, é algo adquirido. Vejamos, o homem (raça), tal como os demais animais, obedece a um instinto primitivo de procriação; o homem (gênero) deve transmitir seus genes ao maior número possível de mulheres para garantir a multiplicidade e a sobrevivência da espécie. Cabe à mulher selecionar aquele que julgar mais forte e saudável para fecundar o seu óvulo, uma vez que seu processo de gestação é lento e doloroso, daí a necessidade de eleger um parceiro por vez. Porém, isso não quer dizer que este deva ser o único! Se fosse desta maneira, poderíamos ficar como na Arca de Noé e pronto: um par de cada espécie para todo o sempre. Amém!

Algumas leitoras argumentarão que, muitas vezes, os homens são os que mais exigem a fidelidade. Concordo. No entanto, o motivo que os leva a tal exigência é bem diferente do das mulheres. Nós (e me incluo apenas como gênero) depositamos a nossa felicidade no outro e com isso criamos uma dependência emocional, portanto se o nosso amado vai atrás de um outro “rabo-de-saia”, nos sentimos frustradas e fracassadas. Os homens, por sua vez, depositam na fidelidade a sua virilidade, ou seja, se suas mulheres vão para a cama com um outro, para eles é como se não fossem capaz de satisfazê-las, como se fossem meio impotentes e menos machos. A questão então é simples: nós queremos a fidelidade para nos sentirmos únicas, especiais e felizes; eles também querem a fidelidade para se sentirem potentes e viris. Pura insegurança de ambas as partes, porque todos somos especiais, únicos, sexualmente potentes e podemos ser felizes por nossos próprios méritos. Claro que com o outro é muito melhor, mas não precisamos jogar mais este peso nos ombros alheios.

O que quero demonstrar é que exigimos algo que é antinatural e, se é assim, por que impomos uma escolha única e perpétua? Será que não estamos elegendo a opção errada? Será que não seria melhor “exigirmos” do parceiro (a) lealdade em lugar de fidelidade? Não é mais desejável que a pessoa que está ao nosso lado sinta-se confortável para falar abertamente dos seus sentimentos e sensações do que forçá-la a reprimir seus instintos para satisfazer a uma vaidade? Vaidade sim, pois os fiéis são altamente narcisistas e egoístas; obrigam o parceiro a ser um reflexo de si próprios, uma vez que se acham perfeitos e não se importam se o outro está feliz com essa “opção”. Pensam que se eles podem refrear seus desejos, por que o outro não pode? “Se eu sou fiel, você também tem que ser!”. Os fiéis creem que possuem todas as qualidades do mundo e são capazes de satisfazer plenamente o parceiro e por isso acham um total desrespeito quando o companheiro olha para uma outra pessoa.

Atenção! NINGUÉM é perfeito. Ao longo da vida você pode se encantar por um sem fim de pessoas. Você pode, em uma determinada fase da sua existência, se apaixonar por alguém lindíssimo, carinhoso e generoso, mas as coisas mudam e, de repente, você dobra a esquina e conhece uma outra pessoa com características distintas que te completam melhor neste outro momento da sua vida. E agora? Você continua com o seu parceiro, mesmo sentindo-se infeliz, só porque jurou fidelidade? Ou você preferiria poder sentar com seu companheiro e dizer a ele que está se sentindo fortemente atraído por outra pessoa e tentar encontrar uma solução juntos? Logo, penso que deveríamos modificar o juramento que fazemos diante do sacerdote ou Juiz-de-Paz. Em lugar do: “Juro ser fiel, amar-te e respeitar-te na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza...”, deveríamos dizer: “Juro ser leal e verdadeiro, respeitar-te e amar-te. Ser teu(tua) companheiro(a) em todos os momentos de nossa vida, sejam eles bons ou maus até que a vida nos separe”. E de quebra ainda podíamos mudar os contos-de-fada e finalizá-los parafraseando os mais perfeitos versos do poeta Vinícius de Moraes: “E foram felizes enquanto ardeu a chama do seu amor”.

Antes que os fidelíssimos me crucifiquem, vou logo dizendo que não sou nenhuma especialista em relacionamentos, na verdade meus fracassos são mais numerosos que os meus sucessos (pois só agora estou revendo meus conceitos e soltando as amarras), mas eu aproveito o tempo em que estou sozinha para tentar compreender o mecanismo das relações. E cada erro que cometo é uma nova reflexão. Por isso, aviso que não estou me metendo a dar conselhos a quem quer que seja, estou apenas expondo minha opinião, tentando demonstrar uma nova perspectiva, um novo olhar sobre um velho tema. Quem quiser me seguir, que o faça; quem for fiel convicto, encontrou a sua metade da laranja e ambos são felizes assim, parabéns! Só peço a estes últimos que, por favor, ao iniciarem um relacionamento, perguntem ao ser amado onde ele se enquadra, pois a fidelidade pode ser um jugo pesado demais. Vou continuar preferindo a lealdade à fidelidade, não quero que a pessoa que esteja comigo seja obrigada a mentir para mim porque não consegue subjugar sua natureza. O bom da vida é ser feliz.


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Lê Braga
No PF desde: 24/04/2011
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Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

Bah, vou ler esse tratado e semana que vem, quando terminar, prometo que passo aqui e opino! te larguei pras cobra fia! S2!


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Lê Braga
No PF desde: 24/04/2011

Júpiter, eu não escrevi isso! Eu li num site da net, inclusive o endereço está ai embaixo... Só lancei aqui pra saber a opinião de todos, não quer dizer que eu concorde!


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Júpiter
No PF desde: 08/07/2010

Tá.

S2!


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Desculpa, não tive paciencia p/ ler...


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

eu já conhecia o texto... na minha opinião é conversa fiada pra boi dormir....

se a pessoa quer variar a marmita tem duas soluções simples e práticas:

1) fique solteira (o) e pegue quantos parceiros (as) quiser

2) procure um parceiro (a) que seja adepto a relacionamento aberto

feito...

ninguém é obrigado a casar da maneira tradicional... casam porque querem....

se no inicio do relacionamento foi estipulado a monogamia, é isso que deveria seguir... ou cai fora, separa e vai curtir...


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SOL E LUA
No PF desde: 29/11/2010

Olá Lê Braga,


Acredito que a fidelidade total só é defendida por pessoas que nunca passaram por situações que lhes prova que isso é impossível. Bom, estou levando em conta que para algumas pessoas, admirar, desejar, flertar, abraçar, beijar também é traição.

Eu tenho visto situações de traições que considero como puro egoísmo mas também tenho visto traições que apenas acontecem porque não somos totalmente donos de nossos sentimentos e desejos.

Sou um exemplo prático do que entendo por traição e lealdade e sou assim porque para mim prefiro que alguém seja leal já que a fidelidade é só uma questão de situação.

Já fazem quase 1 ano e 7 meses que comuniquei meu marido que não estava feliz no casamento, que não havia amor e que eu não tinha nem forças e nem vontade para melhorar nada. Avisei que estava decidindo sobre me separar de verdade. A partir daí nunca mais cheguei perto dele com carinho ou sensualidade fingindo sentir algo que não sentia, simplesmente segui minha vida morando na mesma casa e fazendo meus afazeres domésticos mas sem deixá-lo acreditar que havia sentimento da minha parte por ele. Ainda não saí de casa por motivos bem pessoais mas hoje não sou fiel, apesar de nunca ter feito sexo com ninguém, ajo como uma pessoa solteira, seguindo alguns cuidados para que minhas atitudes não façam meu marido sofrer.

Bom... é isso.


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alice55/RJ
No PF desde: 01/06/2009

O texto está expondo um pensamento muito particular, baseado, ao meu entender, unicamente nas experiências pessoais de quem escreveu.

Trata-se de um ponto de vista; mais um ponto de vista e nada mais.


Acredito que a dor da traição fala por si. Sejam homens ou mulheres, pra mim não tem essa de que homem enxerga a traição de um jeito e a mulher de outro. A dor é a mesma para ambos, quando acontece.

É muito legal voce ter um parceiro que compreenda suas necessidades, mas é preciso que a recíproca seja verdadeira, o que nem sempre acontece.


Pessoalmente, acho que há limites. Se voce realmente ama, vai levar em conta os desejos e os limites do parceiro para determinados assuntos, e ele os seus. Fugir disso em nome de uma necessidade (?) de trair, se houver, acho que é raro entre casais. E também, nem sempre as necessidades são na mesma intensidade. Pode ser que ambos sejam compreensivos com as traições mútuas, encarando como "necessidade", mas acredito que a coisa desande do mesmo jeito se um tiver vontade de trair MAIS que o outro... enfim, acho que nem assim os conflitos seriam evitados. E um excesso de traição seria tão doloroso quanto saber que foi traído uma única vez.


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vica
Offline
No PF desde: 25/08/2010

INTERESSANTE....MUITO INTERESSANTE!!!!


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fiorella
No PF desde: 28/03/2011

Respeito muito (e até admiro) os adeptos ao relacionamento aberto, mas não é minha praia não.


Passei por uma situação assim. Terminei meu último relacionamento porque ele queria estar livre para ter novas experiências. Detalhe, ele queria continuar ficando comigo, pois dizia gostar muito de mim, mas como ele se reprimiu muito no passado e teve poucos relacionamentos, ele sentia um vazio por não ter vivido mais isso. Como eu o amava muito (e admito que ainda o amo), vi que não conseguiria encarar com tranquilidade o fato dele a qualquer momento estar saindo com outra (por mais que ele argumentasse que eu sempre viria em primeiro lugar).


Eu nunca ia me sentir segura e amada de verdade se eu não bastasse para aquela pessoa. Sentir desejo por outras pessoas é normal, mas é tudo uma questão do que você quer como prioridade. E nesse ponto concordo muito com a Ana: se quer "variedade" que fique solteiro, ou ao menos fique com alguém bem desapegado. Eu até conseguiria ter relacionamento aberto com uma pessoa que eu curtisse... mas quando o amor está em jogo, sinceramente, não rola...