Vale a pena?

18 respostas [Último]
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hannafly
No PF desde: 11/02/2014

Li e reli o que você escreveu várias vezes, BLUEyes, e me vi em vários aspectos. A questão da alienação, o paradoxo de querer ficar sozinho mas se sentir triste por isso, a magnitude dos problemas.. enfim. Mas fiquei feliz com seu post. Às vezes lembro do meu pai falando que depressão é coisa de gente covarde, fraca e tal, então é bom saber que existem pessoas que não pensam assim, que compreendem que não é tão simples. Obrigada pelo apoio e pelas dicas, ainda mais pra uma pessoa que tu nem conhece!


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BestaMor
No PF desde: 16/08/2011

Uau, texto irrepreensível...

Escrevendo tão bem assim me custa crer na tua pouca idade - 19~20 anos – e mais ainda na não aprovação no vestibular ...prestou pra quais? Harvard, Yale, MIT ??

Brincadeiras à parte, ter 'tendências suicidas' com 15/20 anos não é doença nenhuma, por mais que te digam o contrário. "Medos e Incertezas" diante do que está por vir é normal.

Nas culturas ocidentais não há ritos de passagem, que preparem um adolescente na transposição pra um novo ‘papel’ na sociedade. Dorme-se ‘criança’ num dia e no seguinte acorda-se com as cobranças de "adulto".

Nesta fase uma certa insegurança é até normal.

Elaborar ‘teorias suicidas’ só reflete um ‘querer’ resolver situações complicadas, principalmente aquelas que envolvam aceitação, instantaneamente. O ‘medo’ do novo.

O que é chato pacas pra quem convive com isso, é essa ‘fobia’ que estás desenvolvendo em relação às outras pessoas, estranhos principalmente.

Nos meus primeiros empregos (14a~17a ) a simples menção da palavra “reunião” me causava calafrios.

Ter que encarar - e falar - com “superiores”, me proporcionava uma angústia antecipada de uma situação na qual pudesse ser “avaliado” (e reprovado!)

Ao ser chamado à palavra, invariavelmente gaguejava antes (nunca fui gago!) e balbuciava coisas sem sentido depois.

Com estranhos não era muito diferente e, com garotas, um verdadeiro martírio.

Só com as experiência(s) pra superar tudo... e as tuas ainda estão por vir.

O que posso te sugerir é ”não se deixar dominar pelos teus ‘medos’ nem se apequenar diante deles.”

Para superar os meus, diversas vezes recorri a “uma ilusão”.

Por ex:

- Se a pessoa era ‘muito-importante’, a imaginava diante de mim, sentada num vaso e cag@ndo.

Funcionava que era uma beleza...

Hoje a ‘ilusão’ a que mais recorro é de que a pessoa na minha frente está em um ‘assento-ejetável’ e, que posso a meu bel prazer, apertar um botãozinho e fazê-la sumir. Uma auto-atribuição de ‘poder’, imaginário é claro, mas que funciona como ‘calmante’ e antidepressivo quase instantâneo.

Sugiro que coloque a sua mente a teu favor. Use tua Imaginação e crie “ilusões” que te favoreçam sempre...(e largue de vez essa babaquice de planejar se matar).

A Vida é um Milagre e você está aqui como CONVIDADA !!

Simplesmente Viva !!


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hannafly
No PF desde: 11/02/2014

BestaMor hahahah essa idéia de imaginar alguém cag@ando tira o poder de qualquer um!


Quote:
Ao ser chamado à palavra, invariavelmente gaguejava antes (nunca fui gago!) e balbuciava coisas sem sentido depois.


Nossa, isso sempre acontece comigo! Quando falo com algum desconhecido (desde tentativa de conversa à pedir um salgado pra o moço da cantina) minha voz sai absurdamente mais baixa, muitas vezes falo coisas sem sentido e me enrolo. Minha técnica pra isso era repassar mentalmente o que ia falar, várias vezes, mas não gostava de fazer isso porque acabava achando bobo e desistindo. Vou tentar por em pratica suas técnicas rs. Minhas aulas começaram segunda, estou criando coragem pra tentar puxar conversa com alguém sem parecer muito socially awkward..


Poxa, 20 anos é nova assim? Me sinto até oldschool perto dos "calouros" de 17~18 :P prestei medicina, então imaginas né. Mas admito que não tenho o que reclamar quanto a isso.. apesar de estar no segundo ano de cursinho, tenho a sorte (e a bolsa de 70%) de meus pais aceitarem pagar e me deixarem estudar em tempo integral, sem pressionarem (muito) para escolher outro curso e trabalhar. Ah, e obrigada pelo "escrevendo tão bem assim" :) (apesar de não ter visto onde)


helllen
No PF desde: 10/06/2013

olha é triste seu relato, vê q esta no hora de mudar???? talvez deva começar pelo seu relacionamento que devia te fazer bem e feliz e não faz, não digo q é culpa do seu namorado pq vc errou tbm, mas digo que talvez vc começando a se resolver possa até voltar com esse namoro de uma forma mais saudável... resolver os problemas que guarda pra si, se vc tem depressão a tempos deve saber que as vezes nosso corpo para de produzir o hormônio do bem estar, e é necessário medicamentos para corrigir isso, procure um medico, busque ajuda, não dá para viver sem vontade desse jeito...


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hannafly
No PF desde: 11/02/2014

helllen, confesso que fico meio apreensiva de tomar antidepressivos.. Sei que a depressão/tendências depressivas se agravam com a falta do hormônio do bem estar (serotonina, se não me engano?), mas sempre tive a impressão de que com esses medicamentos a pessoa se sente apática a tudo e todos.. Inclusive, meu próprio namorado já me relatou isso (ele foi medicado quando era mais novo).


Decidi dar mais uma chance ao namoro.. mesmo que mantendo o pé atrás. Conversei muito com o meu namorado, deixei bem claro que o que estamos fazendo é difícil, sofrido, leva tempo, que meu psicológico não consegue lidar com tudo isso tão rápido.. tentando reconstruir e superar muita coisa.. ele concordou.

Como você disse, está na hora de mudar.. e quero acreditar que ambos mudamos (ou, ao menos, que estamos trabalhando nisso..) - ou seja, que o relacionamento também mudou.. Espero realmente que não seja ingenuidade minha.


helllen
No PF desde: 10/06/2013

Eu tomei antidepressivo por um pouco mais de um ano, estava morrendo por dentro e tentei acabar com esse sofrimento me ferindo e me isolando, cheguei a vida de fatos, mas depois q comecei a ser medicada melhorei, me curei dessa tristeza imensa q não me deixava viver... Pense nisso... Vc não precisa ficar dependente de remédios, mas como qualquer doença, exige tratamento...


Anonima1
No PF desde: 14/02/2014

Hanna, eu sou um pouco radical hehe. Tive um relacionamento de 3 anos, onde meu ex era muito manipulador, eu tinha sua idade quando comecei a namorar ele, tinha 19 anos. Por ser muito nova eu era ingenua demais, queria terminar a faculdade e já me casar. Mas quando um relacionamento caminha desse jeito, acredito que não dará certo. Eu não tinha coragem de terminar com meu ex, até terminamos mais ou menos 3x antes de acabarmos definitivo. Só tive coragem de terminar com ele quando eu estava prestes a me mudar de país e ele não aprovava isso, sendo que sabia que era o maior sonho de minha vida. Acho que como vc não consegue fazer amizades o seu namoro é a unica coisa que te resta pra vc não ficar sozinha, acho que vc não termina com medo de ficar sozinha,


Quando eu estava namorando eu me afastei de muitos amigos (burrice, não façam isso jamais!!) e eu apesar de ter minha família, achava que ia ficar sozinha, que não ia mais conseguir namorado. Bobagem!! A gente aprende a se virar sozinha, a gostarmos mais de nós mesmos. Vc é muito nova pra estar passando por essa situação. Acho que vc deveria ficar um pouco sozinha, conhecer a si mesmo, aprender a se amar, e aprender que só vc pode se fazer feliz. E quando vc passar no vestibular, aproveite tudo o que a faculdade proporciona, entre de cabeça e só pense em relacionamento quando vc realmente estiver pronta.


Namoro, como diz minha mãe, é pra ser uma parte boa de sua vida, pois se já é assim sem casar, imagina depois de casado que vc não pode se separar? (casamento é pra vida inteira)


Bom, essa é a minha opinião, foi o que eu passei e tô muito mais feliz agora solteira e ainda não estou atras de relacionamento, meu ex sempre colocava na minha cabeça que os homens são safados bla bla bla que eu não iria encontrar ninguém melhor que ele (haha) e encontrei mas eu quem não quis namorar ele. Se vc tem esse medo, achando que não vai encontrar ninguém depois desse, encontra sim!! e acredite, muuuuuuuito melhor (sei que vc não disse que tem esse medo, mas muita gente não consegue terminar por causa disso).


Desculpa se fui muito radical, é que eu gosto de ser prática, se algo não está dando certo, mesmo com tantas tentativas eu prefiro cortar o mal pela raiz. Pena que na época eu não pensava assim e só fui dando várias chances até que chegou no extremo. Hoje eu penso dessa maneira. Boa sorte, bjos.


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girlie
No PF desde: 13/01/2011

Hanna, Hanna, dear,


Fico desconsolada quando vejo uma criatura inteligente, brilhante, se afogando em angústias e sofrendo que nem cachorro magro SEM necessidade.


Se as pessoas que convivem contigo soubessem o quanto tu és legal...! Imagina só o quanto essa timidez crônica foi capaz de impedir que teus colegas de cursinho descobrissem a pessoa engraçada, sensível e perspicaz que tu és. É muito egoísmo não compartilhar isso com a galera ;)


Queri, brincadeiras à parte, me vi muito na tua história. Meu primeiro namorado, diferentemente do teu, foi um bandido comigo, mas eu comecei a namorá-lo com 15 anos e ficamos juntos por 9 (7 deles morando juntos). Eu deixei de existir pra ficar com ele, fiz isso voluntariamente e achava que tudo, tudo mais não tinha importância, só ele. Ignorei minhas amigas, não falava com os guris da minha turma, minha vida era estudar e pensar nele, resolver as broncas dele, orbitar em torno dele. Eu sempre me dei bem no colégio, enquanto ele era um oligão preguiçoso. Então, nas épocas de provas e trabalhos, eu estudava muito e ainda gastava uma energia enorme pra "rebocar" ele comigo. Éramos muito diferentes e aquilo ali não tinha as mínimas chances de dar certo, mas eu me grudei nele como raiz e não podia imaginar a vida sem ser namorada dele.


Que doença. Me arrependo muito.


Não faz o mesmo. Entende uma das lições mais elementares e instintivas da vida: a gente é a gente, não o outro. Somos indivíduos, temos vontades, gostos, medos, ideias, dúvidas e opiniões nossas. Essa simbiose faz mal. Precisamos ter vida própria, porque é essa vida que nos salva das más escolhas, das más companhias, dos erros e vacilos. Uma vida própria bem alicerçada é o que te dará base pra superar rasteiras, fracassos, enganos, términos. Se tu investires nisso (fazendo terapia - sim, porque até mesmo as linhas que defendem que só paciente fale e o terapeuta escute são comprovadamente eficazes pela quantidade de insights que o paciente tem sem a interferência de terceiros - , te obrigando a ser mais sociável, resgatando contatos do passado, fortalecendo os laços familiares - primos, avós, tios e pais), ficará mais fácil atravessar períodos complicados da vida, com menos dor e sofrimento. É importante a gente se sentir acolhida e amada, não apenas por namorados, mas por amigos em sentido amplo.


Eu tinha (às vezes tenho) autoestima nula. Me achava uma incapaz. Quando o namoro terminou, me obriguei a mudar. Pensava que tinha que assumir uma nova identidade, completamente diferente da antiga. Fazia de conta que eu era outra pessoa, um truque pra ficar mais fácil criar coragem de falar com estranhos, me aproximar de colegas e destravar. Comecei a escrever e a publicar meus textos. Passei a me oferecer, na faculdade, para falar em nome da turma e me envolvi na comissão de formatura. Me enfiava em tudo que pudesse me expor (de modo seguro) e nessa onda eu desabrochei. Perdi muitas das minhas vergonhas. Percebi o humano que existe em cada pessoa.


É mais ou menos como malhar: é horrível no início, doi, incomoda, a gente inventa mil e uma desculpas pra não fazer, mas quando vêm os resultados não queremos mais parar. Destravar é assim também: difícil, artificial no começo, achamos que estamos sendo ridículos, mas com a prática podemos nos tornar as pessoas mais adaptáveis, serenas, naturais e agradáveis do mundo!


Pensa nisso, Darling. Tu tens um enorme potencial!


Quando ao bofe, complicado opinar. Ele pisou na bola feeeeeeio, mas imagino que seja um piá também. Fora o fato de ter problemas muito graves a resolver internamente. Não sei até que ponto namorar faz bem aos dois. Na verdade, nunca sei se amar o outro é motivo suficiente pra continuar junto, quando há tantas dificuldades paralelas.


Te concentra primeiro em ti. Baby steps, um problema de cada vez. Algo me diz que, uma vez fortalecida a tua personalidade, a solução dos demais problemas ficará mais fácil.