Borderline: Sensibilizar alguém a procurar ajuda!

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Esposo
No PF desde: 04/01/2011

Re: Transtorno de Personalidade Borderline

20 Minutos atrás


Olá, pessoas.

Minha esposa tem TB (transtorno borderline), já conversei com a psicanalista dela depois da última briga e estamos todos conscientes disso, menos ela. É muito difícil e pelo que já li e vivi conversar com uma pessoa assim e dizer que ela precisa de ajuda. Isso tem que partir dela. Ela está na fase do ódio, destruindo o nosso casamento e a nossa história. Eu tenho a opção de pular fora, mas gosto muito mesmo dela. Então preciso da ajuda de vocês, principalmente das que acreditam ter esse transtorno:


O que poderia ser dito ou feito (mesmo que nas entrelinhas) pra tocar essa pessoa e faze-la baixar a guarda e buscar ajuda?


Eu gostaria de enfrentar a diferente forma que ela enxerga o mundo e continuar ao seu lado.


Por favor, me ajudem e ... achei um livro mto bom online sobre o assunto de como conviver com uma pessoa assim: www.scribd.com/doc/36869884/Borderline-Stop-Walking-on-Eggshells


Respondam a minha pergunta pelamordedeus!!!!


sem nome
No PF desde: 01/03/2011

Hoje percebo que minha mãe era borderline, com crises de agressividade, violência, chantagem emocional, tentativas de suicídio, auto-mutilação, discussões noturnas diárias com o meu pai, dependência de calmantes e remédios. Estava sempre querendo e exigindo mais e mais, nunca nada foi suficiente para ela.

Num momento de fúria tudo virava arma em suas mãos: uma frase dita há 02 semanas, um segredo contado em particular, uma faca, um copo. Tudo na frente dos filhos. Ela nunca teve discernimento para esperar o momento certo de conversar.

Meu pai sofreu a vida inteira por causa dessa doença, sendo acusado diariamente por tudo o que acontecia (e pelo que não acontecia tb). Nós, filhos, também sofremos abusos emocionais, acusações, abandono, falta de atenção. Ninguém importava mais do que ela. Qdo adolescente, cansei de fazer curativos em minha mãe que aparecia sempre com cortes e queimaduras nas mãos e braços. Criança, ainda, cansei de ver minha mãe pendurada na sacada do prédio dizendo que ia se matar. Cansei de vê-la com uma faca na mão dizendo que iria matar o meu pai. Cansei de vê-la indo embora em noites de chuva, saindo pela porta e dizendo que nunca mais voltaria. Cansei de ouvi-la dizer que não queria ninguém de nós chorando sobre seu caixão quando morresse, pois quando isso acontecesse nós seríamos os culpados. Já vi minha mãe caída na escada, com uma poça de sangue ao lado, saindo de sua cabeça.

É uma doença que deixa marcas eternas em uma família, e até hoje eu penso como conseguimos sobreviver a isso e chegar até aqui. Infelizmente meus irmãos tem muita mágoa de minha mãe. E eu também. Porém hoje percebo que muito do que ela fez foi por causa da doença, e se fosse hoje, conhecendo essa patologia, com certeza reagiríamos diferente. Infelizmente meu pai morreu antes de saber disso, com um câncer no fígado, provavelmente por ter somatizado tanto sofrimento a vida inteira.

Graças a Deus ou a um milagre, hoje minha mãe está bem melhor, tem menos crises, é uma outra pessoa. Sua mudança é inacreditável, acredito que por conta dos medicamentos anti-depressivos que ela toma (receitados pela cardiologista). Porém, ela nunca foi efetivamente diagnosticada como borderline, nunca procurou um psicólogo ou psiquiatra que diagnosticasse isso. Eu mesma cheguei a essa conclusão (borderline), de tanto pesquisar textos de psicologia e psiquiatria, procurando uma resposta para tanto sofrimento que passamos. E também para ajudar minha irmã, pois vejo seu sofrimento e não consigo ficar parada sem ajudá-la.

Hoje vejo que a minha irmã apresenta as mesmas características desse transtorno, porém expressa de maneira diferente. É agressiva, despreparada para enfrentar situações que para outros seriam normais como uma entrevista de emprego, ou uma dificuldade financeira, tem reações exageradas quando é contrariada. É extremamente indecisa, seja para comprar uma roupa, para decidir uma viagem, para qualquer que seja a decisão a ser tomada. Já fez 03 cursos superiores em áreas distintas, abandonou um quarto curso, já fez mestrado, estágio no exterior, e não consegue se definir ou se aprofundar em nenhuma das profissões. Já recebeu uma proposta de emprego quando estava fora do país, mas recusou porque a \"proposta\" não era boa o suficiente. Já recusou procurar emprego porque os anúncios do jornal nunca traziam nada interessante, nada que valesse a pena. Encontra um milhão de justificativas, se necessário, quando é questionada: \"O emprego não é bom\", \"não vou passar 6h em pé para ganhar só isso\", \"não tem como conseguir emprego de meio período nessa área\", \"o local é muito longe de casa\", \"não posso trabalhar nessa cidade\", \"não tenho qualificação para esse cargo\", \"não tenho dinheiro para a condução\", \"aquela região onde há uma vaga é muito perigosa nesse horário\"... Desiste fácil dos obstáculos, não chega nem a tentar. É excessivamente tímida fora de casa, mas em família é autoritária, controladora, irritável. É excessivamente preocupada com a sua segurança e integridade física. Liga para os irmão várias vezes para saber como estão e se estão bem (assim como minha mãe). Não tem amizades, pois as abandona e foge delas quando começam a se tornar mais íntimas. Em alguns momentos está \"brava\", parece uma panela de pressão, uma bomba relógio prestes a explodir. Em outros dias mal tem forças para responder \"sim\" ou \"não\". Ou, o que é sua resposta mais comum: \"indiferente\". Não tem namorado sério, nunca teve, mesmo estando com 37 anos. Manipula e usa de artifícios para conseguir o que quer, nos envolvendo de tal maneira que acreditamos sermos incapazes ou cruéis quando não podemos fazer o que ela pede. Projeta nos outros os defeitos que não quer ver nela mesma. \"você é que é assim, agresivo\", \"você que está doente\", \"você que não sabe o que fazer\", \"você que está indeciso\". Da mesma forma, não assume responsabilidade sobre nada do que faz: \"você me obrigou a comprar o carro\", \"você me obrigou a viajar, eu nem queria ir\", \"você escolheu essa roupa para mim\", \"não fui quem bateu o carro, a culpa foi do outro motorista\". Já aconteceu dela quase bater o carro e dizer que a culpa foi minha por não ter avisado a ela que vinha outro carro no cruzamento. Também já ocorreu dela bater o carro e me ligar chorando, sem saber o que fazer.

Aparentemente ela não tem idéias de suicídio e auto-mutilação, mas come compulsivamente, e ao mesmo tempo controla os alimentos ingeridos pelo restante da família.

Desculpem o desabafo, mas conviver com isso é doloroso. Estar sempre sob tensão, sem saber como agir e o que dizer. Estar sempre pisando em ovos para não magoar. É difícil saber como agir, pois uma vírgula mal colocada, uma palavra na entonação errada, já são motivos para brigas e discussões. Eu realmente gostaria de saber se há cura e tratamento para isso. Já li que não posso deixar minha vida de lado, tenho que entender que preciso cuidar de mim e de minhas necessidades também. Já pensei em abandonar tudo, e viver minha vida, esquecer que essa doença existe. É difícil conviver com 02 pessoas tão complexas, e sensíveis a tudo. Mas vejo o sofrimento de minha irmã e de minha mãe, e desisto de \"sumir\". Quero apenas ajudá-las, mas me sinto sugada, sufocada. Não sei o que fazer...


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Paty Vinaud
Offline
No PF desde: 31/10/2012

ola bom dia li seu post sobre transtorno boderninne e gostaria de trocar informaçoes contigo ja que passamos pela mesma situçao

vou deixar meu email a 5 meses convivo com pessoa que namoro com esse transtorno toma medicaçao antidepressivos indicada pelo neurologista e psquiatra eu gostaria de trocar conhecimentos ja que pelo q li sobre esse transtorno nao

ah cura apenas melhora quero aprender a lidar com esse nova vida que estou vivendo.


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Lunaticazinha
No PF desde: 10/12/2010

Diga a ela que ama...diga olhando nos olhos e de um beijinho na testa.


Funcionará!!!


sem nome
No PF desde: 01/03/2011

Por favor, não quero te desanimar. Seu caminho é diferente pois você tem conhecimento sobre essa doença. Mas é um caminho longo e muitas vezes doloroso. Como eu disse, nem sei o porque de minha mãe ter se tornado outra pessoa hoje.

Mesmo assim, tão diferente do que ela era, ainda é possível perceber alguns traços negativos, como duvidar do que falamos, desconfiar dos filhos e das outras pessoas, manipular para obter o que quer, elaborar jogos e chantagens emocionais para prender os filhos dentro de casa. Mas a fase brava passou, graças a Deus.

Eu não sei o que te dizer, pois tenho o mesmo problema com a minha irmã hoje, não sei como mostrar a ela que ela está doente e precisando de tratamento.

Só consegui perceber que ambas, minha mãe e minha irmã tem a mesma doença, apenas expressada de maneira diferente.

Mas seguimos nessa luta, pode ter certeza que sempre que eu descobrir alguma boa dica de como lidar com um borderline, farei questão de dividi-la com você. E espero que você também me informe caso descubra algo interessante.

Uma vez eu li uma pessoa que convivia com um borderline dizer que nos momentos bravos é preciso manter a calma, abraçar o borderline, e mostrar o quão querido e amado ele é.

Ainda não consegui fazer isso, pois minha irmã nos mantém tão longe que é impensável dar um abraço ou conversar de coração aberto com ela sem receber uma patada. Mas quem sabe com você funcione... Boa sorte, e até a próxima.


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Si Cal
No PF desde: 06/08/2010

So para esclarecer uma duvida que me assomou aqui... para diagnosticarmos o transtorno bordeline tem que existir todos os sintomas? por exemplo o de auto destruição, suicidio... ou alguns do sintomas ja e suficiente para determinar o transtorno?


Eu tenho muito destes traços... coisa esquisita...


PauloHenriquePeres
Offline
No PF desde: 20/11/2012

Si Cal. Não, na verdade é incomum alguém ter todos os sintomas, mas no mínimo três, dentre:

1) depressão: ânimo baixo, mas com duração curta e frequente.

2) instabilidade: muito rápida e reativa, que podem durar de segundos a alguns dias.

3) identidade: incerto, não sabe quem é e o que quer, identidade sexual confusa.

4) cognição: paranoia que leva ao estresse e ao esgotamento, em alguns casos, possui alucinações.

5) despersonalização: sensação de irrealidade, pânico frequente de duração curta.


A intensidade emocional de quem tem o Transtorno Borderline é extrema, não se precipite a crer que você o tenha. Procure um psicólogo competente para te avaliar. É um transtorno seríssimo que marca profundamente a vida da pessoa e das pessoas mais chegadas.


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

É complicado... Primeira coisa, ela tem que aceitar o tratamento. Se não


vai ser muitoo dificil de tentar ajudar. Seu apoio é muitoo importante p/


ela nesse momento


D@ny
No PF desde: 16/08/2011

Bah tem cada doença. mais é uma fase complicada mais se ama mesmo ela e está disposto a enfrentar tudo vai ter um solução.. ore por ela.