Mas, Diogenes,

Pela sua resposta, me parece que você está confundindo felicidade com harmonia e satisfação coletivas, duas coisas bem diferentes. Felicidade é algo pessoal e intransferível, cada INDIVÍDUO deve encontrar a sua, independente de regras e/ou dogmas externos. Agora, essa ideia de plena harmonia e satisfação coletiva é claramente utópica, justamente porque não é possível atender simutaneamente a todos os anseios individuais daqueles que constituem um grupo social.

No próprio exemplo da comunidade austríaca que você cita, isso fica claro. Havia uma boa parcela da tal comunidade frustrada e infeliz porque seus anseios individuais não eram atendidos, enquanto uns poucos (talvez apenas um) estava, sim, feliz. Esse um que estava feliz, por mais cruel que isso possa soar, não tinha obrigação nenhuma de responsabilizar-se pela felicidade alheia. Cabia a ele buscar pela própria satisfação. Quanto aos outros, salvo em caso de comprovada coerção física ou emocional, permaneceram na situação porque assim o quiseram, porque em algum momento acreditaram que poderiam encontrar a felicidade individual por aquele caminho. Enganaram-se.

Mas voltando ao foco do tópico, o poliamor ou os relacionamento abertos não precisam ser vivenciados exclusivamente em \"comunidades alternativas\". Várias pessoas, vários casais, vivenciam esses \"arranjos\" diariamente ao nosso redor e muitas vezes nem sabemos dessa opção feita por eles. E como podemos nós, sem conhecer o histórico de cada uma dessas pessoas, arbitrariamente afirmar que são infelizes? Euzinha não me julgo capaz de tal avaliação.

É por isso, Diogenes, que considero perigoso fazer afirmações sobre o estado de espírito alheio baseada exclusivamente naquilo que vivenciei. Eu não estou na pele e na vida de outra pessoa para dizer o que ela sente, o que ela deseja ou o que a satisfaz. Dessa forma, me é impossível afirmar que alguém está mentindo ao me dizer que é feliz só porque aquela pessoa tem experiência diferente da minha. Da mesma maneira que é impossível a outra pessoa simplesmente afirmar que eu não sou feliz por ter seguido caminhos diferentes do padrão.

Amartodas

Discordo do q vc cita neste post como felicidade, felicidade nem sempre é estar dentro de uma relação. Pq pra ser feliz eu preciso vincular minha vida à vida de outra pessoa, não posso ser feliz sózinha? Achei muito individualista sua visão de felicidade.

Quanto a se ter inúmeros amores ou inúmeros parceiros sexuais estando ou não dentro de uma relação, vai da visão de cada um. Acredito q tudo oq é feito de comum acordo e visando a satisfação de ambos é válido, desde q se queira o mesmo e se sinta bem com a escolha feita.

Há tantos casos de relacionamentos \"abertos\" k não duraram, como a Bad Angel disse. E das restantes quantas funcionam exclusivamente no aspeto sexual? No k respeita a dinheiro, intimidade emocional, partilha de segredos podem ser 1 fracasso como tantas relações \"tradicionais\".

Carla, \"só porque aquela pessoa tem experiência diferente da minha\"? Eu desconfio de TODA E QUALQUER experiência k supostamente traz felicidade a 1 pessoa ou mais. Há tanta gente feliz k fica desiludida com o seu parceiro ou parceira vai-se embora, ou descobre mentiras até então escondidas (há SEMPRE mentiras, mesmo k não sejam sexuais).

Sigam o padrão ou não, eu afirmo e continuarei afirmar k desconfio das pessoas alegadamente \"felizes\".

Qualquer pessoa k me conhece sabe k eu não vivo de acordo com o padrão tradicional (não estou a falar de poli-\"amor\" nem de relações \"abertas\"), mas não sou feliz.

E nunca conheci ninguém k o fosse comprovadamente.

Então, Diogenes,

Voltamos à minha questão inicial; você está fazendo uma afirmação baseado exclusivamente na sua experiência e desmerecendo compeltamente experiências alheias, que você deconhece.

Você não se considera feliz e deve ter seus motivos, mas como você \"comprova\" a felicidade alheia, especialmente de pessoas que não conhece? Quais os seus parâmetros de avaliação? Você não encontrou o que o faz feliz, o que o satisfaz, mas o que garante que outras pessoas também não tenham encontrado? E isso nem tem a ver com viver dentro ou fora de padrões, mas com o que atende aos anseios de cada um. Há pessoas altamente conservadoras e tradicionais que são felizes dentro disso porque se identificam, se realizam seguindo o manual, encontram um sentido nessa postura e eu conheço um monte delas assim. Mas claro, você vai dizer que eu estou mentindo ou que essas pessoas estão se enganando.

Eu poderia falar sobre mim e a minha plena satisfação com a minha vida e minhas escolhas fora do padrão (também não falo de poliamor, relacionamentos abertos nem comunidades alternativas), mas você certamente me incluiria em uma de duas categorias: mentirosa ou burra. Mentirosa se achasse que estou apenas tentando contrariá-o, ou burra se achasse que eu não sou capaz de discernir o que é felicidade.

É o conceito São Tomé: se eu não conheço, então não existe. Mas será que você não conhece mesmo ou simplesmente se recusa a acreditar na possibilidade? Você mesmo diz que desconfia automaticamente, portanto, trata-se de uma escolha sua. Você opta por acreditar que felicidade não existe e que ninguém é de fato feliz. Ok. Mas da mesma maneira que você não tem como \"comprovar\" a felicidade alheia, não tem como \"comprovar\" o contrário.

Concordo com vc, Carla Abbondanza, e complemento...

Não dependo de ninguém para ser feliz... Isso devo a mim... Sou feliz pq qro ser e não pq outros queiram q eu seja... Agora, mtas vezes não estou contente como vc diz... E acho q isso acontece com todos..