Diego,

Não consegui entender a relação entre \'virar criança por estar apaixonado\' e \'colocar esperanças naquilo para que isso possa mudar sua vida\'.

Até onde sei, não se trata de esperar que aquilo salve nossas vidas, mas ter a delicadeza e inocência de se sentir bem com coisas pequenas. Quem está apaixonado faz cada besteira que jamais faria se não estivesse. Ri das bobagens que o outro diz, faz coisas que se envergonharia em outro momento. Acho que a comparação dela se prendeu mais a esse lado criança, de quem sempre vê novidade e é capaz de se admirar e se sentir feliz com as pequenas coisas.

Só porque estamos apaixonados, não significa que esperamos que aquele amor/paixão vá mudar nossas vidas. Muda sim, mas uma parte dela e reflete no resto. Muda porque encontramos algo que nos faz bem - pelo menos é assim que acho que deve ser -, mas que precisa ser encarado como um estágio da vida.

Eu amo, sempre fui capaz de amar. No entanto, nunca depositei no outro a esperança de que aquilo fosse mudar minha vida, mas acreditei que contribuiria para me fazer feliz e isso tornaria minha vida melhor.

E de resto, tem situações em que precisamos ser racionais ao dar conselhos. Eu sempre fico meio triste quando vejo mulheres ou homens dizendo que a relação esfriou e que encontraram um amante. Sei que isso é plenamente possível e acontece todos os dias, mas sei das implicações de ter um caso extraconjugal, sobretudo quando já se tem uma família constituída. Nesse caso, só me resta apontar para a pessoa o caminho mais correto, embora mais doloroso: ou separa e vive a paixão com o terceiro, ou procura o parceiro e conversa, propondo um resgate da relação.