Empaquei a mula

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girlie
No PF desde: 13/01/2011

Oi, amigos queridos do meu Brasil varonil-il-il!


Inicialmente, preciso dizer que, depois de muito meditar sobre o tema, não encontrei um fórum que fosse o mais adequado ao que vou agora lhes contar: família? amor? amizade? Acabei decidindo por comportamento porque vim falar de mim e do que ando fazendo (ou não fazendo), especialmente porque entrei numas de achar que cada qual é o único responsável pela vida que leva e que esse lance de se fazer de vítima é bullshit pura.


Enfim... let's go.


Resumindo, pra quem não sabe, depois de muito debate e longos meses de dúvidas e discussões (desde as mais leves até as mais pesadas, estilo copos espatifados e gente chorando escorregando as costas numa parede), decidimos, eu e meu marido, fugir daquele orifício circular corrugado situado na região infero-lombar do sul do país e nos mudar pra Florianópolis. Isso aconteceu há sete meses. Desde então, eu tenho meio que adotado uma postura de quem morreu pro mundo - tanto que simplesmente desapareci daqui do fórum.


Engraçado eu me dar conta disso, enquanto escrevo... mas o fato é que, ainda que tenha continuado no facebook (que eu mais odeio do que nutra qualquer outro sentimento) e que seguisse publicando minhas colunas semanais num jornal, minha vida, como era antes, acabou, e eu sorrateiramente me instiguei ao suicídio. Tipo assim, em priscas eras eu não teria jogado a última pá de terra sobre mim mesma, mas dessa vez acho que até sapateei na sepultura.


Explico: eu sabia (como muita gente intui que vai ser despedido ou que o exame de colesterol vai ser péssimo ou que o filho usa drogas), eu sabia que escolher morar aqui seria o maior desafio da minha vida, porque, na cidade grande que é Florianópolis, não seria tããão barbada assim conquistar de novo (sei lá, pela enésima vez) um lugar ao sol. Fiz um trato comigo mesma de que, assim que minha filha entrasse e se adaptasse na escolinha, eu começaria a pensar no que faria da vida. Chegamos em setembro e as aulas começaram em fevereiro; logo, foram cinco meses fazendo algo inédito na minha vidinha: ser mãe, dona-de-casa e só.


Impressionante como às vezes os piores pesadelos se tornam realidade. É como se quanto mais tentássemos afastar a ideia de algo ruim, mais isso se aproximasse da gente. Pois minhas fantasias mais apavorantes da adolescência eram a de que eu não conseguiria me sustentar, de que não teria competência pra arrumar um emprego e ficava pensando em quem seria louco o suficiente pra me contratar pra qualquer coisa. Acreditava que dependeria dos meus pais forever aaaaand ever. Depois eu afastava o pensamento, percebia a maluquice que era, óbvio que eu seria, sim, alguém de muito sucesso, uma diva baphônica, uma estrela-cadente leenda, magra, mignon e feliz para sempre.


BÉÉÉÉ: primeiro sinal de alarme de problemas sérios de autoestima.


Depois disso apareceu um canalha na minha vida que me roubou os melhores anos da juventude, me deixou ainda mais neurótica e me ajudou a entrar na nave de afastar o cálice da autopiedade depois de muitos e muitos anos de agonia. Agora acredito mesmo é que as coisas são como são e a gente está exatamente no lugar onde quis ou se permitiu estar. Nunca é culpa dos outros.


Bem, aí conheci meu marido, namoramos, blá-blá-blá-whiskas-sachet e fomos morar naquele lugar por quase sete anos. Sabem o que é mais louco? Eu sinto saudade. EU SINTO SAUDADE DA MINHA VIDA!!!!! Eu era alguém, tinha emprego, conhecia as pessoas, tudo era mais seguro, fácil e perto. Mas havia as fofocas, as maldades, um marido que trabalhava sete dias por semana e que iniciara um folguedo com uma mocinha no mesmo local de trabalho... essas coisinhas, lembram?


Aí nos mudamos. Não foi fuga, porque antes mesmo do balacobaco do meu marido começar já vínhamos discutindo isso. Ele, mais lúcido, achava que era o fim da picada a gente se enterrar num lugar só pelo dinheiro que nos dava. Ele odiava, como odeia até agora, cada minuto naquela cidade. Disse que, se não viesse com ele, então tchau, Já havia sido covarde o suficiente por aqueles anos todos e que agora era a vez dele viver. Por isso, viemos.


Mas eu sabia. Sabia que vindo pra cá iria me transformar em outra pessoa, e sabia também que isso seria necessário para o meu crescimento pessoal. Eu estava precisando sofrer um pouco para amadurecer. A questão é que eu mudei de um jeito péssimo, que não previa e de que sinto até vergonha de falar, buuuut... porque diabos eu estaria aqui se não fosse por isso?


1º) eu engordei. Pra vocês vou dizer quanto: dez quilos. Não de uma vez, mas de uns anos pra cá a soma do estrago foi essa. Pra uma pessoa com pouco mais de metro e meio como eu, que sempre volitou nuns míseros 38, 40 kg por mais da metade da vida, isso é um buraco de fuzil na cabeça de um aviãozinho. Nenhuma roupa me serve. Nenhuma, não; só as que me deixam com cara de grávida, o que deve explicar o porquê de, por duas vezes, pessoas terem me cumprimentado e dado os parabéns por uma gestação inexistente.


BÉÉÉÉÉ parte 2: não existe nada, NADA mais humilhante para uma mulher do que ser confundida com uma grávida, não estando.


O lado bom é que nunca tive peitos tão grandes. Eufemisticamente, estou bem goshtosa, cheia das carnes, mas eu acho que abriria mão disso em troca de um corpo esquálido. Anoréxico. Sério. Nunca senti tanta falta de ser magra. De sentir os ossos dos joelhos batendo enquanto caminho, de ter que mandar ajustar a cintura das calças porque, frouxas, mostravam o cofrinho.

Meu marido reclama o tempo todo, dizendo que foi enganado. Me pressiona para começar academia, caminhar, correr. Fiscaliza o que eu como e fala na frente dos outros, mesmo que com delicadeza - mas não se repreende alguém para que coma menos, ou não beba sua cerveja, ou não coma nada doce, em público, sem ser um monstro de ignorância ou estupidez. Houve uma vez, na praia, em que ele ofereceu a todo o nosso grupo umas bolachas recheadas que eu havia levado para a nossa filha. Quando passou por mim, me pulou, dizendo que pra mim não daria porque eu estava de dieta. E as pessoas todas nos olhando arregaladamente como se tivessem sido atingidas por uma pistola paralisante da polícia. Abapha.


2º) Eu não consegui emprego. Quer dizer, até consegui, mas pagando R$ 500,00. A faxineira que vem aqui em casa me custa R$ 600.


3º) Não consigo estudar pra concursos. Pensei, no começo, que colocando a filha na escola eu poderia sair e me matricular num curso no mesmo horário, mas... as aulas dela são à tarde e os cursos ou de manhã, ou à noite. Como eu não contribuo com nenhuma dilma ou doleta, cabe ao maridão se estrebuchar em quinhentos empregos pra fazer cash e, por isso, ainda que trabalhe muito menos do que antes, ainda chega em casa depois das 20h 30min.

A saída seria estudar em casa. Sim, hahaha. De manhã eu cuido da pequena, organizo temas, lancheira, faço almoço (COITADA DA CRIANÇA) e levo a pé para a escola. Me sobrariam tipo umas três horas e meia por tarde pra malhar e estudar antes de sair e novamente ir buscá-la, mas... preciso limpar a casa, ligar pros consultórios conferindo as agendas do dia seguinte, pagar as contas, ir ao banco, fazer a contabilidade... e não faço o que é preciso. Na verdade, eu não faço nada, só o necessário.

Coisas que eu não faço:

- não estudo;

- não faço atividade física;

- não entrego os livros-caixa atualizados (até mesmo porque os que entreguei, até janeiro, foram motivo de terceira guerra aqui em casa, por conta dos gastos e da minha total inabilidade com conceitos como entradas e saídas);

- não tenho libido;

- não sorrio nem debocho tanto quanto antes;

- não me movo, não faço nada e quando vejo, o dia acabou;

- não tenho o controle do tempo, nem da papelada, nem de nada.


Coisas que eu faço:

- cuido da minha filha;

-arrumo, lavo, passo, cozinho, vou ao supermercado (com muito ódio no coração);

- levo minha filha na escola e busco;

- fiscalizo os temas e compro o que for necessário;

- resolvo as broncas (e são várias) do trabalho do meu marido, mas sempre consigo errar alguma coisa que dá uma confusão pior ainda;

- republico as mesmas crônicas que escrevi porque parece que a fonte secou;

- procuro tentar sentir de novo a mesma empolgação pela vida, mas não estou sendo muito feliz no momento.


Todos os dias nós acabamos brigando, porque meu marido se diz iludido: casou com uma e agora tem uma quase múmia ao lado. Por isso, me agride com palavrás ásperas que ele sabe já terem ultrapassado o sinal de alerta, mas como eu não reajo nem faço nada, ele cada vez vai mais longe. Se eu não fosse eu, tinha me pego pelos ombros e dado uns bons tabefes na cara. Gente, como é que eu posso ter morrido assim? Cadê eu? Onde é que eu fui parar?


A verdade é que, nessa jornada, eu saí do meu corpo, me perdi e não sei mais voltar.


Meu marido me diz que não vai levar muito adiante essa história de me sustentar. Que, se eu estivesse estudando à vera, levando a sério, ele teria o maior orgulho de mim, mas que virei uma vadia de marca maior. Que sou uma sanguessuga, um encosto, um peso. Que ele quer ir adiante, ir além, que tem planos ambiciosos, mas que eu, como toda essa apatia, não estou na mesma batida e estou cada vez mais ficando pra trás. Eu olho pra ele e entendo tudo o que me diz. Penso que, se estivéssemos falando de uma terceira pessoa, também me encheria de energia pra me assombrar e criticar. Dou toda a razão a ele. Só que não consigo sair disso.


Depressão? Acho que não. A sensação que eu tenho é que me roubaram alguma coisa e eu não percebi. Roubaram uma energia vital, me tiraram alguma coisa, virei uma morta-viva.


É isso, galhéra. Só isso. Let the games begin: que comece o MMA, quer dizer, nossas conversas terapêuticas sobre a vida inútil e desperdiçada que se tornou a minha.


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Caronte
No PF desde: 03/03/2010

Girlie.


Tu sabe que tem um lugar cativo no meu coração, e é com tristeza que eu vejo uma coisa que parece óbvia: você está claramente em um quadro depressivo.


A girlie de outros tempos pegaria o marido impertinente pelas bolas e quando ele ajoelhasse, faria ele pedir perdão e beijar-lhe os pés.


Teu marido está aproveitando esta sua fragilidade, e se vingando de você por você ter abortado a tentativa dele de incursionar pela periquita da menina da outra cidade.


A primeira coisa a fazer, é buscar um tratamento. Avise o seu marido que você viu que está doente e precisa de ajuda. E que quer se tratar. Há o risco de ele estar gostando demais da situação e discordar. Mas o fato é que você precisa se tratar.


Mais. Se seu marido quer que você estude, deveria pensar em colocar a filha de vocês em uma escolinha de tempo integral. Mas isto será inútil se você não estiver se tratando. Hoje em dia existem remédios de enorme eficácia, que fazem efeito relativamente rápido.


Por fim. Duvido que você esteja gorda, aposto mais em gostosa. Diz pro teu marido que homem que gosta de mulher esquelética tem uma tendência homossexual latente, e ameace se aprofundar na questão.


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girlie
No PF desde: 13/01/2011

Hahahahah, querido amigo...

Meu coraçãozinho se enternece por tua causa. Obrigada.

Meu marido acha que estou doente, já sugeriu que eu fosse me tratar. Como ele é medico, acha que tem o olhar treinado pra isso. Ele me olhava com espanto, inicialmente, e agora sente raiva por tudo o que me tornei. Se sente enganado por ter acreditado que tinha se envolvido e depois casado com uma pessoa imbatível, culhuda, atrevida, raçuda e que agora parece uma carmelita indo fazer uma colonoscopia.

Caraca, mas que droga, mesmo.

Eu juro que engordei e juro que é verdade a anedota da gravidez. Nunca falei isso com muita gente, só pras essenciais, mas achei que seria pertinente pra ilustrar a minha atual conjuntura, a despeito da enorme humilhação que foi e que ainda é lembrar os episódios. Aquilo ali me doeu na alma. O mais irônico é que eu continuo me gostando e me achando bonita, mas não quero ser gorda. Não quero!

Pensei o dia inteiro hoje, seriamente, em colocar minha filha no turno integral, mas cheguei à mesma conclusão tua de que não iria adiantar por enquanto, Preciso de energia! Preciso me recarregar! Me sinto sem alma!

Esse monte de pontos de exclamação, my handsome, é só aqui. Ao vivo, me falta brilho nos olhos. Minha pele está opaca. Estou me desfazendo, me desmanchando.

A faxineira, quando veio aqui a primeira vez, viu uma foto minha sorridente como o que num portarretrato e perguntou, com ar de deboche: "essa aqui és tu?"

É pra acabar.

Já pedi ao meu marido, se ele é mesmo tão sabichão, que me medique, mas ele tem medo. Sempre teve receio de medicar os próximos e dar alguma bela M. Eu não tenho ânimo nem saco nem meios de fazer terapia nesse exato momento. Preciso, antes disso, de, sei lá, uma ajuda imediata. Quando tivesse um pouquinho mais de energia, eu sei, acredito mesmo nisso, que daria a volta por cima.

Não acho que isso vá durar pra sempre. Tenho a intuição de que pode até demorar, mas eu viro esse jogo. Sei lá, é como se tivessem soprado no meu ouvido. É como se isso tudo fosse mesmo necessário pra que eu rompesse meus inúmeros defeitos de repetição, morresse e nascesse de novo. Acontece que, enquanto estiver nesse limbo, estou sofrendo muito. Não demonstro pra ninguém, mas estou.


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

Girlie minha querida....

tá rosca a coisa né....

pois bem eu acredito que uma das coisas que nos eleva aos céus ou nos derruba no chão é o AMOR....

desde a época do terrível episódio da quase traição do teu marido , voce já demonstrava que além da rasteira, tinham te tirado o chão...

me recordo até de um embate entre voce, eu e o Jupiter por nós termos te sugerido terapia (calabouços da terapia hehehe)

pode ser... sabe como é somuu metidos a Sherlock Holmes por aqui:)

pois bem a minha pergunta para ti é: quando olhas para o teu marido, acredita no teu casamento? ainda há amor por ele, depois da apunhalada?


e da parte dele?

esta história que voce não é mais a mesma, que engordou... para mim é desculpa...

ou ele é uma cafajeste de prima que procurou se distrair lá com aquela coleguinha... ou da parte dele já havia um desencantamento com o casamento de voces... ou contigo...

só é assediado quem quer... se ele deu abertura para a 'coleguinha', era sinal que já haviam problemas...

vamos comendo pelas beiradas, espero tuas respostas....


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Melliss@
No PF desde: 28/04/2011

Ei Girlie,


Lendo o que você escreveu, me fez lembrar que também passei por uma fase semelhante, não similar aos seus motivos, mas um peso que só nós sabemos como é, no meu caso não tinha solução, não tinha como sanar o problema, definitivamente não tinha e eu tive que me conformar.

É bem assim, nada desperta, tudo é cinza, e o acordar no outro dia é pesado.

E eu ainda tinha a responsabilidade de não deixar a tristeza transparecer para outras pessoas, para o meu pai, por exemplo, que chegou ao ponto de colocar um sofá bem em frente a porta do meu quarto para perceber quando eu estava chorando ou não, e isso para mim era horrível, pois eu chegava a me encolher no chão para que ele não me escutasse.

Relatei isso para te falar que todos nós passamos por momentos assim, parece que isso é preciso para que aconteça uma grande mudança em nós, às vezes é preciso uma fase sombria para nos descobrirmos novamente, quem sabe a sua alegria de antes não era genuína? Quem sabe vc não estava forçado quem vc realmente é há muito tempo talvez por apostar na sua relação? São tantos “talvez” e é vc quem tem que descobri o que de fato está te fazendo mal.

Talvez não sirva de nada o que estou te dizendo, mas mesmo assim te direi que, chega uma hora nessa fase horrível que algo nos puxa, nos leva de volta a vida, sei lá, sinceramente eu não sei explicar, mas eu sei que de dentro de nós surge uma força que sempre esteve lá.

No meu caso de nada adiantaria a terapia, falar dos meus problemas com estranhos mesmo sendo um profissional, naquela época não faria efeito, era uma batalha minha comigo mesma e eu tive que vencer essa parada.

Bom, é isso, só um pouco de mim para você.


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Moça!
No PF desde: 12/10/2010

girlie,

lúcida tu demonstras ser então vou economizar no blábláblá e dar uns palpites... sugestões de coisas práticas que podem te ajudar a dar o primeiro passo pra fora desse buraco...


1) Tentas concurso para que área? Já pensou em fazer disciplinas de alguma graduação da ufsc ou udesc que pudesse te ajudar e te tirar de casa? A udesc lançou na semana passada o edital de transferencia interna para o próximo semestre. Então em umas 2 ou 3 semanas eles devem lançar o edital para reingresso e RETORNO PARA DIPLOMADOS. É quase inacreditável mas todos os semestres tem várias vagas disponíveiis em aproximadamente 90% dos cursos.Dá uma olhada aqui: http://www.udesc.br/?idNoticia=3037 e depois fica de olho no outro edital com as vagas remanescentes.


2) Não consegues estudar por conta? Já foste na biblioteca da UFSC? O lugar é excelente pra estudar. Sábado é um paraíso. Só tem que ter disiciplina de autodidata OU usar a máquina de café que fica ali do ladinho.


3) Também engordei muito num período de uns 2 anos e já estava consciente de que deveria mudar. Bem, dia 01 de janeiro tomei essa decisão e, sem remédio e sem academia, perdi 6 quilos em janeiro e 4 em fevereiro. Rápido assim, só controlando a alimentação (mas sem passar fome). Então te digo, é possível. Comece comprando uma balança eletronica e se pesando diariamente. Ver o teu peso reduzindo um tiquinho a cada dia te dará a motivação necessária pra seguir com seu plano de alimentação.


Bem... o que me ocorre de dica prática é isso. Sei que pode parecer bobinho... mas escrevo com fé de que podem te ajudar mesmo. Se não ajudarem por si, ajudarão pelo movimento.

;)


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Gulherme
No PF desde: 13/05/2010

Olá Girlie;


Antes de tudo, confesso que ri bastante de algumas passagens que você escreveu, sim...que patife!!!


Mas também, vai escrever bem assim lá na casa dos imortais, é a nossa LF.Veríssimo de saias.


Bem, vou dirigir um pouco na contra mão dos parceiros foristas e não colocar toda a culpa das tuas desgraças no marido; ora, você já é vacinada e inteligente demais para se fazer de vítima, e tu mesmo reconhece isto. Ficar especulando agora o que foi, o que não foi lá no barraco do teu marido com a "perseguidora" é procurar chifre em cavalo, na prática só irá mascarar o teu problema prático de auto estima e má administração de tempo!


Então, mexa-se: Como o Caronte escreveu, escolinha integral é uma buena e compensa o investimento; o maridão come no trabalho (comida bem entendido!) e tu vai curtir um buffet a quilo comendo frugalmente alguns brotos de bambu.


Com o tempo economizado de fazer almoço e mercado, devore os livros ou faça uma caminhanda na larga orla da cidade; melhor...compre uma bike que ajuda a transpor as distâncias com mais facilidade e não fica no passo bovino da caminhada, vai variando o ritmo ali no calçadão de Floripa (que deve ter lugar adequado).


Essas pequenas mudanças de rotina mas a endorfina do exercício no cérebro, irão desencadear um processo que te fará ficar mais disposta a cada dia, o corpo é uma máquina e não pode ficar parado, se a gente relaxa, não dá vontade de mais nada depois das tarefas além de cair no sofá com um pacote big xxplus de doritos; aí vai tudo para o saco, parceiro em segundo plano inclusive.


Estando com o corpo mais em dia, com a vitalidade voltando a carcaça, verá que conseguirá administrar o tempo bem melhor, as coisas ficam naturalmente mais fáceis.


Contabilidade diária? Tua casa não é uma multinacional ora; não demore mais tempo do que o necessário para isso....computador de um lado, notas de outro, planilha na tela, não pode ser muito demorado.


Vai delegando as broncas do trabalho do marido para o...sim, tu sabe quem; se a coisa não funciona, mais um motivo de stress e a culpa cai nas tuas costas.


No mais é isso, se têm tanto brilho ao escrever sobre coisas - digamos - prosaicas (não para ti!); quer dizer que a chama ali dentro de ti ainda arde e não é a gastrite; então, vamos olhar para cima que tu ainda têm jeito de se sair bem.


Se consegui ajudar em um mínimo ponto que seja, fico feliz, mas como tu é bem querida no PF, pode contar que choverão ótimos e melhores conselhos!


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Mauro Scherer D...
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No PF desde: 29/06/2010

Então, Girlie, cansada da vida que levava, desistiu de desfilar na avenida, jogou no chão a fantasia de carnaval, pulou o muro, sentou na arquibancada e ficou vendo a vida passar. Até quando durará a quaresma?


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girlie
No PF desde: 13/01/2011

Amigos da rede glóbulo,

vocês acreditam que eu tive a capacidade de escrever uma carta aos coríntios e deletar tu-di-nho? Caraca!! Tô bege comigo mesma! Santa idiotice, batman!

Amanhã, depois de recobrar os sentidos, reescrevo minha epístola. Agora, depois de ter tomado umas brejas all by myseeeeeeeelf, just like Bridget Jones (gorda, bebum, atrapalhada e zuuuuper bem humorada), nem sei como estou digitando.

Ah, uma noite sozinha às vezes é bão dimais da conta, sô!


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JoeDepp
No PF desde: 27/01/2011

Girlie...na minha humilde opinião...você está muito bem.

Você tem todos os membros funcionando, nunca nos relatou nenhuma problema sério de doença, possui, e isso possui sim, uma mente maravilhosa, dotada de bom humor e de discernimento elevado. Eu casaria com uma mulher assim. Até por que você disse que também está um pouco acima do peso. Como o Caronte falou...eu odeio mulher esquelética.

Estô querendo que tu olha e veja mais o que tens de bom, e não apenas o ruim.

Um erro que foi cometido, talvez, tenha sido que ao se mudar, você decidiu ficar em casa, apenas se ocupando dos trabalhos de uma dona de casa muito tempo. Isso, para uma pessoa que sempre este ativa, ajudou a despertar esse estado seu de falta de vitalidade. Tudo o que você faz, está fazendo de má vontade, piorando ainda mais. Sobre teu marido não irei comentar nada sobre ele, pois para isso, quem deve tomar alguma conclusão será você mesma por que disse que concorda com algumas coisa. Eu não concordo e não faria, nem falaria o que ele te fala.

Não faça as coisas para ele que você não gosta, pois irá fazer mal feito e dará oportunidade para que ele lhe trate mais vezes de forma errada, e assim, fazendo você se achar uma inútil, por que, se ele apenas convivesse com você, sem te recriminar, acho que sua vitalidade estaria elevada. Porque se você for ver, quando estava aqui nos declínios dos relevos, você fazia as coisas para você e não para ele, e não dava assim motivos para que ele te apontasse o dedinho na fuça!

Você é inteligente e sei que pega as coisas logo de início...se te derem uma patrola aí para começar a trabalhar, tenho certeza que depois de gravar para que serve cada alavanca, em uma semana você deixaria toda a ilha plana...rsrsrs...Quero dizer que ao invés de fazer curso, o que você precisa é largar a tua casa e trabalhar, mesmo que no início talvez seja um salário baixo, porque assim estará resolvendo o teu problema de auto-estima, que é o principal.

Eu largaria os livros de contabilidade, juntava os peito como dois faróis de moto, procuraria algo que me faria sentir bem trabalhando, e quando estaria em casa, ficaria direto com os fones de ouvido...por que você escreveu aí que ficar sozinha às vezes é bom demais...e não ficar ouvindo, já ajuda..rssss

Beijo, gostosona!


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Dani*
No PF desde: 15/01/2011

Girlie...


Sentimos muitas saudades dos seus òoooootemos comentários!!!


E mesmo em um tópico de suas "lamentações de Jeremias" você me fez rir a beça...rs


Enfim, vamos lá...


Acredito que o grande choque se deu por você ter morado durante tanto tempo em um cidade tranquila, onde aparentemente ninguém fazia nada, não acontecia nada, mas você tinha suas ocupações. Agora você está numa cidade grande, movimentada e com a situação contrária, muita gente fazendo de tudo e você sem aparentemente nada pra fazer. Isso é uma questão de adaptação, na outra cidade você dizia odiar tudo mas agora sente até saudade então quer dizer que se adaptou a ela, mesmo não tendo percebido isso.


Quote:
Meu marido reclama o tempo todo, dizendo que foi enganado.


Quote:
porque meu marido se diz iludido: casou com uma e agora tem uma quase múmia ao lado.


E será que ele já calculou a parcela de culpa que tem nessa mudança?

Não que ele seja totalemte culpado, mas deve se dar conta que ao menos contribiu de alguma forma pra que isso acontecesse. E nem ele deve ser o mesmo homem com quem vc namorou e casou.


Butttt (como vc mesma diz rs), isso é só uma fase minha querida, vai passar pode ter certeza. Como disse a Melissa, existem situações que são necessárias na nossa vida, e que devemos passar por elas sozinhas nem que seja lendo livros de auto-ajuda.

Sabe aquela frase "que há males que vem para o bem"? Então, encare isso de uma forma que faça você evoluir e não regredir... sendo que eu acho que regredir é quase que é impossível no seu caso, pois mesmo em uma situação trágica ainda escreve muito bem!!!


Sua vida não pode se resumir em 7 meses fracassados em uma nova cidade, analise tudo que passou pra conquistar o que tem hoje e o que ainda há de vir.


Enfim, continue por aqui com a gente, te adoramos de verdade!!!


Quote:
uma diva baphônica


Ah, tenho certeza que quando estiver melhor vai tomar uns bons drinks no estilo Luiza Marilac...rs


Boa Sorte!

Bjuss