PERFIL DE CORNO

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Waximilien
No PF desde: 27/01/2011

Felomenal, a base de qualquer relacionamento são os compromissos assumidos. Ou deveria ser. Todo relacionamento é um pacto. Se a fidelidade faz parte do pacto é porque ambos aceitaram que seria assim. Ha relacionamentos em que fidelidade não é importante. Mas porque as pessoas envolvidas decidiram assim.


A relaçao entre o traidor e o traido é tremendamente injusta com o traido, se o traido cumpre o compromisso (quando o chifre é trocado, obvio, ninguém tem do que reclamar). Como eu disse, ser desonesto é sempre mais facil do que ser honesto. Nossa natureza de homens e mulheres nos impele a ter varios parceiros. Fidelidade nos faz lutar contra essa natureza, é um sacrificio. O traido fiel se sacrifica, o traidor, não.


Vejo muitas pessoas minimizando a importancia da traição. De repente, o trauma profundo pelo qual passa uma pessoa que descobre que foi traido(a) pelo(a) marido/mulher durante dois, tres, quatro anos (às vezes mais de uma decada), ao invés de ser visto como algo compreensivel, vira so uma \"frescura\".


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Waximilien
No PF desde: 27/01/2011

> Quanto à traição. Não acho razoavel terminar um relacionamento por conta de um deslize. É considerar o relacionamento com sendo apenas exclusividade sexual.


Por uma questão de justiça, quem deveria decidir isso é ou deixa de ser razoavel é o traido, nao o traidor.


Uma pergunta pessoal: você aceitaria viver numa relação onde so você cumprisse o que foi acordado?


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Felomenal
No PF desde: 28/05/2010

Waximilien, entendo, para vc a exclusividade sexual é um compromisso essencial e não-negociavel. a base do seu relacionamento, ok.


o que eu considero, é que este compromisso, tratado com essencial e não-negociavel, reduz o que vem a ser um relacionamento real. um relacionamento não sexo. relacionamento é muito mais que isto.


\"Como eu disse, ser desonesto é sempre mais facil do que ser honesto.\" = nem sempre. depende da \"desonestidade\". o que ocorre é que para vc o item definitivo para o julgamento moral de um ser humano e se ele mantem o compromisso de exclusividade sexual. para mim, a pessoa é mais do que isto.


\"Nossa natureza de homens e mulheres nos impele a ter varios parceiros. Fidelidade nos faz lutar contra essa natureza, é um sacrificio. O traido fiel se sacrifica, o traidor, não.\" = concordamos que a humanidade não é monogamica. a nossa sociedade imprimiu que agir não naturalmente é mais \"virtuoso\". ok. só não vejo este virtuosismo todo nesta atuação não natural.


\"De repente, o trauma profundo pelo qual passa uma pessoa que descobre que foi traido(a) pelo(a) marido/mulher durante dois, tres, quatro anos (às vezes mais de uma decada), ao invés de ser visto como algo compreensivel, vira so uma \"frescura\".\" = todo o \"trauma\" é criado pela extrema valorização de um compromisso sexual. a sociedade por meio desta norma social irrevogavel destroi tudo o que esta por tras dela. no seu caso não acho que a pessoa \"perdeu\", ela só perdeu se para elas os sentimentos foram falsos, se não o foram, não perdeu nada. so que a nossa sociedade destroi tudo o que foi vivido pq só o que importa e a fidelidade sexual.


\"Por uma questão de justiça, quem deveria decidir isso é ou deixa de ser razoavel é o traido, nao o traidor.\" = continuo com a convicção que se a verdade não tras beneficio nenhum ao outro, naõ deve ser contada.


\"Uma pergunta pessoal: você aceitaria viver numa relação onde so você cumprisse o que foi acordado?\" = depende do acordo. um acordo de exclusividade sexual, depende da situação fatica. um acordo de priorizar os interesses dos filhos em relação aos dos pais, não. um acordo de que leva o lixo para fora, sim.


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Waximilien
No PF desde: 27/01/2011

> Waximilien, entendo, para vc a exclusividade sexual é um compromisso essencial e não-negociavel. a _base_ do seu relacionamento, ok.


Não, devo dizer que não entendeu, não. O que quero dizer é que ninguém obriga A a assumir um compromisso de fidelidade com B. Se A quer viver livre, leve e solto, mas para B fidelidade é fundamental, que raios faz A em fazer um pacto de fidelidade com B para depois quebra-lo? Falo aqui bem no geral, nao no meu caso especifico.


> nem sempre. depende da \"desonestidade\".


Tirando eventuais \"dores de consciência\" que boa parte das pessoas felizmente tem e que servem de freio moral, pra toda e qualquer situaçao pratica que eu possa me lembrar agora ser desonesto é sempre uma vantagem. Por isso mesmo comportamentos desonestos, se não sofrem sançoes sociais (e até mesmo penais) tendem a se generalizar.


> todo o \"trauma\" é criado pela extrema valorização de um compromisso sexual.


A gente pode ficar aqui especulando porque essa exclusividade é tão importante pra tantas pessoas. Pode ir da etologia à filosofia, passando pela religião e por um copo de cerveja no meio do caminho. Mas o fato essencial é que ela é muito importante pra maioria das pessoas. E a infidelidade é algo que machuca muito a maioria das pessoas. E todo traidor sabe disso. Tanto sabe que uma caracteristica comum nos traidores é o ciume exagerado. Quer trair, nao ser traido.


Ai volto ao que disse la em cima: ninguem é obrigado a assumir esse tipo de compromisso. E, mesmo tendo assumido, é livre pra pular fora quando nao puder mais honra-lo. Nao estou dizendo que seja facil pular fora, mas ninguem mais pode dizer que nao ha porta de saida de um relacionamento. Enfim, ha a possibilidade de nao enganar nem machucar ninguem. Se nao houvesse, eu ainda acharia moralmente questionavel trair enquanto mantem um relacionamento. Havendo, pra mim a questao esta fechada.


Quero dizer com isso que você ou qualquer outra pessoa não deva trair? Não. Não digo a ninguem o que deve e o que nao deve fazer. Aguentando as consequencias, faça o que quiser, imoral ou nao. So acho feio ficar buscando justificativas pra não assumir as merdas que faz. Eu, por exemplo, desde que descobri a traição da minha mulher, nunca deixei de trai-la. Continuo com ela porque gosto dela, apesar de tudo, porque vejo vantagens em continuar o casamento e, principalmente, porque me sinto muito à vontade em procurar outras mulhers, o que não sentiria se estivesse com outra mulher que não tivesse (ou que eu não soubesse que tivesse) aprontado comigo.