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O que vc acha de voltar a matéria EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA???
qui, 05/04/2012 - 16:33
Há mais ou menos uns 17 ou 19 anos muitas escolas tinham uma grade de horário e de matérias bem diferentes das de hoje em dia, naquela época as escolas públicas ainda ensinavam música aos seus alunos, naquela época não havia aprovação automática, naquela época a escola pública não era a sucata que é hoje e naquela época havia uma matéria que sempre me despertou o interesse, mesmo quando ainda não a estudava, era uma tal de "Educação Moral e Cívica".
Duvido que alguém da minha idade se lembre, mas os mais velhos com certeza lembram. Para quem não sabe, transcreverei um resumo do que se trata a matéria, retirada de um livro da década de 70: "A educação moral e cívica deve harmonizar tradição com progresso, a segurança com desenvolvimento. O civismo deve empolgar os jovens diante dos inúmeros problemas a serem enfrentados e que necessitam de um verdadeiro espírito de civismo, que compreende um diálogo entre os cidadãos de um país e, numa outra dimensão o diálogo entre nações.". Ou seja, a matéria nada mais era um conjunto de normas e condutas que tinha o intuito de formas cidadãos, mas o que mais chamava a atenção é que esta matéria era direcionada a alunos do primeiro grau, atual ensino fundamental.
Para se ter uma idéia, tal matéria abordava diversos assuntos temas como educação, consciência, caráter, virtudes, vida social, direitos e deveres, dentre muitos outros. Revendo um antigo livro da matéria (o livro é da década de 80), logo nas primeira páginas você já é tomado oito páginas onde se resumem perfeitamente os deveres cívicos e morais de qualquer cidadão, ainda há também duas páginas dedicadas a explicar os conceitos de educação, moral e civismo. Vendo o livro mais a fundo pode-se ver que ele vai bem mais a fundo no que se dispõe a formar um cidadão, informando não apenas sobre os deveres do cidadão para com sua pátria, mas também ensinando valores e virtudes como respeito ao próximo, respeito as autoridades, ensinando a importância da educação e do caráter na formação de uma pessoa. Essa matéria foi abolida do currículo escolar no início da década de 90, se não me engano.
Daí pergunto:
Em uma sociedade extremamente individualistas, seria importante voltar essa matéria, desde os primórdios do ensino,ou, isso seria tirar da família a obrigação de PREPARAR E EDUCAR os filhos?
Por outro lado, há como EXIGIR isso das famílias levando-se em conta a dificuldade de ganhar o sustento, onde praticamente todos trabalham fora?
sab, 07/04/2012 - 11:31
#2
A questão toda é essa ... complementar o que né?
A escola hoje, mal dá conta de ensinar o básico que é ler, escrever e ''fazer contas'' ... quiçá EDUCAR.
seg, 09/04/2012 - 08:32
#3
Bom, vejo a matéria de EMC inserida em “Filosofia” disciplina que meus sobrinhos no 1º ano do ensino fundamental já têm, e que pelo que observei na apostila (Positivo) me pareceu muito interessante e principalmente atualizada, falando nos mais variados temas de forma real. A grade curricular hoje em dia é apertadíssima, não se ensina mais pra vida e sim para o vestibular, se estão errados, sinceramente não sei.
seg, 09/04/2012 - 15:49
#4
Moreno,
Vivemos uma longa crise no campo educacional, pois as políticas brasileiras não estão favorecendo o aprendizado de forma plena. Analisando-se as LBD´s (Leis de Diretrizes e Bases da Educação) e checarmos a realidade atual, nos espantamos por tal distância daquilo que denominamos educação mais “adequada”. Enfrentamos no dia-a-dia escolar forte influência das tendências “tradicional” (professor ensina, aluno memoriza e reproduz) e “tecnicista” (o estudar pensando no mercado de trabalho). Além disso, é preciso conviver com escolas sem ou com pouquíssimos recursos materiais, estrutura danificada, professores despreparados ou desmotivados, salários baixos, turmas com excesso de alunos (algumas chegam a ter mais de 40) e cargas horárias excessivas (o professor trabalha na escola e em casa planejando e corrigindo avaliações).
Outra questão que vem gerando discordância entre profissionais da educação é a da “progressão continuada”, praticada inclusive em escolas públicas, aonde alunos chegam às séries mais avançadas sem saber o “básico do básico”. Embora progressão não signifique aprovação automática, tem se percebido o despreparo em grande parte dos alunos participantes. Ou seja, a coisa não está funcionando da forma como deveria.
Como ter qualidade com tantos problemas que assolam as salas de aula?
Ex: tenho uma colega que há dias atrás estava “apavorada”, pois não sabia como ensinar pra uma turma de sétima série, pois quase 90% dos alunos mal sabiam ler e escrever. A disciplina dela não era Português, mas pra que pudesse ensinar algo, teria de auxiliar no processo de alfabetização. E como alfabetizar, se não tem qualificação pra isso (somente alfabetização científica)? E como fica o conteúdo programado, se tem que dar mais atenção pra outras questões? Como estes alunos chegaram à sétima série sem saber desenvolver um nível de leitura apropriada pra idade? São questões difíceis de lidar, em que a escola tem grande responsabilidade, assim como as famílias também.
Será que os pais cobraram, incentivaram, foram atrás pra buscar apoio? Acredito que grande parte não. Por isso, é um trabalho de dois lados, escola e família, senão a coisa complica. Tem pais que raramente vão à escola, ainda quando seus filhos aprontam (virou moda agora dar tapas e socos nos mestres), reclamam que os professores não sabem educá-los. A educação começa em casa, modos e disciplina, interação entre os sujeitos construindo valores, princípios, ética e moral. Mas a grande maioria só pensa nos filhos cumprirem os requisitos pra pegar diploma, não se importando com o processo e com as responsabilidades de cada lado deve assumir.
Aline, eu não vejo com bons olhos um ensino moldado pra vestibular, grande maioria dos alunos saem apenas reproduzindo conceitos, agir de modo crítico é que pega...
Caracas, falei demais...rs.
seg, 09/04/2012 - 15:05
#5
E dizer que no passado se ensinava latim no colégio...
Mas aí, depois que aboliram a palmatória, ferrou :)
seg, 09/04/2012 - 15:16
#6
Seria o mesmo que voltar com a DITADURA no Brasil....
Ta com saudade tá??????
seg, 09/04/2012 - 15:19
#7
Vica, acho que um retorno não seria de todo mal, afinal a ditadura foi uma época onde as pessoas lutavam por direitos, iam em busca de justiça, hoje o brasileiro senta o traseiro no sofá e diz amém pra tudo.
seg, 09/04/2012 - 15:31
#8
Lutavam sim. Só que a maioria não voltava pra casa !!!!!
seg, 09/04/2012 - 15:35
#9
.
seg, 09/04/2012 - 15:17
#10
Seria o mesmo que voltar com a DITADURA no Brasil....
Ta com saudade tá??????
Moreno,
Eu fiz esta disciplina, assim como PPT (Preparação para o Trabalho), e lembro também de OSPB (Organização Social e Política Brasileira), todas pertencentes a um modelo de educação tecnicista, que predominou no período da didatura até o início dos anos 90 sim, e sairam do currículo, devido a remodelação da educação, dada influência do movimento "crítico", onde questões como diversidade e alteridade foram elencadas, por exemplo.
Lembro das aulas de música e de poesia, como noções de arquitetura, assim como antes do início das aulas, tinhamos que cantar os hinos nacionais e do estado no pátio, ninguém podia entrar nas salas sem passar pelo ritual e isso tudo em escola pública, com professores rígidos, mas maravilhosos sob a perspectiva de ensino. Tenho muita saudade desse tempo.
Acho importante que questões sobre cidadania, ética, direito e civilidade sejam trabalhadas na escola, inclusive a Sociologia e a Filosofia já contribuem um pouco neste sentido, mas creio que se deveria abordar de uma forma interdisciplinar, pois são pilares pra qualquer cidadão deste país e devem estar associados no dia-a-dia de todas as disciplinas escolares. Entretanto, mesmo que a escola assuma este papel, não tira da responsabilidade dos pais em trabalhar estas questões com seus filhos, mesmo trabalhando fora ou não ter condição financeira desejável para sustentar suas famílias.
A escola assume um "papel complementar na educação", e de maior peso nos quesitos "instrução" e "ensino".
Abraço,