Andando pela internet em busca de ajuda, encontrei este site e resolvi me cadastrar para contar a minha história. Tenho 34 anos e conheci a Lívia há 4. Namoramos durante dois anos e casamos há dois. Assim que casamos, ela passou no vestibular, tinha 22 anos na época. Então eu fiz um trato com ela: pedi que se dedicasse somente aos estudos e largasse o emprego e eu daria tudo que ela precisasse, inclusive um carro. Foi muito difícil conseguir, mas depois de muita insistência, ela largou o emprego.

Não sou rico, mas trabalho muito para ter uma vida boa. Dei a ela um carro e dinheiro na conta para que pudesse ter uma vida boa também. Coloquei também uma empregada em casa. Lívia nunca ligou para bens materiais, mas com o tempo, se acostumou com a vida boa que eu lhe proporcionava.

Eu chegava do trabalho sempre a noite e ela estava com o jantar pronto, toda linda e cheirosa e com um sorriso no rosto. No início, eu jantava com ela. Com o passar do tempo, fui ficando entediado. Fazia meu prato e levava para comer de frente para o computador, deixando-a sozinha na mesa.

Na hora de dormir, ela deitava e ficava esperando por mim, lutando contra o sono para poder me esperar na cama. Lá pela meia-noite eu deitava e virava as costas para ela, cansado. Sexo só aos sábados...

De manhã cedo, o café estava lá me esperando, também feito por ela. Assim, eu ia para o trabalho e ela para a faculdade, nossa rotina. Todos os dias essa história se repetia. Ela queria conversar, mas eu não tinha paciência e muito menos tempo.

Passados alguns meses, descobri que ela estava mudada: jantava na sala vendo TV e não me esperava para dormir. Não puxava mais assunto e nem mandava mais sms carinhosa no final da tarde. Era monossilábica e fria no sexo aos sábados.

Certa noite, enquanto me trocava para dormir, ouvi seu choro baixo. Pensei que estivesse com alguma dor e perguntei. Ela disse que estava bem, apenas com cólicas.

Nesta mesma noite eu acordei no meio da noite e não a vi na cama, Fui a cozinha beber água e ela estava lá chorando alto e escrevendo em um papel. Mais uma vez, perguntei o que se passava e ela respondeu com um sonoro NADA. Voltei para o quanto e fui dormir.

Acordei com muita fome de manhã e fui direto para a cozinha, como todos os dias, mas o café não estava feito. Olhei no banheiro e Lívia não estava lá, foi aí que vi que tinha um papel sobre meu computador.

No papel, minha esposa dizia:

"Edu, é com muita dor e lágrimas nos olhos que escrevo este bilhete. Estou indo embora de casa e não adianta me procurar, estou decidida. Obrigada pelas vezes que me fez feliz, mas eu cansei de amar sozinha. Vou para a casa da minha mãe. Seja muito feliz... "

Sabe, eu nem liguei, achei que à tarde ela voltaria e fui trabalhar. Mas no fim da noite eu já estava muito preocupado e liguei para ela, mas ela não atendeu. Liguei dias e dias seguidos e nada dela atender.

Minha vida virou um inferno, eu parecia um morador de rua descuidado, não sentia fome e nem vontade de viver. Numa manhã de segunda ou terça, não lembro bem, ela ligou. Falou que estava indo em nossa casa com seus pais buscar suas coisas e que deixaria o carro que lhe dei. Fiquei louco: gritei, chorei, pedi para não me deixar, pedi uma nova chance, pedi para recomeçar, mas era tarde demais, ela já não se comovia com nada.

E assim foi feito. Passaram-se 6 meses e eu sofro todos os dias de minha vida. Choro muito, meu coração está despedaçado. Para poder vê-la e aliviar meu coração, preciso ir na faculdade dela e ficar escondido até ela passar.

Fui ao cinema com um amigo e ela estava lá com as amigas da faculdade. Fiquei esperando ela vir falar comigo, ms parece que não me viu, ou, se viu, fez que não tinha visto.

Esse é o meu relato, essa é a minha dor.

Valorizem o amor de vocês. Depois pode ser tarde demais.