Eu não tô gostando disso profundamente, não sei o que fazer...

Reproduçãos: wallcoo.net

Bem pessoal, estou me sentindo feliz por ter encontrado esse site e assim poder falar de um assunto que estou enfrentando sozinha... Vou tentar me fazer clara, resumida e gostaria que sentissem à vontade para deixarem suas opiniões.

A questão é que eu fui adotada e reencontrei minha mãe biológica pela segunda vez! Eu digo que a reencontrei pela segunda vez porque já tinha encontrado e conhecido ela pela primeira vez quando tinha quinze anos. Naquela época, com aquela idade, eu já sabia que era adotada e já estava ultra cansada, triste e deprimida com a vida que eu levava com minha familia adotiva. Não era "flores" a minha vida com eles. A pessoa que me pegou para criar faleceu quando eu tinha 5 anos, meu pai e mãe adotivos, então eu "sobrei" para os filhos desse casal cuidar (um irmão e uma irmã adotada também, só o irmão era de sangue da minha mãe adotiva).
 
Meu irmão passou a ser meu tutor oficial e sendo assim onde ele fosse eu tinha que ir, mas na prática eu ficava meio com ele e meio com minha irmã, quando um não me queria lá me mandava para a casa do outro. Vivendo com meu irmão, ele deixava a esposa dele fazer o que queria comigo. eu fui muito espancada com cabo de vassoura, xingada de p*, sendo que eu nem saia de casa, vivia presa, era feita de empregada e babá, e nunca, nunca, nunca, eu merecia nada, por mais que tirasse boas notas na escola ou fizesse as obrigações da casa. 

Vivendo com minha irmã, era outra forma de ser destratada: ela não deixava eu fazer nada dentro de casa por medo de eu estragar as coisas dela, mas em compensação falava para todos os vizinhos que eu era preguiçosa, não sabia fazer nada (sendo que ela não deixava), não conversava comigo, vivia me ignorando e falando mal de mim para outros (eu posso afirmar isso porque as pessoas vinham reclamar comigo as coisas que ela ia reclamar de mim para eles, tipo defendendo ela sem saber dos dois lados da coisa) e conforme as filhas dela foram crescendo ela passou a usar as meninas de "pombo correio" para me dizer algo que ela poderia falar diretamente comigo. Quando não tinha as meninas por perto, colava um papel na parede com a mensagem que queria me dizer, mas não falava comigo.

Eu só passava maus bocados com eles, isso que eu disse é pouco, se eu fosse escrever tudo daria um livro. Então mediante tanta coisa, um dia minha madrinha disse que tinha conseguido localizar minha mãe biológica e perguntou se eu não gostaria de conhecê-la. Eu disse que sim, e foi assim que aos quinze anos a conheci pessoalmente pela primeira vez. Mas aí aconteceu o que eu não esperava: minha mãe biológica queria que eu, da noite para o dia, trocasse meu nome, largasse meu namorado da época, enfim... A mulher apareceu do nada, sem o menor cuidado já metendo maior bronca!

É dificil aceitar isso gente, é muito estranho, vocês não tem ideia! Em consideração à minha mãe adotiva eu jamais tinha pensado em fazer nada do que minha mãe biológica queria! Eu me sentia meio que "traíra", afinal de contas, ao meu ver, não é porque as pessoas que cuidaram de mim após a morte dela terem sido tão ruins que eu faria aquilo! 

Eu era pequena mas lembro dela comigo... São lembranças boas. Então nesse encontro eu acabei ficando com minha mãe biológica por uma semana, na casa dela, porque ela me trancou dentro da casa, com a justificativa de que não queria que eu sumisse. E nisso, ao mesmo tempo, eu estava faltando a escola, estava sem dar notícias em casa, porque eu não tinha celular na época, estava sem falar com meu namorado... Foi estranho! Só após meu namorado e minha irmã irem me buscar na casa dela é que saí de lá, estava praticamente presa!

Após isso minha irmã, que também é adotada não quis mais que eu me encontrasse com ela por ela ter agido assim, e eu também não quis mais por ter ficado assustada, por mais que eu entendesse os motivos dela, até hoje não consigo achar que aquilo se justifica! um mês depois, se não me engano, ainda naquela época, me encontrei com ela de novo, pela última vez. Nesse encontro eu disse a ela os meus motivos para não querer fazer nada do que ela queria, tentei dizer a ela que não tinha raiva dela, que queria que a gente se entendesse e etc.. E, num certo momento da conversa, ela disse: minha filha você não tem nada lá. Nada lá é seu. A sua irmã não é sua irmã, seu irmão não é seu irmão, aquela casa não é sua. 

Finalizamos a conversa, nos demos um abraço, e fomos cada uma pro seu lado. 

Passaram-se dezessete anos, estou casada, tive minha filha há quase um ano, formei minha família, meu marido sabe dessa história toda, eu contei tudo de tudo pra ele, que por sua vez sempre quis conhecer minha mãe biológica e considera que, na verdade, eu fui roubada dela (ele acha isso porque eu disse a ele a versão que minha mãe biológica me disse: que engravidou de mim, o cara que me fez não quis assumir, ela era jovem e sozinha na cidade, e quando me teve ainda lá na maternidade, falou com uma enfermeira que precisava ter alguém para cuidar de mim enquanto ela trabalhava. A enfermeira me levou para minha mãe adotiva e nunca mais eu voltei).

Ano passado aconteceu do meu marido viajar e passar próximo da onde minha mãe biológica morava (eu mostrei a ele pelo google maps a localização) e ele teve a ousadia de ir procurar por ela. E encontrou. E foi assim que nós nos reencontramos pela segunda vez. estamos mantendo contato so por telefone ou email, até o fim do ano pode ser que a gente se encontre pessoalmente (nós moramos muito distante uma da outra).

Nas conversas entre eu e ela, percebi que passamos muitas coisas iguais na vida, para minha surpresa. Ela me contou a história de vida dela, que não deu para contar da primeira vez e eu contei a vida que levava na minha família adotiva. Percebi que ela não gosta quando eu digo que, apesar de tudo, estudei num bom colégio, minha madrinha me dava coisas legais, que minha mãe adotiva era boa comigo. Da última vez que conversamos, aconteceu de eu mencionar umas coisas desagradáveis que minha irmã fazia e ela disse: mas você passou por isso porque quis, foi sua escolha. Falou num tom de " se ferrou, bem feito".

Eu, pra nao deixar a peteca cair, confirmei que foi minha escolha sim e que eu não poderia fazer o que ela queria assim como se fosse uma traira, porque querendo ou não aquelas pessoas ficaram comigo. Gerou um clima muito ruim no telefone e ela disse: tá  bom, tá bom. Vamos fazer assim: quando eu querer falar com você te passo um email. Eu disse ok, e foi assim que fechamos a conversa. Isso tudo foi em novembro passado e só agora com a aproximação que teve do dia das mães ela me mandou um email vago dizendo que estava sendo perseguida no trabalho e estava muito sem tempo e por isso sumiu.

Pra mim, na verdade, ela queria receber um simples "feliz dia das mães" que  desejei a ela sem cerimônias, afinal, eu fiz isso toda a vida para senhoras que não eram minha mãe, porque não faria pra ela, não é mesmo?! Observo também que, para falar do passado, ela foi mais solta, falou várias coisas, na boa. Mas para falar do presente ela não diz nada nada.

Mistério mesmo! Mas de mim ela quer saber tudoo... Gente, eu não tô gostando disso profundamente. Não sei o que fazer, já procurei deixar claro com ela determinadas coisas, como por exemplo que  espero que a gente se entenda de verdade, até porque nessa altura da vida nós já temos nossas vidas encaminhadas com nossas famílias, mas que ao mesmo tempo eu acho que isso não impede que a gente possa conversar e se conhecer e quem sabe nos tornar amigas e etc.

Ela, por sua vez, não teve nenhum posicionamento desse tipo e age comigo como se eu tivesse obrigação de dizer a minha vida a ela e fazer tudo que ela quer pelo fato de ter saido dela e ter o sangue dela (ela mesma usou essas palavras).  Gente... É difícil... Tô achando que meu marido, em nome da curiosidade de conhecer ela, me colocou numa roubada, talvez as vezes, na vida, é melhor deixar as coisas como estão, sei lá... Estou pertubada com isso, não quero ficar falando mil coisas de mim para uma pessoa que é praticamente uma desconhecida e que não se posiciona pra mim sobre qual vai ser a dela daqui pra frente, o que me faz pensar e acreditar que ela acha até que eu vou morar com ela!

Gente eu não tô gostando, não sei se continuo e vejo no que dá ou se sumo de uma vez por todas!! Podem deixar suas opiniões a respeito, por favor não me levem a mal, estou esperançosa com a possibilidade de saber opiniões/ideias a respeito disso.

Grande abraço, fiquem com Deus!

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Dificil sua situação, eu também nao fui criada pela mulher que me gerou, mas pelo minha vó que tenho uma enorme consideração, e para eu, ela e meus tios são meus pais, porque eu não convivi com a mulher que me gerou, ela me deu para minha vó quando eu era uma criança, e desde então minha vó passou a ser meus pais, teve um tempo que ela me queria de volta, mas so era por interesse apenas isso, ela queria uma pensão que eu tinha do meu falecido pai, então n quis nenhum contato com ela. Agora no seu caso pela historia que vc contou vc tem que fazer aquilo que você se senti bem, eu sei como e dificil ter contato com uma pessoa que se diz se algo sua, mas vc não senti absolutamente nada pela pessoa, vc não tem o que falar e normalmente vc se senti estranha, vc sabe q é sua mãe, mas vc n tem sentimento! e muito tenso. Olhe tudo que aconteceu na sua vida novamente, e principalmente olhe os sentimentos que vc tem por ela, e o contato que vc tbm tem com ela e reflita, se isso vai te levar algum lugar, se vcs duas vão se torna amigas ou se vai ficar nesse clima, ou pelo menos tente alguns contatos, vc percebendo que não esta prosperando em nada so esta te deixando mais aflita esquece tudo isso e vai viver sua vida. Eu por exemplo nem tenho nenhum contato com a mulher que me gerou e eu não quero, qdo tentei contato com ela, simplismente fez um barraco, então depois disso n quis ve ela de novo. OBS ela me deu porque ela não me queria e tbm pq queria era farra, ela tem 5 filho um de cada pai. Mas n tem como ninguem aconselhar vc, so vc sabe o que se passa em sua vida. Mas reflita e pense muiiiiito bem no que vc vai fazer.