Revirando o PC achei um texto escrito por mim há 10 anos, quando tive a honra de conhecer uma grande amiga:

Estrelas brilham no céu, brincando de pisca-pisca.

Pequena brisa passeia pela floresta, acariciando a todos.

Árvores se abraçam, flores murmuram palavras de amor.

Orvalho molha sorrateiro por onde passa.

Grilos cantam uma longa serenata para as amadas.

Sapos brincam de esconde-esconde com os irmãos.

Peixes no lago nadam rapidamente e pulam rodopiando.

Caramujos dormem sossegados nas suas belas casas.

Aos poucos o silêncio vai se instalando.

Os animais param de brincar e prestam atenção.

A respiração fica presa na garganta.

Olhos ficam molhados de emoção, pois é chegada a hora.

Atrás da montanha sagrada uma luz começa a surgir.

Fraca no início, aumenta aos poucos.

Nuvens abrem passagem, estrelas olham ansiosas.

Majestosas árvores se inclinam, em sinal de respeito.

A serena lua surge, radiando felicidade.

Estava dormindo, mas é chegada a hora.

Encanta a todos com seu sorriso bondoso,

iluminando os corações com sua luz mágica.

Estrelas abrem caminho para sua jornada,

piscando para indicar o caminho a ser seguido.

Aos poucos vão se retirando do firmamento,

deixando a lua brilhar no imenso céu.

Majestosa, ela desfila com graça de uma princesa.

Segue serena no seu caminho até o ponto mais alto.

Oferecendo a mão, nuvens lhe servem de acompanhante.

Sorridente, ilumina a floresta abaixo de si.

Com todo amor que possui, solta um pequeno raio de luz,

que docemente atravessa as nuvens, lhe afagando a fronte.

Suavemente pousa na relva ainda molhada pelo orvalho,

aninhando-se por entre as flores silvestres, radiantes.

O raio de luz feito com tanto amor e carinho

começa a brilhar de forma intensa, diferente.

Transforma-se em uma bola de luz pulsante,

irradiando amor, brilha com mais intensidade.

Aos poucos vai mudando, ficando mais alongado.

Brilhando cada vez mais, começa a tomar forma.

Surgem pequenas pernas, pezinhos minúsculos,

um rosto angelical com olhos doces e arteiros.

Asas de libélula, transparentes e longas aparecem.

Um corpo esguio, braços perfeitos também se formam.

Enfim a fada nasce, olhando ao redor com curiosidade.

Seus olhos não perdem nenhum detalhe, tudo lhe é novo.

Levemente batendo as asas pela primeira vez,

começa a se elevar da relva de onde surgiu.

As flores, que lhe emprestaram suas pétalas para o berço,

abrem espaço à pequena fada, sorridentes.

Aos poucos ela vai se elevando cada vez mais.

Ainda confusa por tanta felicidade ao redor,

voa curiosa com os olhares depositados nela.

Sorrindo arteira, não perde nenhum detalhe.

Vai deixando atrás de si um pequeno rastro de luz,

formados por milhões de sentimentos felizes.

Por onde toca a alegria reina, absoluta

e passa a brilhar junto com ela.

O silêncio é quebrado por sussurros de admiração:

pela beleza e docilidade da pequena fada,

por seu sorriso cativante e arteiro,

e olhos curiosos atravessando a noite.

Já entrosada com a brisa, voa cada vez mais rápida.

Deposita alegria e felicidade por onde passa.

Já faz piruetas no ar, desliza nos galhos das enormes árvores.

Brinca e ri com pequenos e grandes animais.

No alto do céu a lua sorri, satisfeita com os acontecimentos.

Sua missão por hoje está completa, já pode se retirar tranqüila.

Aos poucos a noite vai terminando com a sua saída,

e dando lugar ao dia que já vai nascendo.

Rudolf Waller

Junho/2000