Homens na Corda Bamba

maya
Postado em:
03/07/2009 - 17:39

Parece que a homarada tem andado na ponta dos pés.

Recentemente li uma entrevista com o psicanalista Contardo Calligaris, na qual ele conta que o homem está sofrendo uma crise de identidade por não saber com certeza o papel que ocupa na sociedade atual.

Seguindo a teoria do Dr. Contardo, em outros tempos, o indivíduo do sexo masculino sabia qual era o seu lugar, tinha orgulho e consciência de sua posição como provedor e pai de família e isso funcionava como uma troca na qual ele bancava a casa e existia uma espécie de comando sobre sua mulher e filhos. 

Hoje, esse cenário está totalmente modificado.

A mulherada brigando palmo a palmo com o homem por um up-grade no mercado de trabalho, soltando o verbo na política, batendo o martelo de como, quando e o que comprar e ainda tendo o topete de ter filhos em produções independentes.

Essa coisa toda pirou os neurônios do homem-macho que fica em estado de perplexidade e desorientação – não sou eu que afirmo, é o maestro em psicanálise Calligaris...

Foi por terra a representação de protetor, de grande homem, de cuidar da família, aquela figura que trabalha e quando chega a casa – exausto – merece toda paparicação da mulher e filhos.

A coisa atual é justamente dividida – como ambos trabalham em igual teor, o marido assume uma face diferente dentro da família – divide as tarefas da casa, cuida das crianças, faz as compras do super-mercado e o casal educa juntos os filhos.

Mas ao que consta, parece existir agora uma necessidade de ‘preservação de espécie’, o homem deseja o reconhecimento de sua masculinidade e passa a se expressar de formas diferentes: desafia o perigo em esportes radicais, escala montanhas perigosas, dirige em alta velocidade e encara a vida sexual como o lugar para provar sua hombridade.

Penso que a falta de auto-análise da ala masculina está precária, eles estão realmente precisando de ajuda para avaliar melhor seu interior.

E ainda, voltando a entrevista, o psicanalista diz que o homem necessita ter seu ego massageado e se você quiser fazê-lo feliz, compartilhe com ele suas fantasias eróticas, incentive-o em tudo que ele sonhar fazer mesmo que pra você seja extravagante demais e finalmente trate-o como super-herói.

Ahha...então tá bom!

E nós? Quando alguém vai nos chamar de heroínas por tudo que fazemos há tanto tempo, por nossos braços polvos que abraçam multitarefas?

Vamos esperar, pode ser que um dia alguém escreva que as mulheres estão num momento delicado, precisam ser muito bem cuidadas, estimuladas, e ter alguém para tratá-las como rainhas também!

Maya

Maya

Postado em: 
06 de julho/2009