Putz, agora bateu um revival da minha adolescência. Como eu sofria por causa disso! Anos e anos do segundo grau amargando o maior dos ressentimentos por sentir que estava sendo afastada, que me tiravam pra boba e que, esquizofrenicamente, ficavam de boa de repente, numa amizade de outras vidas incompreensível - tudo pra dali a algum tempo mudarem sem aviso e me deixarem com cara de tacho.

O cenário só mudou depois que eu comecei a namorar um dos ditos f0dôes da turma, um idiota na verdade, mas que elas achavam o máximo.

Me dei conta, depois, de que ser admirada por ter conseguido pescar o peixão do colégio não era mérito meu. Elas me respeitavam por causa dele, não minha; eu continuava sendo feita de besta por aquele grupinho.

Na faculdade, tudo melhorou. Meu grupo de amigas era pequeno, mas fiel. Muitas vezes, nós (que éramos em cinco) nos sentíamos mais afinadas com uma, em especial, mas jamais houve rejeição, isolamento ou grosseria.

O engraçado é que aqui no meu trabalho atual há muito disso. Sou a terceira mais velha, a maior parte das advogadas é uns 5 ou 6 anos mais nova do que eu e continuam com esse lance tribal de ter segredinhos, de esfregar na cara das outras o quanto são íntimas, de só se chamar de apelidos monossilábicos (Bi, Ju, Tá, Lu, Ka, afffff) e eu confesso que me irrito demais com isso. Quando noto que estou começando a embarcar nessa canoa furada, dou um jeito de ficar na minha, de não participar das conversas, de não cair na tentação de tentar à fórceps me integrar, porque, né, já sou macaca veia, não tem cabimento ficar correndo atrás do rabo das outras cachorras.

Tudo isso é pra te dizer que não acontece só na adolescência. Acontece a vida toda. A gente deixa de se importar com isso quando cria pra si um mundo que nos basta (no meu caso, é a minha pequena família, que me consome loucamente). Seja por causa do trabalho, do namorado, das atividades extracurriculares, da família ou do que for, acho que tu deveria não só investir nessas novas amizades como também deveria valorizar a tua vida after school. Ali é só uma parte do teu dia que se desenrola, não é o palco principal da tua vida.

Pensa nisso e lembra sempre que pessoas inseguras como essas meninas passarão por ti às pencas, até a velhice. O que tu tem que decidir é se elas devem/podem/merecem te afetar desse jeito, já que muito provavelmente não há troca nenhuma entre vocês, só competição.

Escrever pra ti foi como falar com a minha filha... Embora pequena, às vezes me traz esses conflitos vividos na escola. Vejo que ela vai sofrer muito na mão de dominadoras, porque é mais sensível, emotiva e nem um pouco competitiva ou impositiva. Vou começar a me preparar desde já pra ser uma ótima orientadora...

tipo assim de esteRpe?

rsrs

Esqueça sua amiga, faça novos laços de amizade, cultive sua felicidade e pare de dar bola para essa amiga, há tantas outras pessoas no mundo, no Brasil, na sua cidade, na sua escola, no seu bairro. Amigos nunca irão faltar.

Não se machuque por causa dos outros e viva a sua vida.