No fundo tudo se resume a anatomia e cabeça.

Algumas mulheres não têm a anatomia necessária. Gostam de sexo, transam com desenvoltura e têm prazer em experimentar novidades. Mas, por mais que tentem, a penetração [****] resulta para elas num ato triste e doloroso, que leva à beira do mal estar e não do êxtase. Nessas circunstâncias, o parceiro precisa abrir mão e entender que só há prazer quando dois estão curtindo. Mesmo porque, em alguns casos o problema anatômico é dele. Entre as vantagens de ser bem dotado não se inclui a de achar parceiras ansiosas para o sexo [****]. Esse é um terreno em que os menores têm mais chance.

A questão dos sentimentos – o que passa pela cabeça das mulheres – é ainda mais complicada. No mar revolto e impenetrável de onde emerge o prazer não há respostas claras. Li há tempo sobre uma mulher que se excitava intensamente só de ouvir uma voz masculina que viesse por trás dela – esse era o preâmbulo suficiente para uma perfeita relação [****]. Outras mulheres, igualmente saudáveis, não podem nem ouvir falar de dar o [**]. A simples menção do ato lhes desperta repulsa e temor. Quem está certa e quem está errada? Ninguém.

Houve um tempo em que a dificuldade das mulheres em se deixar penetrar dessa forma era considerada um defeito. Fulana é ruim de cama, nem gosta de sexo [****], os homens diziam. Os mesmos homens que diante de um delicado dedo no seu ânus seriam capazes de reagir aos bofetões. Acho que esse tempo está acabando, porém. Continuamos, como uma grande nação emergente, obcecados pelo [**], mas aos poucos percebemos que isso pode ser apenas uma metáfora. Se a sua fêmea relutante não tiver medo de ser violada a cada noite, se ela souber que tudo vai ficar no terreno da fantasia, talvez ela aceite brincar e falar sobre o assunto. A imaginação não tem esfíncter e pode ser muito excitante. Por ela passam, sem dor, coisas que na vida carnal fariam chorar e desistir.