Ilustração: enviada pela autora

Olá, meu nome é Silvia e minha historia é essa. 

Quando tinha treze anos minha mãe se mudou para Juquitiba, interior de SP, eu parei de estudar e com uma semana que estava morando nesse sítio conheci meu marido. Começamos a namorar no mesmo dia em que nos conhecemos. Nos víamos todos os dias e, aos 15 anos engravidei. 

Passei a gravidez toda na casa da minha mãe, mas ele ia lá todos os dias, nos gostávamos muito mas estava difícil ficarmos juntos por causa dos pais dele. Minha mãe emprestou a casa do patrão para mim por 3 meses quando meu filho nasceu, e então falei para ele que era a última oportunidade que eu daria a ele para ficar comigo e ele aceitou. 

Passou um ano e meio e viemos para Sp. Até então minha vida ainda era boa. Quando meu filho tinha 3 aninhos engravidei de novo, uma menina. Nesse tempo de gravidez morei no Paraná e quando estava de 8 meses voltei para SP e quando minha filha estava com 5 meses engravidei de novo, ai onde tudo começa. 

Fiquei desesperada, meu marido então começou a ter atitudes erradas comigo, tipo falou para eu decidir sozinha o que era melhor para mim. Achei muito errado e tentei abortar. Mas não consegui e, Graças a Deus, minha filha é perfeita. 

Tenho 22 anos e três filhos, não me acabei, mas minha vida depois da última filha ficou muito triste, eu peguei ódio do meu marido, odeio tudo o que ele faz, não aceito carinho dele. Porque ele me deixa muito sozinha, ao mesmo tempo que está em casa é mesma coisa de não estar. É um homem sem conversa, sem atitude, só pensa em jogo, em carro, em dinheiro e tudo que dá errado na nossa vida ele culpa eu. Não tenho nenhum prazer em estar com ele, sinto que meus filhos são responsabilidade só minha e até meu filho mais velho, de 6 anos, fala que o pai dele só pensa em jogo. 

Às vezes sinto vontade de traí-lo, mas não tenho coragem e penso muito em meus filhos. Minha vida é uma tristeza, porque só vivo para meus filhos. Ele não tem tempo para me levar para sair e eu não posso sair com meus filhos porque, além de tudo, ele tem ciúmes, mais um defeito dele que eu não suporto. 

Separação para mim seria ótimo, eu iria viver na casa da minha família, colocaria meus filhos na creche e iria trabalhar, mas ele não aceita, prefere ser maltratado por mim em vez de separar. Aí acho que a única saída é o tempo em que meus filhos vão crescer e espero que eles me deem valor. E espero um dia poder me livrar desse homem que não me dá o valor que eu mereço. 

Obrigada amigas por esse espaço para nós, mulheres, desabafarmos.