Divindade materna

17 respostas [Último]
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Sttela
No PF desde: 27/05/2010

Lendo o tópico “Quem não quer?”, lembrei de colocar outro assunto em pauta, mas para não correr o risco de desvirtuar o tópico, resolvi criar outro.


Até um certo momento (e eu acho que deveria ser para sempre), mãe é a pessoa mais importante da vida de um ser humano. Só que ao contrário do ditado, para mim “mãe” nem sempre é “mãe”.

Criar é uma coisa bem diferente de parir. E tem umas que realmente só sabem fazer e parir. Saber criar, passou longe...

Muitas pessoas sofreram por terem tido pais horrorosos, desde negligentes até torturadores.

E depois que essas pessoas contam suas histórias, o que eu mais ouço é dizerem : “mas ela é tua mãe (ou teu pai), você tem que perdoar”.

Eu acho que uma pessoa que sofreu na mão dos pais tem todo o direito de cortar relações com eles.


Como o caso daquele humorista, Carlinhos. Ele fugiu de casa com 4 anos, junto com os irmãos. Que maravilha de família deveria ser! A mulher nunca o procurou, depois de anos resolve aparecer, aí vem os demagogos de plantão dizer que ela acima de tudo é mãe e blá, blá, blá...


Outro exemplo: eu acompanho um blog chamado “Casa da sogra”. Aquelas mulheres que sofrem nas mãos de jararacas, não recebem um pingo de apoio de seus maridos. Ou seja, porque é sua mãe, ela pode xingar, caluniar, infernizar uma pessoa e você não pode fazer nada?


Divino é criar, amar, cuidar, respeitar. Uma mulher que vai para cama, engravida e joga o filho a própria sorte, não tem nada de divina.


Vocês acham que uma pessoa tem o direito de não gostar da mãe? Ou estou sendo muito radical?


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Se a pessoa engravidou, e não criou o filho. O filho tem o direito, de não gostar dessa mãe.. Eu penso assim.. Beijo


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Giseleks
No PF desde: 07/01/2010

Eu concordo plenamente com vc, Sttela.

Ou agora se um pai estupra a filha ela tem que perdoar, já que é pai?

Eu acho que alguns não são pais, são \"chocadores\". Colocam o filho no mundo mas depois não estão nem aí.

Pra mim mãe e pai são os que dão amor. Não importa se é de sangue ou não. Já ouvi pessoas dizendo que não se falam com os pais faz muito tempo, mas alguém muito próximo faz esse \"papel\" de pai e mãe pra eles. Apesar de muito raro, conheço uma pessoa que raramente fala com a mãe pq ela simplesmente não dá bola pro filho, mas em compensação esse filho considera a madrasta como sua mãe.

Eu tenho relações complicadas com meus pais, principalmente meu pai. Perdoei ele uma vez por ter feito uma coisa grave, mas com isso vieram consequencias. Não sei se perdoaria de novo.


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Eisbrecher
No PF desde: 15/12/2009

Olá Stella,

Eu tb tive que aguentar poucas e boas da minha mãe. Não tive carinho dela. Ela ficou a favor das pessoas que me tratavam mal em detrimento a minha família q me apoiava, insiste que eu case e tenha filhos...

Tenho uma mísera relação com ela hj... oi, oi, tchau, tchau. Nada mais que isso.

Muitos me criticaram, como vc falou:

- Mas é sua mãe?!

Eu respondo que todos erramos, mas eu não sou obrigado a estar sempre aceitando os erros dela.

Sendo assim, eu acho q a mãe da gente é um ser falho como qqer outro. Cabe a cada um aceitar ou não os erros. Mas sem a pressão de \"divindade\".

Espero ter contribuído com alguma coisa.


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annebonny
No PF desde: 07/01/2010

Esse negócio de divindidade materna é bem verdade. Aí por trás disso se cria aquele mito de que é mais fácil pro homem \"abandonar\" a família, etc, etc. Amor maternal não é regra geral. Alguns foram contemplados com isso, outros não........


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annebonny
No PF desde: 07/01/2010

Esse negócio de divindidade materna é bem verdade. Aí por trás disso se cria aquele mito de que é mais fácil pro homem \"abandonar\" a família, etc, etc. Amor maternal não é regra geral. Alguns foram contemplados com isso, outros não.


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Leonina
No PF desde: 24/05/2010

Eu acho que temos todo o direito.


Eu não tenho pudor nenhum ao falar que não gosto do meu pai.E não gosto mesmo!


Ele é uma pessoa que não faz a menor falta em minha vida e nunca acrescentou nada a ela. Meu pai e minha mãe são separados desde que eu tinha mais ou menos oito anos de idade e após a separação cortei relações com ele. Não propriamente pela separação mas sim, por seu caráter e por nunca ter sido PAI de verdade!


Me colocou no mundo mas jamais me deu educação, carinho e apoio. Passava a semana toda viajando e quando estava de folga ia para a zona.Jamais esteve ao meu lado quando precisei.


Também acho ele uma pessoa desprezível que não quero nem como amigo!


Um dia ele me falou que quando ele morrer eu vou lá chorar no velório dele então eu respondi que sequer vou ao seu velório, muito menos chorar sua morte.


Hoje em dia, não sei muita coisa dele, apenas que mora na mesma cidade que eu, e onde é sua casa, porém jamais o procurei.


Ele tentou contato algumas vezes quando eu era pequena pois o juiz determinou os dias de visita, mas jamais fui. Ele chegou a ir em minha casa com o conselho tutelar para que eu saísse com ele mas de nada adiantou.


Meus irmãos o veem muito pouco mas tem uma relação normal com ele.Eu preferi me afastar totalmente!


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Lah!
No PF desde: 25/06/2010

Eu penso da seguinte forma, minha mae ja errou feio diversas vezes, foi injusta, me humilhou perante outras pessoas também, mas eu prefiro ver o lado bom dela, ou seja tudo que ela ja fez de bom por mim, eu tenho compensar o lado ruim com o lado bom e assim sigo mais feliz e em paz com meu coraçao, ser rancores, ódios e mágoas que só fazem mal a mim mesma e a mais ninguem, e quem garante que eu fui uma ótima filha? quantas vezes ja deixei a desejar a ela também? Só deixo como exeçao essas maes que espancam e permitem seus companheiros estuprarem seus proprios filhos, aí sim essas nao valem nada.


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Mensageiro Obscuro
No PF desde: 02/06/2010

Eu sou ateu e não creio em divinizações, penso que é mais nobre pensar que certas pessoas são estruturadas em mente, emoções, genética, finanças e valores para criar os filhos em um bom lar, é lógico que famílias tem seus altos e baixos, mas quando não existe uma boa estrutura o lar declina e quem sobre mais com toda a imaturidade e insensibilidade dos pais são as crianças. É justo cortar relações com mãe, pai, irmãos, avós, tios e primos se esses oferecerem malefícios e perigo para nós é justo que cortemos contato e que procuremos seguir uma vida melhor longe dessas pessoas. Muitos filhos não respeitam seus pais por esses não respeitarem seus filhos e vice-versa, existem vários pais e mães que têm filhos por motivos fúteis e egoístas e por conta disso as crianças não se desenvolvem em um bom lar, isso gera problemas para os filhos e também para a família como um todo, depois quem paga por isso é a sociedade que se torna cada vez mais decadente.


Sou solteiro e sem-filhos convicto, não sou proselitista com meus ideais, só os justifico para que compreendam melhor que existem meios alternativos de viver e ser pleno, podendo ter mais momentos felizes com uma certa constância. Eu admiro bons pais e boas mães que planejam seus filhos com um lar estruturado, dessa forma é mais fácil que as crianças poderão se tornar bons indivíduos adultos. Fico revoltado com mães e pais que agridem seus filhos causando-lhes traumas, lesões, serviços forçados, prostituição infantil, iniciação no crime e até a morte, crianças deveriam ser educadas com valores harmoniosos e expansivos para ser melhores cidadãos para o mundo, por essa razão sou a favor da contracepção e legalização do aborto, conscientização e divulgação do planejamento familiar, facilitação do acesso a infertilização voluntária (vasectomia e laqueadura) e infertilização em massa para os incapacitados de ter um lar estruturado para criar filhos.


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Vixi, esse assunto dá pano pra manga...rsrs


Acho que no geral, é preciso lembrar de algo importantíssimo: antes de serem pais ou mães, são PESSOAS, com todas as imperfeições inerentes à condição humana. Uma vez que isso fique claro, não é muito difícil concluir que, assim como podemos não nos identificar ou mesmo gostar que quaisquer outras pessoas à nossa volta, o mesmo se aplica às pessoas de pais e mães. E pra piorar, isso é válido emmão dupla, ou seja, pais e mãe também podem não se identificar ou mesmo gostar das próprias crias (não chamo de filhos, porque para ter esse título, tem que haver vínculo afetivo).


Diante disso, acho que qualquer um tem o direito de não gostar de qualquer um, mesmo que seja de pai e mãe, espcialmente quando há maus-tratos no contexto.


Essa \"divinização\" da mãe, mais do que do pai, também foi algo construído culturalmente e é até um tanto recente em termos históricos. Essa coisa de considerar mãe sempre intocável é uma característica cristã herdada da cultura judaica. Quem nunca ouviu o termo \"mãe judia\"? Só esqueceram de incorporar nesse mito o fato de que a \"mãe judia\" defende seus filhos (agora o termo cabe) com unhas e dentes, chegando as raias da superproteção. Talvez essa mereça um pouco de toda essa divinização (não toda...rs). Mas a progenitora negligente ou cruel, nem sequer merece o título de mãe, que dirá o respeito que ele encerra.


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Circe
No PF desde: 17/04/2010

Também sou atéia e, por definição, não sou adepta a qualquer tipo de divinização. Como vivo dizendo em outros tópico, não acho saudável depender de alguém e afirmar que \'aquela pessoa é minha vida\', seja essa pessoa um namorado ou mesmo a mãe.


Penso que pessoas devem amar e respeitar quem as respeita e lhes devota carinho. Só porque tem o meu sangue, não significa que eu, obrigatoriamente, precise nutrir algum sentimento mais \'especial\'. Felizmente me dou bem com meus pais, mas não gosto de muitos tios e primos e não faço a menor questão de manter relações - sou o tipo que pensa que \'se não me acrescenta, não faço questão\'.


Hoje, tenho uma relação legal com a maioria dos meus parentes, mas sei como lidar com cada um deles. Não deixo de lado o que aprontaram comigo ou meus pais simplesmente porque devo perdoar - até perdoo, mas não esqueço nunca.


E quanto à divinização das mães, já levei muita bordoada por ter dito que instinto materno é uma ficção. Nem todas as mulheres que dão à luz são mães, algumas são verdadeiros monstros e não merecem consideração alguma dos filhos.