Juliana S*

Minha historia é a seguinte: tenho hoje 28 anos e desde infância eu sabia que era diferente das outras meninas da minha idade.

Sempre olhei as meninas de forma diferente, tipo se eu fosse homem namoraria com essa garota e foi assim até a adolescência, pois eu era levada, rebelde e muito curiosa. Tive alguma experiência na adolescência, mais nada sério, como todos adolescentes eu só queria curtir e beijar na boca.

Aos 18 anos tentei ter um relacionamento com um cara que demonstrava gostar de mim, pois andava meio decepcionada com as garotas que, na época, eu estava me envolvendo. Desta relação eu tive uma filhinha, que hoje tem quase nove anos. Não demos certo logo de cara, pois ele não era nada daquilo que eu esperava de um homem.

Às vezes acho que ele só apareceu para me dar a razão da minha vida, pois minha filha encheu a minha casa de vida, já que eu era a caçula da família, e posso de dizer eu quase não parava em casa, minha mãe até falava que "para se esconder de mim era só esconder dentro da nossa casa” e com a minha filha automaticamente fiquei mais caseira.

Decidi cuidar da minha filha sozinha, pois na época tinha me resolvido como lésbica e que não tinha porque ficar me iludindo e iludindo o pai da minha filha (obs.: até então não sabia da gravidez, pois jamais tiraria da minha filha a presença do pai dela). Após seis meses de afastamento total dele, eu estava tão decidida que até número de celular eu troquei. Peguei certo nojo dele, tipo de não querer nem olhar na cara, era estranho, mas, na época me sentia assim.

Descobri a gravidez bem tarde, já chegando ao sexto mês. Eu não tinha barriga e nos três primeiros meses eu menstruava normal, foi um choque para mim, pois tinha tido poucas experiências com homens. Fiquei arrasada com aquela revelação, pois já tinha feito exame de urina, sangue, teste de gravidez e tudo deu negativo. A pedido da minha ginecologista, devido a minha falta de mestruação, fiz uma ultrasonografia. Neste mesmo dia fiquei sabendo que haveria 80% de chance de ser uma menina!

Gente, pensem como ficou minha cabeça! Como contar para minha família, como ir atrás do pai dela, já que eu tinha acabado com ele como homem?

Tentei, mas não consegui localizá-lo. Minha família ficou sempre ao meu lado e, até hoje, não sei mais dele. Uma amiga disse que encontrou com ele logo depois que terminamos e ele disse que iria para Portugal, já que tinha parentes por lá, e eu segui minha vida.

Quando tinha aproximadamente 22 anos comecei a namorar uma garota, ficamos juntas por cerca de três anos, mais uma vez me decepcionei. Passado um pouco mais de um ano após ter terminado meu namoro com essa garota, conheci a Fernanda. Foi difícil no começo, pois eu nunca tive sorte no amor, com esse meu jeito aventureiro de ser, eu me dava pouco e com isso eu recebia migalhas também.

Ela acreditou na gente e com muita paciência fez com que eu acreditasse no Amor e hoje, após dois anos e oito meses juntas, morando juntas, assumidas para nossa família, posso garanti que a Fê é a mulher da minha vida! Ela é tudo bom, espero passar a vida inteira ao lado dela. Ela é generosa, companheira, cariosa, sensível, sincera, alegre e decidida... Eu a amo muito e sei que sou muito amada também.

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