Maria Neusa Martins

Uma homenagem à todas as mães e um pedido que elas nunca esqueçam de si mesmas.


Foi aos 36 anos que percebi que os meus filhos eram independentes e que pouco precisavam de mim.

Comecei a me sentir só, vazia, gorda e feia. Pensei em trabalhar, mas como??? Era meio analfabeta e não tinha profissão. O que fazer??

Comecei a fumar mais do que o "normal". Acordava pela manhã já torcendo para chegar a hora de ir dormir novamente. Me sentia mais uma, só mais uma e nada mais.

Comecei a sentir ódio de mim mesma, comecei a ficar doente. Marido e filhos nem notavam que eu existia como mulher, eu era apenas uma mãe que servia para cuidar de suas roupas, sapatos, comida etc.

Um dia ,olhando no espelho comecei a chorar ao me ver descabelada e com cara de cemitério, foi aí que pensei: "bom, Neusa, você tem três opções: conitnua ai chorando, fica entre máquina, fogão e geladeira ou vai à luta"! Se ninguém precisa de você, então você precisa.

Resolvi parar de fumar e voltar a estudar (até eu mesma me surpreendi com tamanha determinação). Fiz o primeiro e segundo grau, fiz vários cursos e voltei a trabalhar e o principal, "sem cigarros".

Hoje, estou com 53 anos, bonita e feliz, trabalho com artesanato e ainda faço cursos e pretendo fazer faculdade de nutrição.

Depois que parei de fumar, e já na pré menopausa, luto diariamente com a balança, gosto de estar sempre bonita e optei por ser feliz.

Se minha família não precisa de mim, eu preciso. Ainda cuido deles, mais vivo para mim e por mim.

Maria Neusa Martins

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