Crise faz pais abandonarem filhos na Grécia

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precisofalar
No PF desde: 28/04/2008

Pessoal...
Editei a reportagem para não ter "delonas"... Mas quem quiser ler na íntegra, está no http://economia.ig.com.br/criseeconomica/crise-faz-pais-abandonarem-filh....

A crise financeira grega casou tamanho desespero em algumas famílias que estas estão abrindo mão de seus bens mais preciosos: seus filhos. Certa manhã, algumas semanas antes do Natal, uma professora pré-primária em Atenas encontrou um bilhete que dizia respeito a uma de suas alunas de quatro anos de idade.

"Não voltarei para buscar Anna hoje porque não tenho dinheiro para cuidar dela", dizia o bilhete. "Por favor, tome conta dela. Desculpe. Sua mãe." Nos dois últimos meses, o padre Antonios, um jovem sacerdote ortodoxo que dirige um centro de juventude para a população carente, encontrou quatro crianças em sua porta - entre elas, um bebê com menos de um mês de idade.

Outra organização não governamental teve de atender um casal cujos bebês gêmeos estavam hospitalizados, sendo tratados por desnutrição. Isso porque a mãe, também desnutrida, não conseguia amamentá-los.

Casos como estes estão chocando um país em que laços familiares são bastante valorizados. O fracasso em cuidar de seus filhos é visto como algo inaceitável socialmente: para os gregos, parecem histórias saídas do Terceiro Mundo, e não se sua própria capital, Atenas.

Uma das crianças cuidadas pelo padre Antonios é Natasha, uma esperta menina de dois anos levada ao centro por sua mãe, algumas semanas atrás.

A mãe se disse desempregada, sem-teto e desesperada por ajuda. Mas, antes mesmo que a equipe do centro pudesse oferecer-lhe algo, a mulher desapareceu, deixando sua filha ali. "No último ano, recebemos centenas de casos de pais que querem deixar seus filhos conosco, por nos conhecerem e confiarem em nós", diz o padre Antonios. "Eles dizem que não têm dinheiro, abrigo ou comida para suas crianças e esperam que nós possamos prover-lhes isso."

"É muito triste ver a dor em seu coração por deixar seus filhos, mas eles sabem que é melhor assim, pelo menos neste momento", opina. O padre Antonios discorda. Ele acredita que, por mais pobres que sejam seus pais, as crianças sempre estão em melhor situação se estiverem com suas famílias. "Estas famílias serão julgadas por abandonarem seus filhos", afirma. "Podemos prover comida e abrigo, mas a maior necessidade de uma criança é sentir o amor de seus pais."

E vcs, o que acham? Os pais que deixam seu filho na ONG amam mais que os que ficam junto ao seu filho, mesmo passando por todos os tipos de dificuldade?

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Caronte
No PF desde: 03/03/2010

Eu aprendi uma coisa, na vida. Nunca julgar com rigor atitudes tomadas por pessoas em situações limites. Se você não esteve lá, não tem como dizer se agiria diferente.


Todos nós achamos triste, mas necessário, notícias de pais que perdem o poder familiar por não cuidarem direito de seus filhos. Pais drogados, que maltratam, abusam ou prostituem seus filhos. Ou não lhes dão nem o mínimo para que sobrevivam.


Imagino que ter que abrir mão de um filho, especialmente uma criança de 2, 3, 4 anos, com a qual já se estabeleceu um vínculo duradouro, deve ser uma dor inominável para uma mãe. Se ela chega a este extremo, pode estar dando uma prova de amor supremo. Ou de irresponsabilidade.


Acho que existem os dois casos, e não há uma idéia genérica que sirva aqui. Para analisar quem agiu por amor, quem agiu por irresponsabilidade ou conveniência, ou por simples desespero, só analisando caso a caso.


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precisofalar
No PF desde: 28/04/2008

Coerentes suas palavras Caronte... Concordo com elas... Mas tb acho que entregar a algum lar pode provocar danos irreparáveis tto na criança qto nos pais...

Não cabe-nos julgar, mas sim conversar sobre o tema, visto que são atitudes extremas, né?

Ou será que no fundo são os gregos que não estão preparados para um momento d crise como o atual?


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alice55/RJ
No PF desde: 01/06/2009

Acho que tem de tudo: o desespero das pessoas, o despreparo frente a crise, e muitos pais que que talvez já não se sentissem capzes de cuidar dos filhos, e se aproveitaram da situação.

Agora, o que essa ONG, frente a esse problema e constatada ess situação, está fazendo de verdade pra ajudar essas FAMÍLIAS? Está simplesmente recebendo essas crianças e aceitando a quebra de vículo com os pais como mais uma consequencia grave da crise? Não viram até agora que o problema é mais complexo, e se quiserem ajudar de fato, terão que rever e amplair seus procedimentos? Eles também teriam que se questionar se estão realmente ajudando a resolver o problema, ou só criando inadvertidamente uma opção de abandono para essas crianças.


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precisofalar
No PF desde: 28/04/2008

Pois é Alice... E será que a ONG tem preparo frente a este problema "novo" da Grécia?

Eu comentei com amigos no final de semana sobre abandono de animais no litoral... É uma situação grave! Agora, imagina a gravidade quando os abandonados são crianças...

Mas, também, como foi colocado... O que os pais devem fazer?

Gente é muito cruel...


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alice55/RJ
No PF desde: 01/06/2009

Bom, não adianta colocar band-aid numa queimadura de 3º grau...

Se a ONG não tem o preparo necessário pra ajudar de fato, tentar ajuda "meia-boca" é pior, eu acho. Deveria a ONG mobilizar recursos junto ao governo do país de onde vem e resgatar essas famílias, seja dando apoio material e psicológico aos pais, orientando nas alternativas para essa situação, que deve haver, só que num momento como esse, as pessoas envolvidas não conseguem enxergar.

Os pais não tem culpa, foi o governo que os colocou nessa situação e a população grega cobrou isso das autoridades, ou seguiram abandonando seus filhos, como se o fracasso fosse fosse deles?


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Concordo com a Alice


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Melliss@
No PF desde: 28/04/2011

Passar por necessidades deve ser desesperador!

Tentei imaginar eu como mãe de uma criança no auge dos seus 3 aninhos morrendo de fome!

Confesso que cometeria um delito, mas do meu pequeno eu não me desfazia! Falo sem romantismo.

Eu bateria em todas as portas, faria um apelo onde fosse preciso: Igrejas, ONGS, delegacias, prefeitura, assembléia e o “escambal!”

Iria para as portas dos bem sucedidos e tal e me ofereceria como empregada, baba, até para trabalhar em troca de alimentos, desde que meu filho pudesse ficar ou que ficasse em algum lugar até eu voltar.

Talvez os mesmos lugares onde deixaram as crianças pudessem ajudar de alguma forma.

Tenho certeza que alguém em algum lugar me ajudaria.

É uma crise, não é um grande final.

Também não condeno de forma alguma quem o fez, sei lá em qual situação se encontravam, eu sei de mim, não sou mãe, mas não preciso ser para saber que morreria se eu deixasse um pedaço de mim onde quer que seja.


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Melliss@
No PF desde: 28/04/2011

Acrescento que não desconsidero o que está acontecendo por lá e por toda zona do Euro, o problema é real, claro! Mas em um momento de desespero, tem que se criarem alternativas enquanto o governo não reage a ponto de serem minimizados os graves efeitos.

Graças a Deus alternativas entrarão em vigor e que os gregos saiam dessa o mais rápido possível!


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Melliss@
No PF desde: 28/04/2011

Usando como exemplo a ultima crise que segundo o Lula aqui seria apenas uma “beirolinha” –

Observa-se que nós cidadãos não temos por hábito nos precaver e podemos facilmente sermos pegos de calças curtas. Na época do vai –não- vai atingir o Brasil, continuamos com as mesmas posturas, o povo se quer tomou conhecimento do acontecido, “era apenas uma noticia mundial que não afetaria de forma incisiva a todos”, ou melhor, conhecimento tinha, mas.....

Daí se conclui que o povo não está preparado para nada, noticias assim são só noticias, e quando o fato acontece não temos saídas a não ser o quase “holocausto!” Os gregos estão passando por isso?

Será que o Brasil emergindo para o mundo, se consolidado entre as potencias de prestígios não seria necessário uma educação ou um redimensionamento nas escolas, mídias, etc. de como enfrentar os reveses? Quase nunca se tem um plano B, mesmo com o fato previsto anteriormente.

Eu acharia interessantíssimo se começássemos a nos educar economicamente!

Houve um auto índice de inadimplência no final de 2011, imagina agora em Janeiro com os impostos batendo a porta.....

Espero não ter saído do assunto, minha intenção foi fazer um paralelo.