Massacre em escola no Rio de Janeiro

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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Sim, Si Cal. Não tem nada a ver com transformar o sexo em algo banal e muito menos partir pra libertinagem, mas é preciso rever esse conceito de que sexo é algo ruim e que tira a \"pureza\" do ser humano. Se mesmo pessoas normais e relativamente equilibradas podem ter problemas em lidar com os sentimentos de culpa e \"imundície\" que esse doutrinamento tráz, não é difícil imaginar o estrago que isso pode fazer em uma mente perturbada.


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girlie
No PF desde: 13/01/2011

Eu tenho uma filhinha de 2 anos, como já disse em outro momento, e me preocupo muito em não fazer dela uma pessoa perturbada em relação a sexo. Sexo é a base de quase todas as neuroses da atualidade.

Meus pais, que eu considerava os verdadeiros culpados da minha própria neurose, acabaram fazendo comigo e meus irmãos o que vejo ser basicamente a regra de muitos dos meus conhecidos. O comportamento deles em relação a sexo era o de dar informação mas, ao mesmo tempo, reprimir ao máximo o momento de estreia dos filhos. Evidentemente que todo esse controle e as ameaças de eu e minha irmã iríamos estragar a vida, que iríamos engravidar, que o mundo ia acabar por causa disso nos colocou muito, mas muito medo. Não acho que essa seja a melhor forma de lidar com o assunto, mas tb não acho legal deixar correr frouxo, numa vibe Baby do Brasil.

Esse menino lá do Realengo: desde criança já não era muito ajustado. Só vieram falar que era virgem agora. Todo mundo achava ele meio estranhão, mas daí a acharem que o cara era pancada vai um longo caminho.

Minhas perguntas são:

1) Dá pra responsabilizar terceiros, pessoas leigas, por não terem \"diagnosticado\" os perigos latentes desse guri?

2) Será que toda essa explosão dele é fruto de uma castração sexual intensa?

3) Será que, por ter sido adotado, ter tido uma mãe biológica esquizofrênica, o problema dele não era orgânico?

4) de que forma a gente contribui negativamente para a educação dos nossos filhos, repassando a eles nossas próprias neuroses e nossos traumas sexuais?

Isso é muito, muito sério.


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Si Cal
No PF desde: 06/08/2010

Girlie, então... acredito que todas as suas perguntas tenham variantes... não da realmente para sem PONTUALMENTE exata nas respostas... mas eu pessoalmente acho que a Sociedade deveria \"começar\" a rever os conceitos... para que no futuro todas as questões que vc colocou estejam convergindo para tornar o ser um ser melhor...


tipo:


1) Dá pra responsabilizar terceiros, pessoas leigas, por não terem \"diagnosticado\" os perigos latentes desse guri?

As pessoas poderiam se tornar mais atentas e isso nao é necessariamente \"diagnosticar\"


2) Será que toda essa explosão dele é fruto de uma castração sexual intensa?

Deveriamos todos a mudar os conceitos sobre \"sexualidade\" e isso não necessariamente faria ele ser diferente ao final... mas que ja teria uma carga posivita maior em relação as suas psicoses isso teria...


3) Será que, por ter sido adotado, ter tido uma mãe biológica esquizofrênica, o problema dele não era orgânico?

Estudar isso de uma forma clara, objetiva e sem receios de melindres... seria um bom caminho para determinar esta \"genetica\" e começar um tratamento sério antecipadamente....


4) de que forma a gente contribui negativamente para a educação dos nossos filhos, repassando a eles nossas próprias neuroses e nossos traumas sexuais?

Voltamos a todas as outras questões... tratar as coisas de forma clara, objetivas, sem melindres, sem preconceitos e sem repressão.


Tudo isso em conjunto REPITO não é garantia que DARA CERTO... mas que estatisticamente as probabilidades serão maiores... ahhh com certeza!


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Gisinha
No PF desde: 05/03/2009

Sinceramente eu gostaria de ter esse otimismo todo que a Si Cal tem com relação as pessoas. :)


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Girlie, concordo plenamente. É muitíssimo sério.


E como eu disse no meu primeiro post, nãoa choque se possa responsabilizar ninguém além do próprio atirador e sua doença. Não somos todos profissionais treinados para identificar distúrbios psiquiátricos. Via de regra, sempre partimos do princípio de que todos são \"normais\" até prova em contrário.


Creio que no caso desse rapaz, a sensação de castração sexual oriunda de uma visão já distorcida da sexualidade pode ter sido profundamente intensificada por uma doença mental, ou vice-versa. Mas certamente a respressão sexual, por mais intensa que seja, não pode ser considerada como única \"culpada\" por um surto. Fosse assim, teríamos uma infinidade de assassinos psicóticos andando por aí.


E não acho que a adoção em si tenha algum papel no caso dele, mas certamente a hereditariedade genética é fundamental. Estudos apontam que distúrbios psiquiátricos podem ser hereditários, apesar de suas manifestações poderem se diferenciar dentro de uma mesma família.


E quanto à sua última pergunta, eu não tenho filhos, mas acredito que quem os tem deveria reavaliar e trabalhar muito bem sua própria relação com o sexo para poder transmitir aos filhos um conceito menos pesado e cruel de sexualidade. Algo mais positivo e construtivo do que esse modelo que ainda vemos hoje em dia.


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Si Cal
No PF desde: 06/08/2010

Acho que ja disse em algum momento que tenho uma amiga psiquiatra e outro amigo que e medico de terapias alternativas... ambos trabalham no HC de São Paulo e tratam uma parte bem especifica da população com disturbios sérios... e qdo o trabalho e bem feito... sem aquela coisa de \"TRANCAFIAR\" de ELIMINAR da sociedade... os psicoticos (que são a maioria) acabam por levar vidas descentes... saudaveis... dentro de um contexto medicamentoso... terapeutico... enfim... oq precisamos nesta área de \"disturbios mentais\" e realmente levar a serio, não esconder, não fazer de conta, buscar ajuda especializada e tentar e sempre tentar esta ajuda... lembra da novela aquele menino lindo dos olhos azuis pertubado... oq a famlia fazia... FAZIA DE CONTA QUE NÃO ERA... entendeu?


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Si Cal
No PF desde: 06/08/2010

Gisinha... não e otimismo... são fatos... fatos concretos que vejo dia a dia... pessoas que fazem diferença qdo fazem trabalhos serios... pessoas que são ajudadas e se tornam melhores... questão de oportunidade....... enfim...e contra fatos não existem argumentos entendeu :-)


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Si Cal
No PF desde: 06/08/2010

Pois é carla... e não e so em relação a isso... Ja vi muita gente qdo convido... vms fazer artesanato no barracão com moradores de rua?


Não... tenho medo...


Medo de que powwrra ??? de ver a realidade, de saber que é preciso empenho, vontade, carinho, amizade e paciencia para ajudar estas pessoas...


Alias eu acho que a vontade e a paciencia são os principais quesitos para tratar algo seriamente, seja oq for.


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Si Cal, ainda existe um preconceito ltente quanto aos distúrbios mentais. Minha mãe é bipolar e sofreu com isso a vida toda. E olha que minha família nunca se recusou a buscar ajuda. Ao contrário, minha mãe sempre teve o melhor tratamento possível e o apoio de todos. Mas a sociedade em geral ainda olha o paciente psiquiátrico de forma muito negativa.


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Outra coisa que é tabu é o questionamento da religiosidade. Muito poucos aceitam que o fanatismo religioso, seja ele voltado a qualquer doutrina, pode ser indício de distúrbio. E não estou falando das pessoas de fé, mas dos extremistas cegos e intransigentes, que chegam à incapacidade de enxergar o outro como digno do status de ser humano caso esse não partilhe das mesmas crenças.


Nós levamos muito a sério a máxima de que \"religião não se discute\", mas quando essa religiosidade extremas passa a afetar o convívio coletivo, creio que deva ser discutida, sim.