A NUDEZ DOS PAIS DIANTE DOS FILHOS

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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

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Alguns pais/mães encaram a questão da sua nudez diante da criança com muita naturalidade: se despem total ou parcialmente diante dos filhos, tomam banho com a prole ou andam sem roupa pela casa. Outros optam por preservar sua intimidade, não se colocando pelados na frente dos filhos, nunca ou salvo algumas exceções. A grande maioria, contudo, tem um percurso bastante parecido: enquanto a criança é bem pequena, estar vestido ou não na frente dela não faz a menor diferença. Porém, conforme ela cresce e começa a se interessar pelo corpo do adulto, lançando perguntas, olhares e mãos curiosas, o que era cotidiano, pode começar a causar certo incômodo e dúvidas nos pais. Na nossa cultura, onde o nu é da ordem do privado, é bom que cause.

Em geral, os pais se perguntam: Posso ficar nu diante dos meus filhos? Até que idade o pai pode ficar pelado na frente da filha e mãe na frente do filho? Tem algum problema a família toda tomar banho junto?

Antes de responder a estas e outras perguntas que seguem nesta direção, é importante que os pais percebam, individualmente, enquanto homem e enquanto mulher, como se sentem nus diante dos filhos. Como são indivíduos diferentes, nem sempre vão sentir a mesma coisa, o que não é nenhum problema para a criança.

Problema para a criança, e toda a família, surge quando o que se sente é diferente do que se vivencia diante da nudez. Existe uma inibição por parte dos pais em expor seu corpo e ainda assim, por qualquer razão (mesmo que seja a praticidade), a nudez acontece? Existe um prazer explícito ou velado, mesmo que não seja genital (o prazer sexual adulto), ao ficar nu diante dos filhos (prazer em ser bacana, em curtir um banho conjunto, em trocar a roupa do filho que já tem autonomia para se despir e vestir sozinho, etc.)?

Ainda que para os pais sua própria nudez se isente de qualquer inibição ou prazer, para a criança, estar diante do corpo adulto descoberto provoca sensações e sentimentos que ela não é capaz de nomear, como excitação ou identificação com o corpo do adulto. Isto lhe é bastante confuso. Por esta razão, a exposição gratuita ao nu adulto (incluindo publicidade, novelas, filmes e afins) deve ser evitada dos 3-4 anos até a adolescência, fase em que se adquire um corpo “igual” ao do pai ou da mãe.

No entanto, embora devam ser evitadas, há situações em que não há como se esquivar da nudez adulta diante da criança, como no vestiário de um clube. Estas são situações esporádicas e não rotineiras. No dia a dia deve-se priorizar espaços privativos para a intimidade de cada membro da família. O banho, evento mais comum da exposição do corpo, deve ser da criança ou do adulto. Quando a criança ainda precisa de cuidados para se banhar, se enxugar, despir-se ou se vestir, os pais devem exercê-los vestidos, mostrando que aquele é um momento da criança. Pais que usam sunga ou mães que colocam biquíni/maiô para dar banho dos filhos (e, pior ainda, para tomar banho com os filhos) transmitem uma mensagem ambígua, do mostrar sem poder mostrar, do natural-artificial. Filhos aprendem que aquelas partes do corpo são carregadas de contradição e pudor.

Na exposição de corpos, muitas crianças incomodam-se diante da nudez, trilhando seu próprio caminho em busca de privacidade. Por si só, evitam estar diante do adulto nu, não aceitam ajuda na troca de roupas ou na hora do banho, trocam-se de costas, fecham portas em situações em que estão despidas. Os pais precisam acatar este desejo de privacidade, reforçando, inclusive sua importância. Mais do que a vergonha, o que está em jogo é a intimidade, a privacidade e o cuidado e respeito ao corpo. Da mesma maneira, os momentos de intimidade dos pais precisam ser demarcados e sinalizados para que tanto a criança quanto os pais saibam quais situações são coletivas e quais são individuais.

Quando os espaços privativos para intimidade são instalados e respeitados, a criança aprende que tem coisas que são só suas e outras que podem ser compartilhadas; aprende a reconhecer o que quer ou não, o que lhe causa prazer ou não, quem pode mexer no seu corpo ou não, para quem pode mostrar o corpo ou não. Sabendo dos seus limites, a criança aprende a respeitar o próprio corpo e, consequentemente, o corpo do outro, evitando a confusão de sentimentos, a erotização precoce e situações de vulnerabilidade.


Fonte: Psicóloga Patrícia L. Paione Grinfeld / Blog Ninguém Cresce Sózinho

http://tw.gs/PbSbbv

tema interessante e espinhoso para muitos pais....

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Da mesma maneira, os momentos de intimidade dos pais precisam ser demarcados e sinalizados para que tanto a criança quanto os pais saibam quais situações são coletivas e quais são individuais.


alguns pais e mães 'acham' que por serem os pais podem invadir a intimidade dos filhos... e não estou falando de crianças pequeninhas que não sabem se vestir ou tomar banho sozinhas...


D@ny
No PF desde: 16/08/2011

Eu, cresci nunca vendo meus pais nus diante dos meus olhos, eles sempre fecham a porta e caso agente queria alguma coisa era pra chamar e bater na porta..

A mesma coisa, quando eu e meus irmãos estava na adolescência minha mãe e pai sempre batia na porta e chamava agente.

Eu acho o mas correto ser assim..


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Mauro Scherer D...
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No PF desde: 29/06/2010

Respeito e sensibilidade, junta-se os dois e podemos decidir se dá para ficar nu ou não na frente dos filhos, pequenos ou não. Não se pode cair nos extremos, esconder o corpo por constrangimento ou exibi-lo provocativamente, lembrando que a nudez por si só não é boa nem má, isso está na cabeça de quem a vê.


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Si Cal
No PF desde: 06/08/2010

Não se pode cair nos extremos, esconder o corpo por constrangimento ou exibi-lo provocativamente, lembrando que a nudez por si só não é boa nem má, isso está na cabeça de quem a vê.


Ratificado.


EM minha familia italianona, ninguem fica peladao assim... a torto e a direito mas todos, tos sem excessão nao esconde, se eu tiver que andar de calcinha sem sutiao no quarto em dia de casamento (aquela zona) meu irmao homem, minha irma mulher, minhas tias e primos nao vao achar esquisito, crescemos assim.


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Muito interessante...


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DannyOliveira
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No PF desde: 23/03/2013

É uma questão complicada.Até mais ou menos os meus 7 anos,eu tomava banho com a minha mãe,então uma costumava ver a outra nua.Eu mesma ficava com vergonha disso.Tanto q hoje só fico nua mesmo dentro do meu quarto,quando estou sozinha.Na frente dos outros,não.Ou seja,fico nua só pra mim,não aos outros.É uma questão de mentalidade,embora uns ainda tenham receio disso...


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kellym
No PF desde: 19/06/2009

Pois é, sempre tive receio de me expor nua para meu filho... Talvez porque ele ñ tinha o pai junto, eu sempre me senti constrangida. Comentei com outras pessoas, inclusive minha mãe, que me falaram que a vergonha é nossa, que as crianças sequer sabem diferenciar o corpo (até uma certa idade).

Já o pai dele ñ tem isso, eles vão jogar futebol num campinho, quando saem vão pro chuveiro juntos.

Acho que é de cada um mesmo.

Mas o texto é muito bom para refletir mesmo!


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Flordelislaranja
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No PF desde: 28/12/2012

Natural....desde que haja naturalidade entre pais e filhas e mães e filhos.Porque o sexo de uma pessoa não deve servir de divisória de personalidade....o respeito está em os pais não invadirem os quartos dos filhos e vice-versa,não em ver a nudez do outro.....

É preciso entender a origem etimológica da palavra respeito...vem do latim antigo RESPCTOS,particípio passado de RESPICERE....significa "olhar outra vez",ou simplesmente prestar atenção

É de significado totalmente desprovido de moral....


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Flordelislaranja
Offline
No PF desde: 28/12/2012

Quote:
Em geral, os pais se perguntam: Posso ficar nu diante dos meus filhos? Até que idade o pai pode ficar pelado na frente da filha e mãe na frente do filho?


Por que essa história de só ter vergonha quando for sexo oposto? E se a filha tiver vergonha perante a mãe ou o filho perante o pai? Até nisso o diferencial entre os sexos pesa nesse país....


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Roberta Penélope
No PF desde: 15/09/2009

Eu e meu marido ficamos sem roupa na frente da minha filha.

Por enquanto ela acha muito normal, não sei como vai ser quando ela for maior.

Eu acredito que o limite é constrangimento do outro.

Se eu me sentir pouco a vontade ou se minha filha começar a se constranger não vamos mais ficar sem roupa.

Meu pai não ficava sem roupa na minha frente e quando um dia o vi peladão quase morri de vergonha.

Eu troco de roupa na frente das minhas amigas, tias, primas e empregada sem problema algum.


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Roberta Penélope
No PF desde: 15/09/2009

Eu e meu marido ficamos sem roupa na frente da minha filha.

Por enquanto ela acha muito normal, não sei como vai ser quando ela for maior.

Eu acredito que o limite é constrangimento do outro.

Se eu me sentir pouco a vontade ou se minha filha começar a se constranger não vamos mais ficar sem roupa.

Meu pai não ficava sem roupa na minha frente e quando um dia o vi peladão quase morri de vergonha.

Eu troco de roupa na frente das minhas amigas, tias, primas e empregada sem problema algum.