Vanessa, querida, você já deve ter trabalhando antes. Esquece você que, quem precisa, trabalha e se submete sim. Infelizmente é assim que funciona. Não é legal, justo ou moralmente aceitável, mas acontece muito e chama-se assédio moral.

Ficou claro que ela faz as obrigações dela, mas o empregado não costuma virar para o chefe e dizer \'olha, vai fazer o resto que agora vou sair para almoçar\' ou \'ops, deu seis horas e eu já tô indo\'.

Não se trata de se desligar do chefe quando ele é quem dita as regras e dá as ordens. De onde você tirou que dá pra desligar do chefe? A menos que ela queira perder o emprego.

A solução para ela é procurar outro emprego e colocar o chefe dela na justiça: recomendo que ela grave situações em que ele a expõe ao ridículo ou comete abusos. Se a mulher liga pedindo algo para fazer que não corresponde ao trabalho, dê um jeito de encontrar provas disso. Reúna provas e procure um psicólogo, que certamente atestará seu desequilíbrio por conta do local de trabalho. Depois disso, procure a justiça do trabalho e processo seu chefe - inclusive por danos morais.

Esse livro, o poder do mito, é bem interessante sim. Aliás, auto-ajuda costuma soar como uma benção para situações que nos deparamos no dia-a-dia. No entanto, sabemos que a realidade nem sempre nos favorece e que dá trabalho crescer e se destacar. Querer agir por conta própria sem reconhecer que existem superiores significa que trabalhar como empregado não é o seu lugar: sai, monte seu negócio, vá ser dono de si mesmo.

E antes que alguém apareça com críticas, lido com justiça trabalhista e sei muito bem o quanto esse tipo de situação é triste e vexatória para o trabalhador.

Acho interessante essa idéia de que somos por nós mesmos quando na verdade estamos inseridos em um grupo social e nos submetemos às leis e à vontade de nossos superiores. Se existe esse grau de liberdade que nos permite viver uma vida em que ninguém nos diga o que fazer, alguém me aponte, porque não consigo entender como isso ocorre quando se vive em sociedade.

Circe, vc não entendeu oq falei.

Já tive empregos antes e sei que quando nos contratam, somos contratadas para uma função específica. Se sou contratada para ser vendedora, sou vendedora e não tenho de aceitar se me pedirem para fazer o serviço da faxineira, do office boy, da cozinheira ou qualquer outra função, por exemplo.

Exerço meu trabalho no horário para o qual fui contratada mas se necessário ultrapasso, vez ou outra, o horário definido. Ainda no exemplo de vendas, se trabalho numa loja e chega um cliente 5 minutos antes de a loja fechar ou de meu horário ser encerrado, eu vou atendê-lo o melhor possível ainda que tenha de ficar mais alguns minutos trabalhando.

Eu falei para desligar UM POUCO do chefe. Ou seja, se ela está fazendo aquilo para o qual foi contratada, que continue assim.

Outro detalhe é pensar quem a contratou. Foi o chefe? Foi um profissional de RH? Se não foi o chefe, é interessante conversar com quem a contratou para botar os pingos nos is, para lembrar e reafirmar o que faz parte e o que não faz parte das funções dela na empresa.