Aborto

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Eisbrecher
No PF desde: 15/12/2009

\"Circe


Muito bom questionamento.\" [2]


\"Se a irresponsabilidade é de ambos, porque no caso da mulher ela pode se livrar da responsabilidade sem pensar no pai, e no caso do pai que não quer, ele precisa assumir?\"


Resposta simples:

\"No dos outros é sempre refresco...\"


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annebonny
No PF desde: 07/01/2010

Circe, é pra se pensar mesmo... porém minha opinião é que se o aborto fosse legalizado todos pensariam mais sobre as consequências dos seus atos, explicando melhor, se eu fizer sexo as consequências podem ser diversas, como tu disse, a mulher pode engravidar e poderá querer abortar, como poderá querer continuar com o filho, assim assumo todas as consequências do meu ato. A preocupação com a proteção seria muito maior, creio eu.


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Acho que não me expressei corretamente ao dizer que ninguém tem que dar pitaco. Eu quis dizer exatamente o que outras pessoas já disseram aqui: a decisão final é sempre da mulher. E ela tem que tomar essa decisão baseada em SUA PRÓPRIA ESTRUTURA EMOCIONAL. Claro que conversar com pessoas de confiança e ouvir opiniões é importante, mas opinião é diferente de imposição. Uma mulher não pode levar adiante uma gravidez ou abortar porque alguém mandou, seja o namorado, a mãe, o pai ou o papa. A decisão tem que ser dela e não de outra pessoa.


Quanto ao homem que quer o filho e a mulher não, impasse dos mais cruéis. Ele não pode ter um filho sozinho, mas também não pode exigir que a mulher que não quer o tenha por ele. Já no caso contrário, o buraco é um pouco mais embaixo. Vivemos num país onde o aborto é proibido por lei, ou seja, presume-se que diante de uma gravidez haverá obrigatoriamente uma criança a ser mantida. Sendo OBRIGAÇÃO da mulher parir a criança, querendo ou não, torna-se obrigação do homem reconhecer legalmente e ajudar a mantê-la. Essa é a premissa legal da coisa.


Porém, eu acredito piamente que, da mesma forma que mulher nenhuma deveria ser forçada a ser mãe, homem nenhum deveria ser forçado a ser pai. Se o homem já deixa claro desde o princípio que não deseja isso para si, e ainda assim a mulher insiste em levar adiante uma gravidez não planejada, então ela que assuma integralmente a sua escolha. O direito de escolha passa por isso também. Há a possibilidade de ela escolher encarar a bronca sozinha.


Acho que a pensão alimentícia só é válida para os casos em que o casal decidiu ter filho e posteriormente se separou por qualquer motivo. Se foi uma decisão de ambos, então a responsabilidade é de ambos. Mas impor algo vitalício a alguém que não escolheu isso pra si é autoritarismo demais. Sem contar que abre a porta para as adeptas do golpe da barriga. Aquelas parasitas que escolhem o \"parceiro mais adequado\" (leia-se \'mais endinheirado\') para garantir o próprio sustento através da pensão.


Apoiar a decisão de uma mulher que opta por levar a garvidez adiante não significa necessáriamente que o parceiro terá que assumir a paternidade ou pagar pensão. Existem outras maneiras de dar suporte.


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Circe
No PF desde: 17/04/2010

Themis,


Quem dera bastasse a jurisprudência. Nesse caso, em especial, a obrigação é legal e o não pagamento da pensão é causa da prisão do devedor - única prisão civil admitida no país. Mesmo como juíza ou desembargadora, você seria facilmente contestada, já que não há sequera possibilidade de emprego de analogia (julgar com base em situação semelhante).


Hoje em dia, mesmo que o pai não possa pagar ou se furte a esse dever, seus pais poderão responder. Em outras palavras: você não quis, mas ele nasceu, então pague a pensão ou você (ou seus pais) será preso.


E não vejo que tudo recai na questão da responsabilidade, pelo seguinte: se a mulher decide que foi irresponsável e resolve não ter o filho, ela responde sozinha por seu ato perante sua consciência (criminalmente, só se for muito azarada). Se o homem decide que foi irresponsável e não quer o filho mas a mulher quer, ele vai arcar com a irresponsabilidade independentemente de sua vontade. Ele pagará a pensão obrigatoriamente ou outro parente seu a isto será obrigado.


Nesse caso, penso num mundo utópico em que, se a mulher resolve ter o filho fruto de uma gravidez indesejada, o homem teria a possibilidade de renunciar ao poder familiar e abrir mão do filho, não respondendo por eventuais obrigações oriundas da paternidade. Seria algo feito por um termo público, algo do gênero. Mas para isso, seria necessário alterar o Código Civil, prioritariamente.


Para os que acham que sou um monstro por pensar que um filho deva crescer sem pai, digo o seguinte: cada ser humano é livre para ter ou não um filho. Se um acidente acontece - e sim, eles acontecem e nem sempre é irresponsabilidade -, ele pode ter o direito de não querer arcar com as consequências. Se a mulher pode escolher não responder pela obrigação, porque o homem precisa fazer o mesmo se não quis o filho?


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Circe,


Apoiadíssima!


Também sonho com essa utopia.


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Circe
No PF desde: 17/04/2010

Carla,


O aborto é ilegal, mas quando uma mulher não quer o filho ela simplesmente aborta, não tem jeito. Ela pode ter ao lado o cara que potencialmente seria um pai perfeito e receber apoio do mundo inteiro, mas se não quer, tem o direito de interromper a gravidez. Se a lei permite ou não, é outro questionamento - infelizmente o Legislativo não acompanha a realidade.


Se a mulher pode optar por não querer o filho mesmo agindo ilegalmente, se ela resolve tê-lo, porque o homem tem a obrigação de pagar pensão? É paradoxal que se defenda a obrigatoriedade do homem assumir algo que não quer quando a mulher tem todo direito de não ter o filho. Óbvio, o corpo é dela, não questiono isso. No entanto, o potencial pai tem direitos também, é assim que peso que funciona.


E infelizmente, a pensão é válida em qualquer caso: fez o DNA e ele é igual ao seu, parabéns, você é papai! Não pode pagar a pensão? Que bom que seus pais podem! Seria legal se o cidadão pudesse registrar que abre mão do seu poder familiar, mas a lei não permite.


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Circe,


Como disse, concordo plenamente com você. Também acho absurda essa obrigatoriedade que inclusive se estende a familiares. E sim, claro que sei que mesmo diante da ilegalidade, as mulheres exercem seu direito de escolha. Mas infelizmente, se a mulher resolve ter o filho que o homem não quer, ela tem como provar que ele é o pai e força-lo legalmente a assumir essa paternidade. Absurdo? Sem sombra de dúvida é. Mas a lei está sendo \"coerente\", já que não reconhece o aborto. Se uma é obrigada a parir, o outro é obrigado a manter. A incoerência está em obrigar familiares do genitor a pagar por algo que nada tem a ver com eles. Isso nem ao menos deveria fazer parte do nosso código.


Eu defendo que se um dia, numa remota possibilidade, o aborto for descriminalizado no Brasil, cabe muito bem uma mudança nesse maldito Código Civil para que essa obrigação de paternidade não seja imposta aos homens. Se a lei dá às mulheres o direito de escolher, deve dar aos homens também.


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Circe
No PF desde: 17/04/2010

Carla,


Estou plenamente de acordo contigo, moça. Reconheço que a obrigatoriedade da pensão decorre justamente da obrigatoriedade de levar a gravidez adiante. O que me resta é só discordar e esperar que um dia o cenário mude.


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Eisbrecher
No PF desde: 15/12/2009

Debate em alto nível, parabéns senhoras!!!


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Scila
No PF desde: 06/01/2010

Caraca, tá rendendo esse tópico hein....rs