APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO PODE LEVAR À MORTE

Ronco, sonolência excessiva durante o dia, falta de memória, irritabilidade e dores de cabeça. Esses são os principais sintomas da síndrome da apnéia obstrutiva do sono. A apnéia é definida como interrupção ou diminuição do fluxo aéreo (respiração) que leva a queda do oxigênio no sangue e a despertares. Geralmente estes eventos duram mais que 10 segundos e são considerados anormais quando ultrapassam a freqüência de 5 episódios por hora.

Estima-se que 19% das mulheres e 30% dos homens ronquem intensamente. Apesar de ter uma maior incidência em homens, a apnéia obstrutiva pode também afetar mulheres na menopausa ou qualquer pessoa que tenha problemas respiratórios devido ao estreitamento da via aérea (nariz, palato mole, úvula, língua, amígdalas, paredes da faringe). \"As chances de desenvolver a doença crescem em pessoas que tenham problemas com aumento de peso, obstrução nasal ou amígdalas grandes\", comenta a otorrinolaringologista Renata Lopes Mori. O consumo de álcool ou tranquilizantes para dormir também aumenta a probabilidade de roncar.

De acordo com a otorrino, a apnéia obstrutiva é uma das principais doenças respiratórias do sono. O problema é causado por alterações anatômicas das vias respiratórias, como diminuição do tônus e elasticidade das paredes musculares da faringe e pescoço no decorrer da idade, obstrução nasal por desvio de septo, rinites, hipertrofia de cornetos (“carne esponjosa”), sinusites, pólipos nasais; aumento das amígdalas e adenóides; ganho de massa gordurosa no pescoço; alterações da mandíbula, maxila e língua. Essas pausas respiratórias (apnéias) fazem com que o sono seja de má qualidade e fragmentado, causando alterações na oxigenação sangüínea, o que pode afetar o sistema cardiovascular e elevar o risco de hipertensão arterial, infarto agudo, insuficiência cardíaca, arritmias, doenças cerebrovasculares e acidentes automobilísticos.

Fatores de risco ou agravantes da doença:

• pescoço mais grosso e mais curto

• obesidade

• ingestão de bebidas alcoólicas

• uso de remédios para dormir ou de calmantes

• dormir em decúbito dorsal (de barriga para baixo)

• excessos alimentares antes de dormir

• refluxo gastroesofágico

• tabagismo

• envelhecimento

• problemas nasais (como alergia,desvio de septo e sinusite)

Sintomas

A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) tem sérias consequências sobre o dia a dia do indivíduo afetado, de seus familiares, amigos e para a sociedade, pois a sonolência diurna excessiva pode ser causa de graves acidentes, principalmente automobilísticos. O sono fragmentado impede que o mesmo progrida para as fases mais profundas e restauradoras, impossibilitando que o organismo se restabeleça do período que ficou em vigília.

Os principais sinais e sintomas da Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) estão assinalados abaixo:

- Ronco

- Sonolência excessiva

- Sono agitado

- Diminuição da libido

- Engasgos e sufocação

- Cansaço ao acordar

- Alteração de memória

- Despertares freqüentes

- Dor de cabeça pela manhã

- Dificuldade de concentração

- Pesadelos

- Irritabilidade

- Mudança de personalidade

- Depressão

- Diminuição na capacidade intelectual

Tratamentos

O tratamento é definido especificamente em cada caso. A otorrinolaringologista Renata Lopes explica que o tratamento depende dos sintomas e de sua gravidade, e também dos resultados dos exames realizados. Existem alternativas não-cirúrgicas e cirúrgicas.

Entre os tratamentos não-cirúrgicos podemos destacar:

- Higiene do sono e terapia comportamental

- Emagrecimento

- Aparelhos de pressão positiva (CPAP)

- Tratamento medicamentoso

- Tratamento com aparelhos intra-oral

A terapia comportamental,consiste em mudanças dos hábitos de vida, o que pode reduzir significamente a gravidade da patologia. As medidas recomendadas incluem:

• Perda de peso;

• Evitar o consumo de álcool pelo menos quatro horas antes de ir dormir;

• Evitar medicamentos que favorecem a ocorrência da apnéia;

• Dormir de lado, evitando dormir de barriga para cima;

• Evitar o consumo de refeições pesadas antes de dormir;

• Evitar fumar;

• Evitar ficar sem dormir;

• Procurar manter horários regulares de dormir e acordar;

Graduada pela Faculdade de Medicina do ABC. Residência Médica em otorrinolaringologia pelo Hospital CEMA. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Membro da ABORL-CCF. Especialização em cirurgia endoscópica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. (HC-FMUSP). Médica colaboradora do grupo de rinologia do HC-FMUSP.

Fique a vontade para enviar perguntas.

Renata Lopes Mori

otorrinolaringologista

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