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Bom...
Havia dito que em breve escreveria minha história... Aqui estou... Não vou conseguir falar sobre minha história toda hoje, então, vou escrever por partes...
Bom, nasci dia 24 de março de 1995 (pelo menos é o que consta na minha certidão de nascimento). Deve está se perguntando... “Ué?! Ela tem dúuvidas do dia em que  nasceu?!” E pensou certo, tenho! Afinal, minha vida foi “sofrida” desde que nasci... Porque? Por que fui adotada...

História meio complicada mesmo de entender... Mais vou tentar explicar. Minha Mãe (adotiva) morava aqui no RJ, mais seus familiares moram no DF. Tenho uma tia, que tem muitos conhecidos... Ela é do tipo de pessoa que fala com o mundo inteiro... E foi assim que descobriu que uma MULHER estava grávida, mais que estava falando pra todos que quando nascesse iria DAR (como se fosse um objeto) a criança pra quem ‘quisesse’, e se ninguém ‘quisesse’ ela abandonaria no hospital, ou que jogaria NO LIXO. Foi ai que entrou minha Tia, ela saiu a procura de alguém que adotasse essa criança...

Ai que ela comentou o fato com minha Mãe (que mesmo tendo 6 filhos ‘pequenos’ na faixa de 12 a 7 anos) que logo se prontificou, pois não tinha filhos com meu pai, ambos tinham mais de outro casamento... A princípio meu Pai não gostou muito da ideia, até porque, estavam há pouco tempo no RJ e não tinham se estabilizado direito. Ele chegou a dizer: “- Você escolhe, ou a criança ou eu”. Ela sem pensar disse: “- Bom, você já ‘criado’, não precisa de mim, essa criança sim, ela precisa!”.

E foi assim... Minha mãe pedia pra minha tia ficar de olho na MULHER pra ela não dar pra outra pessoa a criança, pedia pra que assim que nascesse pra minha tia pegar, que daria um jeito de ir buscá-la. Então, nasci, e a tal MULHER, me levou pra casa da minha tia (minha tia disse que eu estava enrolada num pano todo sujo que parecia mais pano de chão). Mais que depressa ligou pra minha mãe, dizendo: “- Pode vir buscar sua filha, ela tá aqui.” E assim o fez... Na mesma semana. Pra poder me registrar, alegou que nasci em casa. Por isso não tenho certeza se nasci 24/03/1995. Mais evito tocar nesses assuntos com minha Mãe, não por que ela não gosta ou coisa do tipo, e sim por que não gosto de lembrar que uma pessoa pode ser tão insensível como aquela MULHER.

Minha Mãe, dizia que tinha medo que eu viesse a falecer, pois era muito magrinha, e nem tinha forças pra chorar... Mais depois de 3 meses já estava  gordinha, forte, e cheia de vida... E meu Pai que não havia aceitado no começo, já me amava como se fosse filha de sangue dele... Na faixa dos 9 anos mais ou menos, minha mãe quis que eu conhecesse a família biológica (pois estávamos morando no DF). Mais nunca quis, fui meio que obrigada, mais fui... Afinal ela quem mandava em mim... Acabei conhecendo meus avós maternos, uma tia (irmã daquela MULHER). E alguns primos, que nem lembro do rosto.Minha Mãe chegou a marcar um encontro com a MULHER, mais graças a Deus, não deu certo.

De uns tempos pra cá ela vem tentando ter contato comigo, mais eu não quero sequer ouvir a voz daquela mulher. Que pra mim é uma montra sem coração, 
e desumana. Ela vem me procurando e fala que quer conversa comigo, que tem medo de morrer e não ter o meu perdão. De verdade, não sei se eu já perdoei, no momento em que encontrei uma pessoa que eu posso dizer que ela sim é minha Mãe, ou se há odeio desde que estava em sua barriga. Essa MULHER, tem vario filhos, inclusive uma que deve ser 1 ano mais nova do que eu. E é isso que eu não consigo entender... Porque ela fez isso comigo? 

Só penso na possibilidade, de ser fruto de um “amor” dela, não correspondido. Que deve ter tentado dar o golpe da barriga, e não conseguiu... Penso nessas possibilidades, mais não sei se tenho coragem de falar com ela, de dar a chance há ela de ao menos me dar uma explicação... Semana passada minha Mãe me ligou, disse que aquela MULHER havia conversado com minha tia, que precisava falar comigo. Eu logo me alterei disse que não, que não tinha o que fala com ela, e ela insistiu, disse que eu precisava ao menos ouvir o que ela teria a falar, que ela estava com medo de nunca ter ouvido minha voz, que está doente, e precisava falar comigo. Eu disse que não, que não tenho nada pra falar com ela, que não tocássemos mais nesse assunto. Então ela disse que tudo bem, e desligou. Depois de alguns segundos, várias coisas passando na minha cabeça, um aperto no peito, uma sensação muito estranha, que nunca havia sentido... Então,  comecei a chorar... Chorei até não ter mais lágrimas pra chorar, quando lembro disso me dá aquela sensação de novo. Acho que é a sensação de tá agindo feito ela, de ser fria, sem sentimento, em não querer saber do sentimento dos outros...

Mas mesmo assim não consigo cogitar a possibilidade de falar com ela, acho que ainda não estou pronta. Já me aconselharam falando que eu precisava dar
uma chance pra ela ao menos se explicar, mais não consigo, não estou pronta. Mais ai vem o aquela sensação de novo, pois tenho medo de ser tarde, de esperar o momento em que eu me considerar pronta, e ser tarde... 

Não ter tempo de me dar também essa chance...

Espero que vocês não me critiquem, afinal só eu sei do meu sentimento... Logo mais falo mais sobre minha vida, conto a vocês minhas história que não são poucas...É bom poder desabafar...

Veronica Cristina