Bem, eu ainda tenho meus textos, não levo mais prejuízo com censuras e ditaduras. Sou da guerra mesmo e me armei com argumentos e cópias de arquivos, portanto as trincheiras estão ocupadas e aqui tem um machado afiado pronto pra bater. :-)

Estruturas necessárias para ter filhos:

É notável que uma grande parte da população tem filhos mesmo sem ter condições básicas para criá-los, é comum do \"jeitinho brasileiro\" improvisar com pouco na tentativa de fazer muita coisa, quase sempre esse \"jeitinho\" gera desastres imensos. Na minha concepção é preciso ter as seguintes estruturas para ter filhos:

01- Estutura emocional e psicológica:

Lidar com crianças e com uma mudança no estilo de vida não é fácil, é preciso ter amor e valores para ensinar para elas, é necessário ter uma mente saudável para não fazer mal para a mente das crianças, por isso os pais devem dar amor, atenção, respeito, segurança, valores harmônicos e

diálogo para seus filhos.

Existem muitas pessoas completamente desiquilibradas, repletas de agressividade, afeto embotado, frieza, comportamentos patológicos, psicopatias, sociopatias e outros tantos problemas, então é mais sensato que tipos de pessoas assim tão problemáticas jamais tenham filhos para que estes não tenham traumas e tantos outros problemas gerados por um ambiente familiar desestruturado e até perigoso.

02- Estrutura material e financeira:

É preciso ter planejamento e uma renda familiar capaz de proporcionar um lar sustentável e condições de pagar estudos, cursos, material escolar, despesas de saúde, brinquedos, roupas, passeios e outros gastos. Filhos são fontes constantes de gastos e é preciso que a família tenha uma renda necessária para sustentá-los, sem dinheiro e um lar estruturado a família entra em decadência.

Pessoas sem uma estrutura material e financeira adequada não deveriam ter filhos, pois as crianças terão poucas chances de ter um bom futuro no qual sua mediocridade ou miséria material e financeira causarão mais problemas para elas.

03- Estrutura de estilo de vida:

É importante que o casal que deseja ter filhos tenha um estilo de vida saudável e harmonioso, pois isso se refletirá diretamente na vida da criança e sua índole pode ser afetada, assim como sua saúde em geral. O casal precisa ter tempo disponível para cuidar dos filhos dando-lhes amor, atenção, respeito e valores para que essa se desenvolva em um bom lar, assim como hábitos saudáveis para que a criança cresça em um lar harmonioso que as faça progredir e ter boas chances de ascenção.

Pessoas com estilos de vida nocivos e desarmônicos como no caso de criminosos, dependentes químicos agudos e crônicos e outros tipos de pessoas deveriam ser inférteis.

04- Valores culturais:

É importante que pais e mães sejam conscientes de sua responsabilidade vitalícia em ter gerado filhos, para isso é necessário fornecer valores para que as crianças comecem a ter autonomias mentais para que definam sua própria vida, então é preciso criar uma nova geração de pessoas mais harmônicas com a humanidade e ecologia, mais educadas e respeitadoras, entre tantas outras possibilidades. Para isso os pais devem ter mentes mais avançadas e sensibilidades adequadas para que suas crianças sejam pessoas conscientes e expansíveis.

Pessoas que criam seus filhos ensinando preconceitos, ignorância, estagnação, crueldade, antiecologia, futilidades e submissão ao Sistema deveriam ser inférteis.

05- Genética:

Portadores de doenças congênitas, deformidades congênitas, corpos fracos e outras grandes fraquezas deveriam ser conscientes que seu legado decadente será passado adiante criando gerações ainda piores, sendo assim somente os saudáveis deveriam se reproduzir.

Pessoas doentes crônicas com grande legado decadente deveriam ser inférteis, isso evitaria o surgimento de mais crianças incapazes de levar uma vida saudável e progressiva.

Em algumas décadas é possível notarmos o crescimento de solteiros e casais que não desejam ter filhos, aos poucos a realidade está se modificando e a sociedade tem se deparado com diferentes estilos de vida. Ao redor do mundo os sem-filhos tem crescido por diversas razões, mas isso prova cada vez mais que filhos são opção a ser planejada e não uma obrigação de qualquer espécie.

Em países desenvolvidos industrializados os sem-filhos já são uma realidade comum menos censurada e retaliada socialmente, essa nova realidade na América Latina ainda vai demorar décadas para que tenha aceitação social, até por termos diversas sociedades teocratas nas quais a reprodução é obrigação e não uma escolha.

Normalmente os sem-filhos não têm problemas com quem quer ser mãe ou pai, os problemas de relacionamento e compreensão entre esses grupos tão diferentes de pessoas se dá muitas vezes pela incompreensão da sociedade que não compreende como a vida de alguém pode ser saudável, divertida, responsável e madura sem a existência de filhos. O que os sem-filhos realmente não suportam são as pessoas que não tem estrutura para ter filhos e mesmo assim os têm, esses são os reprodutores e parideiras, tipos de pessoas que não tem respeito por si mesmos e nem por seus filhos, conseqüentemente não respeitam quem pensa diferente deles e seguem as regras de um sistema no qual ditam todas a vida das pessoas sem margens de desvios para a individualidade, privacidade, liberdade e evolução que os sem-filhos tanto buscam e prezam.

Para ter filhos é essencial pensar muito, essa é uma decisão sem volta que gera inúmeras mudanças e até problemas na vida. Filhos não deveriam ser para todos os casais, deveriam ser somente para as pessoas aptas para criar bem cada criança.

Meus motivos para não ser pai:

Estilo de vida:

01- Por conta do meu estilo de vida como aventureiro do conhecimento eu não posso ter dependentes, devo ter minha individualidade e privacidade respeitadas, sendo assim, ao ter filhos eu teria grandes gastos de tempo e dinheiro para criar filhos, esse seria um investimento muito incerto que não compensa.

02- Com filhos sobra menos tempo para viagens, passeios, conversa com amigos e amigas e atividades solitárias, isso cortaria muito as minhas liberdades individuais.

03- Os meus gastos com tempo e dinheiro para criar um ou dois filhos seriam altos, eu teria que abandonar vários objetivos pessoais para ser um bom pai.

04- Filhos causam grande stress e preocupações, sendo também grandes limitantes de minhas liberdades individuais.

05- Filhos atrapalham a frequência sexual, intimidade, lazer, tempo livre e produção intelectual do casal. Sexualmente os filhos são um entrave.

06- Levar filhos em passeios e viagens aumenta custos e atrapalha objetivos em viagens. Isso pode ser altamente estressante para eu que prezo a solitude com meio de estabilização pessoal.

07- Filhos atrapalham carreiras, pois sobra menos tempo para trabalhar em projetos paralelos e em expansões nos estudos e trabalho.

08- É idiotice ter filhos para agradar a sociedade e ter o estilo de vida todo alterado por conta disso, sendo obrigado a conviver com o prejuízo de ser pai para o resto da vida.

09- Quero poder sair de casa quando quiser sabendo que ninguém depende de mim independente de horas, dias, semanas e meses que eu me mantenha afastado.

10- Não gostaria de ter que aturar meus familiares e os familiares da mãe do(s) meu(s) possível(is) filho(s) intrometendo-se na criação e educação da(s) minha(s) possível(is) criança(s).

Futuro:

01- Não quero correr o risco de ter um filho decepcionante que herdará meus bens mesmo sem merecer. Muitos herdeiros destróem o patrimônio dos pais.

02- Filhos são uma responsabilidade para toda a vida e também levam nosso sobrenome, portanto se eles se tornam criminosos temos uma parcela de culpa.

03- Colocar alguém no mundo só pra ele cuidar de mim na velhice, e atender seus projetos pessoais é egoísta e mesquinho.

04- Gosto de crianças e elas gostam de mim mas não tenho instinto paterno, não sinto necessidade por cuidar dos outros integralmente.

05- Caso eu me divorcie serei obrigado a pagar pensão e ainda terei que me encontrar periodicamente com minha ex-esposa e não gosto de manter contato com ex.

06- Corro um risco de ser um péssimo pai bastante ausente e sem paciência para cuidar da criança, isso me tornaria meu próprio inimigo e a criança também me odiaria.

07- Nos moldes de criação que eu fosse conceder a um filho provavelmente só daria certo criá-lo por produção independente, mais como um discípulo-herdeiro do que como filho, seria mais útil aos meus planos.

08- Caso eu tenha um filho incapacitado por uma doença grave e incurável terei que mudar todo o meu ritmo de vida para cuidar dele, isso seria péssimo.

09- Não preciso de herdeiro sanguíneo, posso treinar um candidato a herdeiro e também posso escolher uma instituição séria para herdar meus bens. Isso garantiria a continuidadade da utilidade de meus bens.

10- Filhos peraltas podem destruir objetos valiosos de meu acervo, tornando estudos e pesquisas de décadas em cinzas.

Outros motivos:

01- Meu pai, tios, tias, primos e primas são as provas vivas na minha vida que ter filhos é para qualquer bundão. Odeio aquela raça maldita e não assino o sobrenome deles.

02- Não tenho paciência para corrigir os erros de uma criança e nem para tentar educá-la como penso ser correto enquanto o mundo lhe ensina sempre o pior.

Motivos coletivos:

01- O mundo está lotado e a degradação ambiental é intensa, os recursos mundiais estão cada vez mais raros assim como a qualidade dos mesmos decai.

02- O mercado de trabalho fica cada vez mais fechado para as pessoas, não quero que meu filho seja um profissional qualificado que está desempregado ou mal empregado.

03- A estrutura necessária para criar filhos é cada vez pior, então não podemos contar com a educação, saúde, segurança pública, infraestrutura e outros parâmetros.

04- Existe um número imenso de crianças carentes precisando de adoção.

05- A tendência do mundo é piorar mais e mais, isso torna a criação difícil e incerta.