Camila M.

Olá pessoal, me chamo Camila e tenho 15 anos.

Minha infância foi muito ruim, meu pai me abondonou e deixou minha mãe cuidando de mim. Ela, por sua vez, tomou remédios para eu não nascer. Quando nasci ela tentou me matar várias vezes e meu pai nunca, sequer, ligou para mim.

Meus avós e meu tio resolveram me cuidar. Cresci com a ausência de meu pai, sem o afeto da minha mãe que se casou com o meu padastro e teve mais duas filhas.

Eu morava na fazenda com meus avós e lá tinha uma escola, onde eu estudava. Com o tempo, começei a ficar doente, não tinha noites de sono tranquilas e tive que operar a garganta. A operação correu muito bem, mas depois de alguns dias eu começei a vomitar sangue e fiquei internada no hospital durante 2 semanas, pelo fato de eu ter perdido muito sangue. Eu não comia nem bebia, sequer água. O médico tinha proibido, era só soro no braço.

A minha vó fez uma promessa à Nossa Senhora de Aparecida, que, se eu me curasse, iria lá levar um vestido branco que eu tinha. Então fui transferida para um outro hospital, onde costataram que tinha rebentado uma veia. Depois disso eu voltei para a casa e tive que morar na cidade com a minha mãe. Pensam que melhorou? Nada!

Minha vida virou outro inferno, minha mãe me batia muito, eu era maltratada pelas minhas irmãs e pelo meu padastro. Lembro que fazia as refeições sentada no chão e as minhas irmãs, minha mãe e meu padastro faziam as refeições na mesa e riam de mim. Eles saíam e me deixavam em casa sozinha. Com 8 anos comecei a ter depressão.

Eu mostrava as cicatrizes para a minha vó (que minha mãe me batia) e ela dizia: vai ficar tudo bem, se Deus quiser, depois eu conversso com a sua mãe. Até hoje eu sou maltrada por minha mãe, não falo mais que o necessário com o meu padrasto, às vezes as minhas irmãs implicam porque eu brigo com ele e elas começam falar que o pai delas está presente e o meu não.

Acham que isso tudo me derrota? Não, enganam-se! Isto me torna mais forte que eu sou, tenho problemas como qualquer pessoa e sempre que ouvimos os problemas dos outros nos impressionamos porque são piores.

Se Deus quiser eu estudo e passo no meu teste de modelo e mudo dessa cidade.

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