Eu nunca soube que houvessem entidades de defesa dos Direitos Humanos protestando contra o trabalho dos detentos, por entendê-lo abusivo.

Pelo contrário, até onde eu sei, entidades de suportam os Direitos Humanos mostram como solução para a ressocialização dos presos o trabalho e o estudo dentro das instituições correcionais.

O que falta é um projeto nacional para implantação disto. Vejam bem. Se o Governo, em todas as suas esferas, já tem dificuldades de prover a Educação à população normal, não surpreende que não haja projetos para a população carcerária.

Outra coisa importante: que tipo de atividades poderiam ser desenvolvidas por presos? temos que esquecer aquela imagem dos quadrinhos do cara com roupa listrada quebrando pedras.

O dinheiro pago aos presos por sua atividade laboral deveria retornar em forma de algum benefício para a sociedade.

Trabalho e estudo dos presos é a melhor solução socializadora, mas são projetos que não são implementados muito mais em virtude da falta de vontade política do que de reações de organismos que defendem os Direitos Humanos.

Caronte,

Eu já vi e não foram apenas uma ou duas vezes, mas várias. A alegação é que a CF veta a pena de trabalhos forçados e a prática de trabalho por parte do preso consistiria em modalidade de trabalho forçado. Não entendo dessa forma, claro, mas há esse entendimento.

Muitas entidades de defesa dos Direitos Humanos e até mesmo particulares e agentes públicos defendem uma reforma do sistema penitenciário, mas sem agregar a ela a idéia de trabalho. A meu ver, o trabalho dignifica, ensina, socializa e deveria sim, fazer parte do nosso sistema. Não que o preso trabalhasse apenas para custear sua \'estadia\' na prisão, mas também no intuito de formar uma \'poupança\' e lhe garantir algum tipo de formação que lhe possa ser útil quando do retorno ao convívio social.

Recentemente soube que presidiárias de MG estão trabalhando na fabricação de sacolas plásticas biodegradáveis (aqui se proibiu o uso de sacolas normais) em convênio do Estado com uma empresa. É esse tipo de iniciativa que ajuda a ressocializar e a despertar nestas pessoas a noção de cidadania.

Moreniinha,

Eu penso que o Estado não é capaz de educar crianças considerando apenas algumas horas diárias. Ele pode oferecer um bom embasamento, mas o ambiente familiar e social como um todo influencia muito na formação do caráter de crianças e adolescentes. O ideal seria que as pessoas pensassem direito antes de colocar um filho no mundo. Infelizmente é fácil parir, mas não é nada fácil ter estrutura para educar com dignidade e valores.

Sim, o Estado precisa fornecer educação de qualidade, mas não podemos responsabilizar o Estado por algo que cabe aos genitores: a transmissão de valores, o respeito e demais prerrogativas essenciais para uma vida em sociedade são, acima de tudo, responsabilidade dos pais.

Hoje muito se fala da péssima educação, mas a presença dos pais na vida dos filhos e seu dever de educar também estão se tornando mais raros. Um adolescente que acha que pode xingar e bater num professor dificilmente será moldado na escola se aprende em casa que ninguém pode lhe dizer o que fazer.

Sim Circe, mas não quis dizer somente da escola, quis dizer de programas do governo de contraturno, eu mesma participei de um q era ótimo, lá as crianças eram ensinadas a respeitar os mais velhos e a ceder lugares nos ônibus.

As crianças ficavam lá depois da aula, algumas aprendiam até noção de profissão, com artesanato e com bordado, até os meninos participavam, isso os socializava também e eles muita vezes, nem tinham educação em casa. Eu conheci 3 garotinhos q perderam a mãe com 3 anos, estavam com 9 e nem por isso aderiram ao mundo do crime.

Todos nós Circe, por isso q eu falei em iniciativa do governo, pq os pais de hoje em dia estão procriando cada vez mais cedo e sem o mínimo de responsabilidade e noção do q é constituir família.