Boa tarde a todos. Já postei duas mensagens aqui e, além da calorosa recepção, me senti aliviada em poder compartilhar meus dissabores com pessoas que realmente se importam com nossas angústias.

Antes de relatar meu dilema de hoje, fiz um resumo, mais uma vez, sobre a minha história.

Tenho 54 anos, separada e duas filhas adultas. Há dois anos conheci um homem que ficara viuvo do segundo casamento, fazia seis meses. Ex-envagélico. Comia alimentos estragados para guardar dinheiro.

Ele está no terceiro relacionamento. O primeiro durou 7 anos e o segundo 25.O pouco que sei sobre os anteriores me deixa meio confusa, ele é muito reservado neste particular, e porque não dizer, em todos! Quanto faço perguntas que envolvem pessoas do passado ele me responde com frases curtíssimas, às vezes: sim ou não. (E só!). Até um mes atrás viviamos em tetos diferentes, atualmente vivemos na mesma casa, ou seja, na dele. Aos poucos fui percebendo que ela era mesquinho e avarento. Só abre a mão de alguma coisa se for por conveniência, dele, claro. A filosofia dele é a seguinte: Não ajudou a ganhar, não tem direito. Para complicar tem uma mãe ,85 anos, maquiavélica e manipuladora. Ele a trata como se ela fossem casados. É sério ! Pede a ela conselhos, orientação, conta tudo o que acontece para ela, da satisafção de tudo, tudo mesmo. Ela aproveita da situação explorando-o em todos os sentidos.

Ainda hoje, escrevendo este, choro arrependida e de tristeza ao lembrar o dia das mães no ano de 2010. Acertamos que almoçaríamos com a mãe dele e voltaríamos em tempo para jantar com minhas filhas. Que nada, primeiro tive que ir para o fogão porque era dia das mães e ela precisava ter descanso, segundo, esta mulher enrolou tanto, tanto...que saimos para viajar de volta era 20:00 horas e chegamos na minha casa qause 1:00 hora da manhã. Em cima da minha cama tinha um presente para mim. Mas não tinha o cartão de sempre \" Amo voce mãe\". No dia seguinte, cumprimentei minhas filhas e elas mal me responderam. Senti uma dor no coração que não tem explicação. Mesmo assim, não falei nada com ele sobre isso - senti um verme diante da minha atitude.

Do primeiro casamento ele se divorciou da mulher e dos quatro filhos. Raramente menciona o nome dos filhos e netos, netos que não conhece e nem faz questão de conhece-los.

Já o segundo casamento, a mulher era tão mesquinha e avarenta quanto ele. O casamento durou 25 anos. Não tiveram filhos. Ele não fala muito a respeito desse ralacionamento. Sei que ele sofreu muito com morte dela.

Durante esse tempo que estamos juntos, nunca realizei meu sonho de ter uma família, sairmos juntos e levar minhas filhas para tomar um sorvete, comer uma pizza e até mesmo levar numa viagem conosco. Uma virtude dele é ser fiél. Isso é mesmo. Mas será que isso basta? O amor que senti por ele no começo, está se esvaindo, porque ele tem se comportado diferente da proposta que fizemos. Sermos felizes. Vale lembrar que um dia a sogra disse: - por que voces não se casam? Ele disse:- é muito complicado, vou gastar meu dinheiro comigo. Não quero deixar nada para ninguém. Assim, curto e grosso. Em outros momentos, ou alguns minutos depois, ele é uma pessoa maravilhosa. Atencioso, cavalheiro, carinhoso...

Sempre fui independente financeiramente, formei minhas filhas sozinha, tenho um certo conforto, mas tudo isso é fruto do meu trabalho, da minha luta.Quando o conheci, pensei:- Agora vou ter a família que sempre sonhei. Continuo sonhando, e agora um pouco mais decepcionada.

Ontem, não aguentando mais tanta frieza - rasguei o verbo e disse tudo que estava engasgado. Perguntei porque a gente quase não se fala, não brincamos e sorrimos mais como antes. Por que ele não se interessa pela minha família, meus amigos, meu trabalho. Ás vezes, chego em casa - ele não levanta os olhos para mim. Ele apenas ouviu. Hoje, recebi um email, mais ou menos assim:

- Ainda estou alimentando \"fantasmas\". Não consegui sair do mundinho que me tranquei e não estou preparado ainda para viver na companhia de ningém a não ser da minha mãe.

Quis mesmo viver num mundinho só nosso, sem incluir família, amigos, vizinhos, etc. ..Não tive uma vida tão movimentada, me sinto deslocado em ambientes sociais. Quero viver uma vida sem regras,fazer as coisas a hora que quiser e do jeito que quiser...Entre outras coisas que já comentei aqui.

Estou num dilema, não estou encontrando forças para colocar um ponto final nisso. Temo pela solidão. Atalmente, não tenho amigos, me afastei de tudo para viver ao lado dele.

Como se não bastasse, noite passada, sonhei com a \"falecida\".

Abraços.