Tolerência a violência

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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Respondendo à segunda pergunta: sim, preconceito é uma forma de violência, a meu ver. Mas de novo, não vejo que o preconceito tenha aumentado. O que aumentou foi o número de pessoas dispostas a enfrentá-lo. Há pouquíssimo tempo atrás, raríssimas pessoas se assumiram homossexuais publicamente justamente por conta do preconceito. Sabiam que sofreriam todo tipo de \"represálias\", ataques e violência física e psicológica. Por isso se escondiam, viviam vidas duplas. Hoje, essas pessoas mostram a cara, enfrentam essa adversidade e forçam a discussão sobre o preconceito. Por piro que as coisas pareçam estar, ainda vejo isso como um passo evolutivo.


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Profano
No PF desde: 01/08/2010

Sim, o público gosta, mas você não acha que essa exposição excessiva deixa as pessoas insensíveis para a violência real praticada no dia-a-dia? Por exemplo, os mendigos que costumam ser torturados/mortos. Teve um índio também. Os próprios gays assassinados. Acho que isso está aumentando em vez de diminuir.


Acho que os sites existem porque há público interessado em pagar pra ver isso. Mas eu não sabia da exsitência desse tipo de site, deve ser simulação, tipo um filme, não?


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Profano
No PF desde: 01/08/2010

AH! Que bom que vc respondeu Carla... Na verdade era para Katia.


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Profano
No PF desde: 01/08/2010

Tem violência física e psíquica, o preconceito é uma forma de violência psíquica. Só porque não deixa marcas visísiveis não significa que seja menos perversa. Uma mãe que não aceita que seu filho seja gay, está comentendo uma violência muito grande, imagine ser rejeitado pela própria mae, deve ser uma dor insuportável.


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Profano
No PF desde: 01/08/2010

O que aumentou foi o número de pessoas dispostas a enfrentá-lo. Concordo contigo, eu já havia pensado nisso. As pessoas estão saindo do armário. Diante da maior exposição pública a violência física, que estava latente, se manifesta.


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Profano, na verdade eu vejo essa exposição maciça da violência na mídia mais como uma ferramente para que esse debate aconteça do que uma forma de \"insensibilização\". Veja só, quando não se sabia da violência, não se falava sobre ela e ela continuava existindo. Não expôr tudo isso assim, escancaradamente, é empurrar tudo pra debaixo do tapete.


A violência sempre existiu, a pedofilia sempre existiu, a violência doméstica já foi até mesmo insittucionalizada, a agressão a homossexuais, negros, judeus, ciganos sempre esteve aí e já foi muito tratada como \"natural\" e aceitável, mas ninguém falava sobre isso porque, especialmente na classe média, tudo isso era intangível. Era o que acontecia só com os outros, eram apenas histórias que se ouvia ou segredos que guardava a sete chaves. Hoje a violência entra na nossa vida via televisão, via internet e isso incomoda. Somos finalmente atingidos e agora sim, se fala sobre o assunto. Levantou-se o tapede e descobriu-se toda a sujeira que foi acumulada ali durante séculos.


Há 30, 40, 50 anos atrás, quando manter as aparências era imperativo e a censura determinava o que podíamos ou não saber, também não existiam movimentos pela paz, não existiam ONGs combatendo a violência em todas as suas formas e muito menos leis que a condenassem. Porém, todas essas agruras estavam até mais presentes no cotidiano e as vítimas nem sequer tinham a quem ou o que recorrer. Eua choque a tal exposição, na verdade, está sendo benéfica quando se olha o quadro geral. Estamos falando, agindo, exigindo providências. Nada disso acontecia qundo tudo era asséptico, controladinho e bonitinho na TV ou nos jornais.


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Quanto aos sites, não sei dizer se são simulados ou não. Alguns parecem ser reais, porque infelizmente vivemos num mundo onde os escrúpulos se rendem ao dinheiro e sim, tem gente capaz das mais impensáveis atrocidades por conta de trocados. Mas mesmo que sejam simulados, ainda sssim é enojante saber que tem gente que se excita com isso, que está disposta a pagar por essa \"fantasia\". Que tipo de mente doentia se compraz em mesmo imaginar a dor do outro?


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Profano
No PF desde: 01/08/2010

Pode ser benéfica para quem consegue fazer uma leitura crítica sobre a exposição à mída, o que parece ser o seu caso. Mas não é o caso da maioria da população brasileira, que não possui esse senso crítico, ainda fico que com a posição do Varella que citei no início \"está caracterizada a relação de causa e efeito entre a violência exibida pelos meios de comunicação de massa e a futura prática de atos violentos pelos espectadores, o tema costuma ser abordado com superficialidade irresponsável pela mídia\".


Que tipo de mente doentia se compraz em mesmo imaginar a dor do outro? Sado-masoquistas, creio eu.


Eu citei noutro post, o maniaco do parque, sabe ele recebe milhares de cartas de mulheres apaixanadas?


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Carla Abbondanza
No PF desde: 22/06/2010

Nem vou falar dessas mulheres que se dizem apaixonada spro criminosos notórios. Isso realmente é algo que não entra na minha cabeça.


E não discordo da visão do Varella, Profano. Apenas vejo o outro lado da questão que me parece também merecer crédito. Acho, inclusive, que uma forma mais construtiva de elimianr essa superficialidade seria incentivar o debate e a leitura crítica dessas exposição midiática. Ao invés de querer impedir que a mídia exponha essas mazelas, acredito que deveria-se usar a mídia como a ferramenta que mencionei acima.


E mais, acho que é dentro de casa, no âmbito da família, que essa ferramenta deve ser usada. É ali que se impõem o filtro para o debate. A criança e o adolescente exposto à violência na mídia, teoricamente os mais afeitos a absorverem essa informação de forma distorcida, devem ter em casa a orientação adequada para que não levem da tela para a vida esse comportamento.


Em resumo, não é jogando o tapete de volta por cima da sujeira que ela vai desaparecer. E nem acredito que seja possível esconder a sujeira novamente. Mas a forma como essa sujeira é exposta e o uso que se faz dessa informação devem urgentemente ser revistos e debatidos.


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Abusada
No PF desde: 16/12/2010

Não notem meu abuso, please!


(Carlinha, bom ve-la por aqui. Saudades de tu muié. Trouxe cor ao PF novamente)


Prossigam.